Os desfiles das escolas de samba durante a década de 1990 são, há quase 30 anos, temas de conversas nostálgicas entre os amantes de carnaval. Os gênios dos carnavalescos que fizeram história na Sapucaí nesta década criaram espetaculares desfiles cuja estética é ressaltada até hoje. Nesse panteão dos magos da Avenida, Rosa Magalhães tem lugar de destaque. Seus desfiles deixaram um enorme legado não somente para a Imperatriz Leopoldinense, a quem a professora deu três títulos de campeã na década citada, mas também ao povo amante do carnaval, inclusive, os atuais “novatos” carnavalescos que prezam por uma estética rigorosamente elaborada.
A estética perfeccionista de Rosa deu uma beleza aos desfiles a ponto de a escola de Ramos passar a ser tomada com a mesma virtude de sua genial carnavalesca: a Escola de Samba belamente perfeita. A imagem abaixo tem como objetivo inventar um momento incrível entre a professora e suas criações. Os personagens leopoldinenses, que foram ícones dos brilhantes desfiles, pajeando Rosa é apenas uma metáfora jocosa para evidenciar o protagonismo que a professora ocupa no Palácio da Imperatriz.
“O trabalho da Rosa Magalhães, durante todos esses anos na Imperatriz Leopoldinense, consolidou a identidade da escola e fortaleceu a construção da identidade dela como artista,” disse Alessandra Cadore, assistente da carnavalesca desde 2007.
“Rosa procurou a história dentro da história, uma “narrativa moldura” onde pudesse abordar o lado pitoresco e curioso que não existe nos livros escolares. Assim, ela nos apresentou o Bom Selvagem na Corte dos Médicis, na França do século XVI, Os camelos que vieram da Argélia para a primeira expedição científica brasileira e, ainda, uma princesa austríaca apaixonada por botânica e mineralogia, que deixa o frio das terras do norte e vira Imperatriz no calor carioca do século XIX. Rosa e Imperatriz é o casamento perfeito do carnaval brasileiro,” comentou André Bonatte , vice-presidente cultural da Imperatriz Leopoldinense.