Por Juliana Cardoso
A Mangueira foi a sexta agremiação a desfilar na Marquês de Sapucaí na segunda noite de desfiles do Grupo Especial. A escola apresentou o lado não oficial de grandes personagens da história do Brasil, mostrando uma nova versão de alguns acontecimentos do passado nacional. O carro “A história que a história não conta”, que leva em seu nome uma frase do samba-enredo, deixou uma forte mensagem de que nem tudo é o que aparenta ser.
Sendo a última da escola, a alegoria que fechou o desfile da Verde e Rosa criou uma variação de livros de história e retratou passagens que tradicionalmente não são citadas. Na dianteira do carro, a filha de Zuzu Angel, Hildegard Angel, representou a luta da mãe, que enfrentou militares na ditadura em busca do filho desaparecido. Atrás dela, um livro aberto com imagens da época dos “anos de chumbo”.
Nas laterais, Duque de Caxias e Padre José de Anchieta foram “desmascarados”. Componentes representaram as duas personalidades em cima de queijos rodeados por corpos de indígenas e minorias mortos.
“Vir nesta alegoria foi um presente do Leandro. Ela é uma das mais importantes do desfile! É aqui que os heróis tidos pela história têm a sua verdadeira face mostrada. Tudo que eles fizeram custou o sangue de muita gente”, afirmou Ivison Gusmão, que desfilou vestido como José de Anchieta.
Na parte superior do carro, mais celebridades da memória nacional reveladas como vilãs. Para Anderson Barros, que representou Duque de Caxias, o carro é esteticamente diferente e preza pelo conceito, pela mensagem que tem a transmitir, acima da beleza.