Durante a década de 1990, quando a Marquês de Sapucaí foi agraciada com carnavais antológicos e inesquecíveis, Renato Lage criou e desenvolveu enredos para a Mocidade Independente que deram para escola de Padre Miguel uma aparência que chegou mesmo a se confundir com sua estrela de Luz: cores cítricas, design e personagens modernos, criando para a agremiação da Vila Vintém a imagem de uma escola moderna, apelidada como a Hi-tec do carnaval.

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A modernidade de Renato, de certa forma, serviu de contraponto ao classicismo de Rosa Magalhães, e esse glorioso embate rendeu seis títulos: três para Ramos e três para Padre Miguel. Para além desse inesquecível duelo, Renato representa pra mim o mago da Avenida.

Desde criança, o vejo como aquele ser iluminado de cuja cartola emana personagens e ícones inimagináveis por mim até então; como um artista capaz de levar a ilusão carnavalesca às últimas consequências, nos persuadindo de que “Sonhar não custa nada”. Essa ilustração tenta representar a possibilidade de se invadir a Cartola do mestre: sonho espetacular de se visitar o Criador e suas Criaturas.

“Trabalhar com Renato Lage ampliou minha percepção e sensibilidade em criar e produzir. Focar e realizar com satisfação. Meu professor!”, Guto Carrilho, Ex-assistente do carnavalesco Renato Lage

“Um desfile muito classudo garantiu no finzinho da década de 1970 o primeiro título da escola. Em seguida, muita cor, irreverência e deboche passaram a ser vistos como a identidade da agremiação que ganhara pela segunda vez a competição. A genial criatividade que então trazia essa marca foi interrompida tragicamente. E embora Elis tenha recebido uma belíssima homenagem, o toque das caixas de Padre Miguel não deu as mãos àquele estilo. Nesse intervalo Renato e Lilian chegaram e viraram o jogo. Pediram passagem contando aquela história que começou no futebol. Mais um título da escola. No ano seguinte, rolou o bi dos então novos carnavalescos.

O terceiro Carnaval deles não foi campeão, mas o samba que cantamos vaga nos sonhos de todos os sambistas do planeta. Foram então nove desfiles solo mais o último em nova parceria e Renato fez da estética da Mocidade Independente a sua criatura a ponto de lavar a alma dos amantes do Carnaval. Em lugar dos que dizem ter sido desfiles ‘futuristas’, ele deu aula de brasilidade e nos inspirou a cruzar a Avenida Brasil para ostentar até de forma circense o nosso verde e branco de Padre Miguel no Centro da Cidade. Treze anos, três títulos com suas criações e uma nova forma criativa e original, detalhista e cheia de luzes (afinal, nosso símbolo é uma estrela) de mostrarmos que somos cariocas da gema, nascidos em berço de bamba”, Vicente Magno, Departamento Cultural da Mocidade Independente de Padre Miguel.

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