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Harmonia e samba da Viradouro dão o tom de um ensaio de rua espetacular

Foi apenas o segundo ensaio de rua, mas já possível notar o entrosamento perfeito da comunidade, bateria e a harmonia da atual vice-campeã do Grupo Especial

A Viradouro realizou no último domingo o segundo ensaio de rua, rumo ao Carnaval 2024. A escola fechará os desfiles na segunda-feira, com o enredo”Arroboboi, Dangbé” (sobre a energia do culto ao vodum serpente), do carnavalesco Tarcísio Zanon. Foi uma apresentação fantástica na Avenida Amaral Peixoto. Os componentes gritaram o samba conduzido com maestria pelo carro de som e embalado pela inspirada bateria do mestre Ciça. A vermelha e branca de Niterói, voltará a ensaiar no próximo domingo à noite e, pelo jeito, a expectativa é de canto mais forte e um novo espetáculo.

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Segundo ensaio maravilhoso no canto da comunidade, que já foi muito bom no primeiro. Reforçado para este segundo, foi bem melhor. O espaçamento, andamento e evolução também. A gente tem, aqui na Amaral Peixoto, uma condição excelente de ensaiar metragem e largura para trabalhar muito forte. A diretoria sempre vai buscar pontos para melhorar, mas a escola está em um ótimo caminho”, avaliou o diretor de harmonia, Jefferson Coutinho.

Ir a um ensaio de rua da Viradouro, na Amaral Peixoto, é praticamente uma experiência sensorial arrebatadora. Uma atmosfera alucinante, onde tudo se deixa levar pelo ritmo envolvente da Furacão Vermelho e Branco e no potente cantar da escola. A receita para chegar nesse ponto, não passa só pelo trabalho da harmonia, mas uma escola internamente estruturada tem demonstrado que pode motivar mais o componente.

O diretor executivo Marcelinho Calil comentou sobre o trabalho que é realizado na escola e os motivos dela se colocar sempre na briga pelo título desde o retorno ao Grupo Especial, em 2019.

“A escola vem, mais uma vez, mostrando na Amaral Peixoto que está preparada para brigar pelo campeonato. Ainda está cedo, é só o segundo ensaio, mas nos motiva e nos deixa confiante. Com muito pé no chão e humildade para buscar o título. Não tem outra receita: é muito carinho, muita dedicação e trabalho. Porque merece chegar nesse patamar que ela chegou. Falo isso sem nenhum tipo de arrogância, mas eu sei que a escola atualmente tem um poder competitivo alto e, também, institucionalmente está equilibrada e feliz. A receita do bolo foi voltar a ter uma instituição forte, respeitando os pilares de uma escola de samba. Investir, não só dinheiro, mas trabalho, empenho e suor na competição. Neste ciclo, o resultado tem sido dois ensaios de rua que nos deixou contentes”, afirmou Marcelinho.

Comissão de frente

O quesito liderado pelos coreógrafos Rodrigo Negri e Priscila Motta levou para o ensaio 15 bailarinos que apresentaram uma coreografia cativante. Era o anúncio de um ensaio pesado que estava por vir.

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Com movimentos bem sincronizados e marcados pela letra do samba, o grupo separava atos da dança com gritos de todos os integrantes, que não deixaram de cantar o samba em nenhum momento, com reforço no volume nos dois refrãos. Em dois momentos do samba, nos versos “derrama nesse chão a sua proteção” e “a força, herdei de hundé e da luta mino”, os bailarinos batiam no asfalto com sonorização de palmas dos coreógrafos. Ainda tinha um passo de serpente no verso seguinte “vai serpenteando feito rio ao mar”.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Cada passo e cada gesto do casal formam uma dança efervescente, que prende atenção do público e conduz cada par de mãos a se chocarem, em palmas de louvor à apresentação de Julinho e Rute.

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Reis dos giros na Amaral Peixoto, o casal esbanjou sincronia nos movimentos e alternavam passos como se licenciasse ao outro o direito o brilhar na dança. No passinho da serpente, o casal dominou perfeitamente o espaço. Tudo é tão marcado, que na saída do módulo, até a bandeira dobrou levemente uma ponta para desviar de Julinho, que chegava para dar a mão à Rute. Mais uma grande apresentação.

