A Mocidade Independente de Padre Miguel realizou, no último domingo, mais uma etapa de sua disputa de samba-enredo para o Carnaval 2026. Seis obras se apresentaram, todas sob o comando do intérprete oficial da escola, Igor Vianna, o que resultou em um maior equilíbrio entre as apresentações. Apesar da força já demonstrada desde o início pela parceria de Jeffinho Rodrigues, outros dois sambas alcançaram desempenho próximo. A parceria eliminada foi a de Zélia Duncan, enquanto as demais seguem para a semifinal. Confira abaixo a análise do CARNAVALESCO sobre o desempenho de cada samba classificado.

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

mocidade709
Foto: Luiz Gustavo/CARNAVALESCO

Parceria de Jeffinho Rodrigues: O samba de Jeffinho Rodrigues, Diego Nicolau, Xande de Pilares, Marquinho Índio, Richard Valença, Orlando Ambrósio, Renan Diniz, Lauro Silva, Cleiton Roberto e Cabeça do Ajax abriu a disputa confirmando suas credenciais. Foi uma apresentação quente, de muita força, com a adesão de segmentos da escola. O refrão de cabeça “Mocidade êêê…” está na boca da quadra, mas é o refrão central que se destaca pela construção melódica e impulsiona o rendimento da obra: “sou independente, fácil de amar, livre de qualquer censura, vem, baila comigo, só de te olhar, posso imaginar loucuras”. Três passadas com desempenho consistente e em alto nível.

Parceria de Paulinho Mocidade: O samba de Paulinho Mocidade, Sandra Sá, Gabriel Teixeira, Lico Monteiro, Gabriel Simões, Rodrigo Feiju, Tamyres Alves, Christiane e Trivella obteve ótimo rendimento em suas três passadas. A primeira parte apresenta uma linha melódica interessante, com versos como “da liberdade imaculada, identidade escandalizada”. O refrão de cabeça “eu não sou puta, nem sou freira, Santa profana, a padroeira, desculpe o auê, ardente o querer, agora só falta você” foi cantado com força por boa parte da quadra. Outra apresentação de destaque.

Parceria de Santana: A obra de Santana, Paulo Senna Poeta, Valdeci Moreno, Carlos Augusto, Gustavinho Souza, Edvaldo Lucas e Everaldo Silva apresenta uma sonoridade mais dolente, com narrativa bem amarrada. Os dois refrães não são explosivos, mas o de cabeça é bonito e eficiente: “eu sou a massa luz, o movimento, chama viva que reluz no firmamento, sou Rita Lee padroeira e liberdade, estrela guia inspiração da Mocidade”. Um samba melodioso que teve excelente apresentação.

Parceria de Franco Cava: O samba de Franco Cava, André Baiacu, J. Giovanni, Gulle, Almir, Flavinho Avellar, Renato Duarte e Fabinho contou com os compositores fazendo performances à frente do palco. A obra é alegre, com letra e melodia de fácil canto, especialmente no refrão de cabeça: “que tal nós dois na banheira de espuma, lança, lança, perfume no Carnaval, independente tem corpo caliente, o importante é gozar no final”. Apesar de correto, o desempenho ficou abaixo dos sambas anteriores.

Parceria de Paulo César Feital: A composição de Paulo César Feital, Dudu Nobre, Claudio Russo, Alex Saraiça, Denilson do Rozário, Carlinhos da Chácara, Julio Alves, Marcelo Casa Nossa, Anderson Lemos e Leo Peres mostrou qualidade desde a primeira parte, com versos inspirados como “é som obsceno que beira a loucura, um tanto divino, metade animal, num frasco pequeno: veneno e doçura, beber bossa nova é viver carnaval”. A melodia é bem construída, com boas variações. O refrão de cabeça “canta Mocidade, a voz feminina, por toda menina da Vila Vintém, na luta pela liberdade, independente não teme ninguém” é criativo e funcional na quadra. Um desempenho de respeito da obra.