A Imperatriz Leopoldinense apresentou no último domingo a equipe que vai tentar encerrar em 2023 um jejum que vai completar 22 anos sem ganhar o carnaval do Grupo Especial. Grande destaque das contratações, o carnavalesco Leandro Vieira não pôde comparecer ao evento por ter testado positivo para a Covid-19, mas fez questão de passar para a diretoria que está bem já focado em preparar o desfile da escola. Segundo a presidente Cátia Drumond. a contratação do carnavalesco é um dos grandes trunfos da Rainha de Ramos para buscar o título tão aguardado no próximo carnaval.
“Meu pai quando faleceu, deixou uma equipe já montada. E como ele faleceu no meio da pandemia, a equipe já era a equipe do carnaval de 2022, só não tínhamos a comissão de frente, que foi contratada depois, e eu sempre quis ter a minha equipe dos meus sonhos. O Leandro era o carnavalesco dos sonhos e aí a gente teve uma conversa antes do carnaval, e se ele tivesse o interesse de sair da Mangueira, eu queria que sentasse comigo para conversar, pois eu teria o interesse de trazer ele de volta”.
Analisando os nomes contratados para diversos segmentos, a presidente acredita que tem um dos melhores quadros entre as escolas do Grupo Especial e foi o que, inclusive, ofereceu ao carnavalesco Leandro Vieira antes de contratá-lo.
“Eu quero ser campeã e para eu ser campeã, eu preciso ter se não a melhor, uma das melhores equipes do carnaval. Então, o meu sonho é que em 2023, a gente cada vez que abra as notas, a gente escute um 10 para a Imperatriz”.
Outro nome badalado, presente na festa, o coreógrafo Marcelo Misailidis, que assumirá a comissão de frente da escola em 2023, depois de 9 anos de Beija-Flor, falou sobre a responsabilidade de trabalhar na escola de um ícone do quesito como Fábio de Melo.
“Estou super feliz de estar fazendo parte de uma equipe que realmente é de ponta para o carnaval. Eu acho que antes de mais nada, tenho que parabenizar a Cátia Drumond, toda família Drumond que está empenhada em transformar novamente, trazer ela de volta aos seus grandes momentos. A vinda para cá também é motivada porque eu também iniciei minha carreira tendo à frente as comissões antológicas da Imperatriz Leopoldinense. Por isso, tentar recuperar o brilho desse quesito nessa escola é uma responsabilidade que eu me orgulho muito”, avalia Marcelo.
Pitty de Menezes que vai estrear no Grupo Especial no comando do microfone principal da Imperatriz levantou a torcida da Leopoldina durante a apresentação dos segmentos cantando sambas históricos da escola como “Liberdade Liberdade”, “Só dá Lalá”, ” Vem provar minha cachaça”, entre outros. O cantor, que estava bastante ansioso antes da apresentação, subiu ao palco e interagiu com a comunidade leopoldinense como se já fosse da casa há muitos anos. O ponto alto foi o momento em que o intérprete cantou o samba de 2022 logo depois de proferir seu já conhecido grito guerra, “o sonho virou realidade”. Pitty falou da emoção de ser intérprete de uma escola que já teve bastantes ícones comandando o microfone.
“É uma emoção muito grande, uma escola de muita tradição, hoje eu realizo mais um sonho na minha vida, na minha carreira de intérprete, e hoje estou pisando em uma escola gigante, escola de oito títulos, e eu chego aqui com muita emoção de pisar no mesmo palco que meu padrinho Dominguinhos pisou, mesmo palco que grandes intérpretes pisaram: Preto Jóia, Arthur Franco, Bruno Ribas, David do Pandeiro, entre outros grandes intérpretes que pisaram aqui. Chego aqui para fazer história junto com a Imperatriz, em busca da nona estrela, em busca do campeonato, com essa equipe maravilhosa que a presidente Cátia montou para o Carnaval de 2023”, espera Pitty.
