Fantasiadas de Iamandacy, a mãe da mata e guardiã da entrada da floresta que concede ao Leão Guarani a permissão para adentrar na mata, as baianas da Estácio vieram na abertura da escola com uma fantasia de grande simbolismo para o enredo.
Com a fantasia chamada “Iamandacy Encantada: A mãe da mata – permissão para entrar na floresta”, as baianas abriram o desfile da Estácio, logo após o abre-alas, concedendo a permissão para que a Sapucaí testemunhasse o desfile da escola.
A coordenadora da ala de baianas falou com o CARNAVALESCO sobre a relevância da fantasia para a abertura da escola.
“Nós somos uma das partes principais do desfile, nós somos a mata, somos Iamandacy, que é a mãe da mata. Nesse desfile, nós representamos a mãe da mata. Foi um presente do nosso carnavalesco, ele ama as baianas, então deu a parte principal para a nossa ala por sermos muito unidas. Pensando nessa união, viemos trazer a importância de nos unirmos e lutarmos pela preservação da mata. O trabalho é voltado para a resistência em busca de preservação, tanto dos indígenas quanto da floresta. Somos as mães que cuidam”, contou Maria Luísa Matos, de 70 anos, aposentada que está há mais de 20 anos em a Estácio.
A ala de baianas, tradicionalmente, representa as mulheres que ajudaram o samba carioca a resistir durante o seu surgimento. Com isso, a figura da mãe da mata, que protege a floresta e faz o intermédio do leão ao ambiente sagrado, é extremamente apropriada para a ala no enredo de a Estácio.
“Eu achei a nossa fantasia linda e, para a baiana, está relativamente leve, além de ser muito simbólica para o nosso enredo. Vamos poder evoluir bastante e levar a essência da mãe natureza para a avenida. O samba está muito bom. Creio que faremos um ótimo desfile. A ala de baianas de a Estácio é bastante reconhecida. E, sendo uma ala que vem representando uma face maternal do enredo, as mães acolhem, e a Estácio me acolheu há 13 anos para desfilar. A Estácio é o meu lugar, e por isso estou aqui. Assim como os indígenas e os animais da floresta amazônica, que vivem na mata, que é o lugar deles, esse enredo é de extrema importância. Poder ser uma representante da mãe natureza é incrível”, declarou a professora Magda Gomes, de 60 anos, que, mesmo sendo paulista, não esconde seu amor por a Estácio.
A ala das baianas da Estácio entrou na avenida com força e simbolismo, representando a essência maternal do enredo e a conexão com a natureza. Com fantasias imponentes e cheias de significado, as baianas trouxeram a leveza necessária para evoluir com graça, ao mesmo tempo em que carregavam o peso da tradição e da resistência.
“Hoje representamos a ancestralidade das baianas e da mãe da mata, que é muito importante. Assim como a resistência das nossas florestas e de a Estácio, sempre guerreira”, disse Ângela Santos, aposentada de 66 anos.
Mais do que um espetáculo visual, a participação dessa ala reforçou a ancestralidade e a luta pela preservação, tanto da cultura do samba quanto das florestas. A dança, os giros e a presença marcante das baianas refletiam a resiliência de uma escola que nunca deixa de lutar pelo seu espaço.
“Desfilo em a Estácio desde sempre e sempre como baiana, amo ser baiana. E hoje vou desfilar muito positiva. Acho que essa fantasia fala de respeito e resistência, e a Estácio é uma escola resistente. Ela resiste sempre. É uma escola de força. Quando eu fizer a curva da Sapucaí, eu vou me arrepiar, e os giros da minha baiana serão em nome da resistência da minha escola”, contou Vera Lúcia do Nascimento, aposentada de 78 anos.
Unindo tradição e mensagem de preservação, representando a força materna da floresta e a resistência da escola, as baianas mostraram que, assim como a mata, a Estácio segue viva e guerreira. Entre fé, samba e luta, sua presença na avenida foi um tributo à história e à resiliência.