Recém-promovida como campeã da UESP, a Imperatriz da Paulicéia pisou no Sambódromo do Anhembi, na noite de domingo, para fazer seu ensaio técnico. A escola desfila no Grupo de Acesso II. Neste primeiro contato com o principal palco do samba, a Paulicéia fez um ensaio bem interativo, a comunidade cantou, a bateria da mestra Rafa teve destaque, mas o casal sofreu muito com o vento e precisa se adaptar contra esta adversidade. A escola vai cantar “Bem-vindos à Vila Esperança – O Berço do Carnaval paulistano”, e será a primeira a desfilar no sábado, dia 11 de fevereiro, antes tem mais um ensaio técnico no dia 28 de janeiro.
Comissão de Frente
Com novo coreógrafo, Diego Albornoz assumiu o quesito, e no primeiro ensaio com a escola, já mostrou um pouco das suas características. Uma dança bem chamativa, interativa entre os dançarinos, destaque para um deles que estava à frente e carregava uma barra com duas bolinhas nas pontas e rodava ela. O grupo estava bem colorido na vestimenta, com camisas de vários tons fluorescentes. Em um momento da apresentação formavam duplas, olhando um para o outro, só que em um círculo e ao centro, o componente com o elemento cenográfico em mãos. Outro momento chamativo era quando juntava um trio na frente da comissão e levantavam uma componente em um momento lembrando a ginástica artística.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O casal teve problema com o vento no primeiro setor, bem em frente aos Setores A e B, Leila Cruz sofreu para manter o pavilhão durante a dança, enrolando em alguns momentos e o vento puxando para trás. O mestre-sala Ronaldo Ferreira foi dando força para sua companheira, pedindo para manter a calma e ao longo da pista, o casal foi ajustando. É um percalço no Sambódromo do Anhembi, afinal, está muita ventania e chuva em janeiro, mas é preciso corrigir no quesito nos próximos ensaios. Em volta do casal, os componentes formavam um círculo de ‘proteção’ ao casal, todas vestidas de amarelo e calça preta.
Harmonia
A animação e empolgação da comunidade era nítida. O retorno foi com a escola cantando o samba-enredo, que é leve, fluiu bem com auxílio do intérprete Fabiano Melodia, interagindo bastante com a comunidade junto com seu time de canto. Uma ala bem alegre foi logo a primeira ala de componentes da escola, com camisa ‘Comunidade da Imperatriz’, mas componentes de outras alas também vestiam.
Outra ala bem animada era uma que andava na lateral do espaço destinado para o primeiro carro, dançavam e faziam coreografia, terá surpresa por ali. Inclusive nos cordões que eram destinados para as alegorias, bandeiras da Imperatriz da Paulicéia despertaram atenção. Assim como a escola usou bastões, brilhos, bexigas, interessante visualmente. As baianas vieram comandadas por uma baiana mirim, que deu um show à parte.
Evolução
A escola vivia uma realidade diferente do que era desfilar na UESP, e neste primeiro ensaio não vieram tão grandes. Portanto, a evolução foi bem tranquila, desfilaram sem correr, e de certa forma leves. Ou seja, a escola soube desenvolver o ensaio e terminar com a comemoração dos diretores de harmonia. Fechando o ensaio vinha uma ala das passistas bem alegres e sambaram bastante, atrás ainda a velha guarda, e uma alegoria com muitas crianças, ou seja, contrastes, mas bem interativo.
Samba
O samba-enredo foi bem conduzido pelo Fabiano Melodia que gosta de se conectar com a comunidade, vai para o meio do povo. Um trecho que explodia na comunidade é “Samba é nossa paixão, um reinado azul e branco coroando a multidão. Meu pavilhão vem da matriz, com a Vila Esperança, tá chegando Imperatriz”.
É um samba leve, gostoso, e com trechos que contam a poesia do carnaval paulistano, citando o grande mestre Adoniran. Portanto, funcionou neste primeiro ensaio. O destaque foi quando a bateria ficou mais solta e levantou refrão já na segunda parte do Anhembi, após passagem pelo recuo.
Outros destaques
A bateria “Swing da Paulicéia”, comandada pela primeira mulher mestra de bateria a pisar no Anhembi, deu um show a parte com suas bossas e afinação. O começo foi tranquilo da bateria, mas depois que saíram do recuo e caminharam para a reta final, a bateria se soltou e fez um ensaio destacado. Na frente da bateria, Ariê Suyane é um show, samba no pé, sorriso no rosto e interage com a comunidade, em momentos do desfile entra pelas alas e sambando muito.
A presidente Mara Lazarini mostrou muita felicidade em estar presente no Anhembi, citando que era o sonho da escola e agora era o momento de a Paulicéia mostrar ao que veio. O retorno da comunidade foi claro de quem está muito feliz com o momento vivido pela agremiação.
Por fim, vale ressaltar a presença de membros de outras escolas auxiliando a bateria da Paulicéia, os mestres Klemen Gioz da Dragões da Real e Zoinho, Império, saíram como componentes na bateria. O diretor da Império da Casa Verde, Tiguês e o mestre Serginho, da Tucuruvi, auxiliaram na evolução ao lado da bateria.