Harmonia

Um dos maiores destaques do ensaio deste domingo, o canto da Viradouro era uniforme e ecoou alto por Niterói. Foi um show do quesito, com auxílio do belo andamento do samba. O primeiro setor da escola era o mais empolgado e as vozes formavam um coro impressionante. Apenas a ala depois dos casais mirins de mestre-sala e porta-bandeira destoou um pouco do conjunto da escola e apresentou um canto mais tímido. Após ela, o som subiu novamente.

“A escola, num todo, já está cantando muito bem o samba. Sempre tem uma pessoa que precisa de atenção maior no canto e a gente vem trabalhando isso nos ensaios de terça, na quadra. Porém, a unidade do canto que temos na Viradouro é muito satisfatória”, explicou Jefferson Coutinho, diretor de harmonia.

Wander Pires e seu carro de som ditaram o tom do canto da escola. O ritmo do samba com o balanço da bateria, favoreceram aos componentes chegarem até o final cantando, sem perder o fôlego no meio da pista.

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Evolução

Livre, leve, solta e pulsante. Assim foi a evolução da Viradouro neste segundo ensaio. A vermelha e branca esbanjou organização, as alas pularam entre si e não se embolaram e, ainda que em Niterói, se ensaia em uma pista mais larga que Sapucaí, ninguém saiu da marcação dos diretores de ala.

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A Viradouro parece apostar em alas soltas entre si e provavelmente confia no engajamento de cada um no sucesso do trabalho. Aparentemente, zero estresse para os diretores da escola nesta noite.

“Chegamos aqui na rua e vamos aprimorando a técnica. A escola está cantando que é uma maravilha, estamos muito bem servidos. Temos a noção de que a pista aqui é mais larga, mas na formação das alas já fazemos pensando na Marquês. Então, quanto a isso nós estamos atentos e nosso ensaio está perfeito para fazer um belo desfile”, contou o diretor de harmonia Marquinhos Mendes.

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Samba

No balanço da bateria do Mestre Ciça e no compasso de Wander Pires,o samba foi outro show no segundo ensaio de rua da Viradouro. Na parte “ê alafiou, ê alafiá!”, até a final da estrofe e nos dois refrãos se percebe um natural gás a mais no samba. O que não quer dizer que o canto caia nos outros versos, muito pelo contrário. Com a letra na ponta da língua, os componentes só fazem a obra crescer a cada dia.

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“A gente está muito entrosado com a bateria e com a comunidade. O samba está na boca dos componentes e vamos brigar muito por esse título. A nossa ala musical está cantando muito bem e fazemos ensaios para isso acontecer. A escola está toda empenhada para fazer dar tudo certo”, festejou Wander Pires após encerrar uma grande apresentação na Amaral Peixoto.

As bossas da bateria e o andamento forte, porém na cadência, ajudaram o samba a desfilar com melhor entendimento da letra e a comunidade sentir a melodia. O resultado, foi um ótimo toque e canto.

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Outros destaques

Com a “Furacão Vermelho e Branco” inspirada, não faltou samba no pé. Os passistas se deliciaram no asfalto e levantaram o público presente. Quem também esteve no ensaio foi a Rainha da Bateria Érika Januza, bem à vontade com seu traje representando o enredo, com direito à uma cobra na cabeça. Quem também tinha cobra, era a destaque Viviane de Assis, que estava um charme fazendo cobra de echarpe.

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Festejando o grande ensaio realizado, o diretor Marcelinho Calil comemorou a apresentação e o volume do canto da escola. Perguntado se a intenção da Viradouro era ser ouvida pelas co-irmãs do Rio, ele falou que a escola canta forte para não faltar mais um décimo na quarta-feira de cinzas.

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“A gente está cantando forte e a ideia é chegar em fevereiro no ápice, para que a gente consiga disputar o título mais um ano. E que, dessa vez, não nos falte nada”, disse Marcelinho.

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O ensaio teve um pouco mais de 1h de duração e seu maior defeito foi ter acabado.

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