No quesito mestre-sala e porta-bandeira, a escola apresentou Phelipe Lemos que está de volta a Ramos depois de passagens por União da Ilha e Unidos da Tijuca, e retoma a parceria com Rafaela Theodoro. Ana Paula Lessa foi apresentada como diretora de movimentos e ficará responsável por auxiliar o casal. Visivelmente emocionado, Phelipe Lemos dançou, cumprimentou e reviu diversos amigos, componentes da escola, e era um dos mais procurados pela comunidade para fotos. Ele contou um pouco do sentimento de voltar para aquela que considera sua casa.
“Emocionante demais poder voltar para casa, ver o quanto de amor que essas pessoas tem por mim, tem pelo meu trabalho, pela Rafa (Rafaela Theodoro), pelo casal Phelipe e Rafaela, eu fui muito feliz dançando em outras escolas, mas a Imperatriz de fato é meu lugar, poder dançar aqui me emociona e me dá mais alegria de poder dar o meu melhor”.
E para a direção de carnaval, Mauro Amorim, já integrado à escola no último carnaval, terá ainda como coordenadores André Bonatte, Gabriel Mello, Pedro Leite e Roni Jorge, cada um cuidando um pouco mais de algum segmento. Paulo Brandão e Thiago Santos comandarão a harmonia. Mauro Amorim falou sobre suas novas funções e sobre trabalhar com uma equipe cheia de grandes nomes.
“É uma experiência nova, uma situação que a escola conversou comigo, me deu essa oportunidade de trabalho, eu estou muito feliz com a oportunidade de contribuir com essa equipe, uma equipe tão renomada, tão destemida, todos estão chegando com muita vontade, com muita força, muita união, muito respeito para fazer um belo trabalho e trazer esse título para Ramos, respeitamos as coirmãs, mas não podemos negar que a escola investiu bastante e está se estruturando para fazer um trabalho bem bonito e fazer parte disso tudo é maravilhoso. A direção de carnaval nunca tem uma função específica, a direção de carnaval é responsável por um pouquinho do todo, o objetivo é estar junto dos segmentos e de todas as partes, respeitando cada um, dentro de seus cargos e suas funções, e poder contribuir e trabalhar muito por essa escola”, promete Mauro.
Durante a festa que foi encerrada com o show de Dudu Nobre, a escola também homenageou por prêmios conquistados, Raul Cuqueijo, responsável há muitos anos pela ala das baianas.
Escola prepara mudança de barracão na Cidade do Samba
Pelo segundo ano consecutivo no Grupo de Acesso, a União da Ilha que produziu seu último carnaval ainda na Cidade do Samba, vai desocupar o espaço. A Liesa tem o projeto de construir um museu do samba usando um desses galpões. Com problemas históricos de logística por conta da localização do barracão, a Imperatriz solicitou a troca de espaços para ficar com o ex-barracão da Ilha e ceder seu galpão para a Liesa, que inclusive fica ao lado da sede da Liga. João Drumond explica os motivos que fizeram a Imperatriz tomar essa iniciativa.
“O barracão antigo da Imperatriz, já me colocando no barracão novo, ele tem um problema logístico muito grave apesar de ele ser muito organizado, estar com tudo em dia, parte elétrica, parte estrutural, tudo bem arrumado. A gente tem um problema físico, que é o portão da Imperatriz ser de frente, o único barracão de frente para uma parede que é do barracão da Viradouro. Isso dificulta muito e ajuda a explicar também algo que é crônico na Imperatriz que são projetos alegóricos com tamanho um pouco menor em comparação com algumas escolas, porque de fato é impossível no barracão antigo ser feito um carnaval imenso porque o carro não sai. O principal motivo foi que a gente enxergou uma possibilidade de melhora para o carnaval da escola com essa transferência”.
Com a Imperatriz já com todos os seus segmentos apresentados, João aponta o que falta para que a troca se concretize.
“Na verdade, a gente está aguardando a Ilha sair da Cidade do Samba, deixando o prazo que eles tem correr, porque a partir da saída deles a gente entra firme já, obra para revitalizar o que precisa ser feito, para dar condição para o carnavalesco, coreógrafo, tudo que sai do barracão tenha condições de ser feito da melhor maneira possível”.
Com o enredo já divulgado, “O arrepeio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida”, a Imperatriz vai apresentar a sinopse no dia 29 de junho.