Tida como uma das principais favoritas ao título do Grupo Especial do carnaval de São Paulo em 2025, a Acadêmicos do Tucuruvi amargou um resultado que muitos acreditaram ser impossível na apuração: a 13ª colocação no pelotão – que culminou no rebaixamento para o Grupo de Acesso I. Dos nomes da agremiação, Hudson Luiz pregou principalmente respeito às coirmãs após o descenso, falou sobre o julgamento da escola e comemorou a ótima safra recente de sambas-enredo do Zaca. O CARNAVALESCO entrevistou o intérprete da escola da Zona Norte de São Paulo no evento que definiu a ordem dos desfiles dos grupos organizados pela Liga-SP em 2026.
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Samba despontado
Tido por muitos como um dos melhores sambas-enredo do carnaval paulistano em 2025, o Zaca somou apenas uma nota dez no quesito – foram dois 9.9 e um 9.8, este último descartado por força do regulamento.
Questionado sobre o papel do carro de som em tais alcançados, Hudson Luiz destacou que tais profissionais passaram ilesos: “Pelo regulamento, pelo manual do julgador do quesito samba-enredo de São Paulo, o carro de som em momento algum é avaliado. O que é avaliado pelo quesito em questão é o canto da comunidade – semelhante ao que acontece no quesito Harmonia. A ala musical de nenhuma escola de São Paulo é julgada e avaliada”, complementou.
De acordo com as justificativas apresentadas no site da Liga-SP, o que custou tais despontuações foram os subquesitos “acessibilidade e adequação” (nos itens “equilíbrio tonal” e “equilíbrio melódico”. Houve, também, uma anotação por conta de um suposto erro de português – no balizamento “clareza e coesão”.
O intérprete, porém, não quer revisitar tais conceitos: “Em relação aos décimos que nos foram tirados, a gente fez uma avaliação pós-carnaval e entendemos que houve um erro dos jurados. Eu, inclusive, como conhecedor do manual e como interprete que fez o curso do quesito, vi que os jurados tiveram alguns erros. Não é o momento de a gente ficar chorando as lágrimas que já passaram. É momento de levantar a cabeça, erguer e seguir em frente. O ano de 2026 vai ser de desafios ainda maiores, para que as pessoas possam tentar conquistar esse retorno ao Grupo Especial”, afirmou.
Favoritismo?
Para muitos, é natural que as duas escolas rebaixadas do Grupo Especial em um ano cheguem com certo favoritismo no Grupo de Acesso I do ano seguinte. Na visão de Hudson Luiz, entretanto, a situação não é bem assim: “Dizer que é a favorita, para mim, seria desmerecer as demais agremiações que no mesmo grupo que a gente está. A gente também tem outras agremia tão fortes quanto a gente: Mancha Verde, Nenê de Vila Matilde e outras mais que nós já temos no carnaval”, disse.
Mas é claro que há alguma expectativa para o que o Zaca pode proporcionar, na visão do intérprete: “A gente chega com um certo peso – até entre a gente mesmo, por ter que retornar ao Grupo Especial. Sabemos que temos um desafio muito grande: vencer, vamos dizer assim, as outras demais agremiações que também estão pleiteando esse título e essa vaga no Grupo Especial. Mas a Tucuruvi já sentou, já conversou, nosso gestor maior Rodrigo Delduque deu as restrições, a equipe se manteve e está pronto para mais um desafio: tentar essa vaga novamente no Grupo Especial”, afirmou.
Sambaços
Vencedor do Estrela do Carnaval 2024 (premiação organizada e concedida pelo CARNAVALESCO) de melhor samba-enredo, a agremiação tem uma discografia recente bastante elogiada pelo mundo do samba paulistano.
Hudson Luiz destacou que a qualidade das obras é um diferencial e auxilia o trabalho do intérprete e do casso de som: “Ajuda e muito! Todo almeja cantar grandes sambas na sua carreira. O resultado disso é que, nesses dois últimos anos que eu estou no Tucuruvi, foram dois grandes sambas e eu ganhei três prêmios – um em 2024 e dois cantor agora em 2025”.
Na visão do cantor, a temporada seguinte também será frutífera em relação à canção da agremiação da Serra da Cantareira no Anhembi: “A gente está com o enredo para 2026 e é mais uma pancada. Esperem que vai ser mais uma pancada. Papai do céu vai abençoar os compositores e a gente terá um grande samba para eu cantar – e, quem sabe, pegar uma Estrela do Carnaval, que está ainda faltando na minha estante”, vislumbrou.