Compositores: Ian Ruas, Caio Miranda, Zé Carlos, David Carvalho
Intérpretes: Evandro Malandro e Bruno Ribas

Sou bicho-homem, em rasante, derradeiro,
Asas de aventureiro, híbrido animal
Camaleônico, livre no véu da noite,
Sob olhares e “caretas”, sobrenatural
Calo o silêncio imposto pelo opressor
Meu feminino timbre rasga repressão
Servi cabeças pra romper o desamor
Agucei no dissabor, rito de transformação
(olha quem eu sou)

O HOMEM DE NEANDERTHAL
ARDENTE, AMANTE, PECADOR
DIVINDADE ENFEITIÇADA
CRIATURA MASCARADA
BANDIDO, LIBERTADOR!

Gemido de caos, sangrei
A rosa fatal, cantei
Ferida que arde, dança de um imortal
No ritual do meu clamor
Mulheres alçam vida em solidão
A voz lunar me consagrou
Ney Matogrosso, eternizado nesse chão!
O sol acende um jardim tropical,
Folia de um matagal, banhando o país
Meu corpo se entrega ao veneno, em serpente
No templo do samba, o suor de quem diz,
EM PLENO CARNAVAL, PRO DIA NASCER FELIZ!

MEU BLOCO NA RUA, O POVO AO MEU LADO!
MINHA PELE NUA, UM GRITO CALADO
NÃO EXISTE PECADO, NEM LEI, NEM JUÍZ
NO SONHO QUE NASCE DA IMPERATRIZ!