O ano de 2023 vai chegando ao fim e, com isso, todos costumam juntar seus familiares e amigos para as datas festivas. O Natal é um feriado que possui um sentido muito especial. Celebrado no dia 25 de dezembro, é uma comemoração cristã que relembra o nascimento de Jesus. As pessoas têm a oportunidade de festejar a união, a paz, a saúde e o amor próximas de seus entes queridos. Mesmo aqueles que não são religiosos, usam a data para esse propósito. Para muitos, o Natal representa o início de um novo ciclo e a renovação de suas esperanças.
Algumas tradições fazem parte dessa data, como a ceia de Natal, que traz muitas comidas consideradas típicas, como o peru, o bacalhau, a rabanada e o panetone. É a chance de se alimentar de pratos não tão comuns durante o ano, ao lado de sua família. Outra tradição importante é a troca de presentes, que simbolizam todos os sentimentos que as pessoas têm pelas outras.
E como não poderia ser diferente, os sambistas também aproveitam o Natal junto aos seus. A reportagem do Site CARNAVALESCO conversou com algumas personalidades importantes do mundo do samba para entender como eles passam o feriado e qual é o sentido do Natal para eles.
Ito Melodia, intérprete da Unidos da Tijuca:
“O meu Natal é maravilhoso! Eu passo com a família, com a mulher que mudou a minha vida, Maria do Carmo, com minha filha Maria Alice, com Deus. Também passo com meu pai Aroldo Melodia e mamãe que já se foi também, que Deus os tenha. Passo com os meus orixás, com a minha religião, o axé. Peço a Deus que permita que nós possamos fazer nesse ano que vai entrar um belíssimo desfile, que acredito que vamos fazer, e que possamos voltar a disputar o título, que é a grande intenção e o grande objetivo da Unidos da Tijuca. Um feliz Natal para todos, ano novo, saúde e paz”.
Marquinho Art’Samba, intérprete da Mangueira:
“O Natal representa tudo o que há de bom. Representa estar com a família – embora eu tenha tido algumas perdas que não são fáceis. O Natal é o símbolo familiar, sempre um novo ciclo que se inicia e a esperança de uma vida melhor e um ano novo. Sempre sonhamos com novas conquistas, isso é o Natal e o Ano Novo. O período da pandemia foi muito difícil, só agora que estamos conseguindo nos recuperar. Em relação à comida, o que não gosto é arroz com passas – horrível. Pernil, bacalhau, rabanada – adoro comida natalina. Mas hoje estou mais ‘devagar’ e vou optar pela salada de bacalhau. Lá em casa o Natal é com todo mundo comendo e bebendo. Eu costumo dizer que o Natal, lá, é igual a porco: A gente bebe, come e fica sentado escutando música”.
Emerson Dias, intérprete do Salgueiro:
“Natal é família, é confraternização para você lembrar dos seus entes queridos e trocar carinho, felicidade. Na época da pandemia foi bem complicado, porque o grande afeto que o Natal proporciona pra gente, tivemos que deixar de lado. Mas, graças a Deus já passou tudo. O que eu mais gosto de comer no Natal é o bacalhau. Na verdade, é a minha comida preferida na vida. Mas no feriado, eu aproveito e como mais ainda. Uma coisa que eu não gosto é tâmara, tem gosto estranho. Não faço nada na cozinha, só abro a boca pra comer. Na minha casa é muita festa. Minha família é muito grande. Então, junta meus primos, meus amigos, minha irmã, meu irmão de vida Dudu Azevedo. A gente faz amigo oculto, toma banho na piscina, joga água e farinha nos outros, é muita festa”.
Rafaela Teodoro, porta-bandeira da Imperatriz:
“Pra mim, o Natal representa esperança, renovação, fé, harmonia. Relembramos o nascimento do menino Jesus e, com isso, agradecemos por nossas vidas, por nossas famílias, pela saúde de todos. Eu costumo passar o Natal em casa mesmo, com eles. No período da pandemia foi muito difícil, mas não deixamos o espírito natalino de lado. Com todos os obstáculos, buscamos forças para seguir em frente na esperança de dias melhores. Na ceia, eu adoro comer o salpicão que a minha mãe faz, sempre é a minha escolha. Não gosto muito de nozes. Eu sempre fiquei com a parte decorativa da festa. Gosto de enfeitar, arrumar a mesa com as frutas que compro na feira. Na cozinha, sou só uma ajudante mesmo”.
Rute Alves, porta-bandeira da Viradouro:
“O Natal significa uma festa de união e paz. Sempre passo em casa. Meu filho vem sempre. Meus enteados vêm um ano sim e outro ano não. Esse ano, minha neta também vem. Estou tão feliz por isso que até contratei um Papai Noel. Na época da pandemia foi muito triste, porque tive que ficar distante dos meus no feriado e também não pude viajar para visitar ninguém. Também tinha o temor de não saber quando poderíamos voltar a nos ver. Esses sentimentos ficam muito aflorados no Natal. Sobre as comidas, eu gosto de comer minha tradicional bacalhoada, sem dúvida. Rabanada eu até faço, mas não como. Faço tudo na cozinha! A ceia completa, além de um pavê que criei e já virou tradição. O resto dos doces encomendo com minha sobrinha. Ela faz uns doces ‘dos deuses’!”.
Selminha Sorriso, porta-bandeira da Beija-Flor:
“Natal representa a reflexão sobre o que é família, gratidão, amor e união. Quando as pessoas se encontram, depois de um ano inteiro sem se ver, acaba sendo uma oportunidade muito peculiar. É uma data que mexe muito com o nosso sentimento. Unir tudo isso para falar do passado, do presente e do futuro. É muito especial. Eu costumo passar em casa, mas desde que passei a namorar o Magal do Clareou, comecei a passar na casa dele, com a família dele. E meu filho também costuma passar lá. Mas esse ano, em especial, ele vai passar com o pai. A pandemia foi muito pesada, mas quem conseguiu extrair coisas boas, um aprendizado do que é estar junto aos seus, e agradecer a Deus por cada momento, pela água, pelo alimento, pelo contato físico, pela liberdade. Hoje a gente agradece mais e é mais feliz. O que eu mais gosto de comer é castanha, acho que como mais de um quilo. Eu amo castanha! Eu não gosto muito de carne suína, então o pernil não me atrai muito. Costumo cozinhar sim, principalmente a minha rabanada, que é um show! Ela é clarinha, fofinha, não é gordurosa. Só de olhar já temos vontade de saborear. Mas também faço outros pratos. Fui ao mercado e saí com o carro cheio, para ver como eu gosto”.