A Mangueira definiu que o compositor Hélio Turco é o novo presidente de honra da escola. Ele entra no lugar de Nelson Sargento, que faleceu no fim de maio. Ao todo, Turco venceu 16 vezes o concurso de sambas-enredo na Mangueira, fora duas outras vitórias na Mangueira do Amanhã, o que o colocam como o recordista de vitórias em concursos de sambas-enredo na Verde e Rosa. Ele é sócio benemérito da Mangueira, de onde nunca se mudou.
Sua carreira de compositor somente se iniciou depois de ter entrado quase por acaso na Ala dos Compositores da Escola de Samba Mangueira. Em 1957, esperava o amigo Jurandir durante uma reunião da Ala dos Compositores da escola, que então passava por uma crise e precisava formar uma diretoria. Por falta de quórum foi indicado pelo amigo para integrar a ala, embora até então não tivesse composto. Sua primeira composição apareceu em 1958, o samba “Decaída” . No mesmo ano participou de seu primeiro concurso de samba-enredo. Em 1959, ganhou pela primeira vez o concurso de sambas-enredo com “Brasil através dos tempos”, parceria com Pelado e Cícero, com a Mangueira chegando em terceiro lugar no desfile.
Em 1960, tornou a vencer o concurso com o samba “Carnaval de todos os tempos”, parceria com Pelado e Cícero, com a escola tornando-se campeã do carnaval daquele ano. Em 1961, veio o bicampeonato com “Recordações do Rio Antigo”. Perdeu a disputa em 1962, mas voltou a vencer nos três anos seguintes com “Exaltação à Bahia”, “História de um preto velho” e “Rio através dos séculos”.
Em 1967, a Mangueira foi campeã do carnaval com “O mundo encantado de Monteiro Lobato”. Em 1968, voltou a vencer o concurso de sambas-enredos e a Mangueira obteve o bicampeonato com “Samba, festa de um povo”, parceria com Darcy, Batista e Dico. Em 1969, tornou a vencer o concurso com “Mercadores e suas tradições”, com Darcy e Jurandir, feito que tornaria a ocorrer em 1971 com “Modernos bandeirantes”, com a mesma dupla de parceiros.
Em 1984, voltou a vencer um concurso de sambas-enredo após 13 anos de afastamento, com “Yes, nós temos Braguinha”, com o qual a Mangueira conquistou o carnaval daquele ano, o primeiro do Sambódromo. Em 1985, nova vitória no concurso para escolher o samba-enredo, dessa feita com Jurandir e Darcy no samba-enredo “Ô abram alas, que eu quero passar”, com o qual a escola verde e rosa chegou em sétimo lugar.
Em 1988, compôs com Jurandir e Alvinho o samba-enredo com o qual a Mangueira foi vice-campeã, “Cem de abolição: realidade ou ilusão?”, cujo refrão foi escolhido como o melhor da história dos sambas-enredo. Venceu ainda os concursos de 1990, 1991 e 1992.
Compôs também batucadas, marchas-rancho e sambas de quadra. Entre seus principais parceiros estão Fernando Lima, Alvinho e Jurandir. Em 1992, recebeu do Museu do Carnaval o diploma de destaque de compositor de sambas-enredo.
Nos anos 1990, começou a afastar-se das disputas de samba enredo por discordar de uma série de imposições colocadas aos compositores. Passou então a compor para escolas de samba de fora do Rio de Janeiro e também para bandas, como a do Novo Leblon. Em 2000, teve o samba “Yes, nós temos Braguinha”, escolhido por júri popular em concurso promovido pelo “Jornal dos Sports” e Rádio FM 94 como o melhor do século.