A Grande Rio realizou na noite de terça-feira, na Cidade do Samba, a gravação de seu samba-enredo para o CD do Grupo Especial de 2019. A escola de Duque de Caxias fez uma grande festa no local, inclusive, com um desfile de seus integrantes. O carnavalesco Renato Lage acompanhou tudo de perto e no fim ainda ficou batendo papo com o amigo Laíla.
“Trouxemos nove ônibus, a comunidade de Caxias gosta de participar da gravação do CD, fica uma coisa eternizada. É um samba profundo e diferente daquilo que fizemos nos últimos carnavais. Não é uma obra que se propõe apenas a contar o enredo mas também faz com quem esteja cantando se comprometa com aquilo. É muito rico em cada verso, nenhuma palavra está ali gratuitamente. Tem passagens em menor, tem explosão. É uma composição diferenciada e nos atende em tudo que a nossa escola se propõe”, disse o diretor de carnaval Thiago Monteiro.
A faixa foi produzida pelo maestro Jorge Cardozo. Mestre Fafá, estreando no Especial, foi muito festejado pelos 50 ritmistas. O andamento utilizado foi 142 BPM (batidas por minuto).
“Eu tenho que agradecer ao Laíla, Jorge Cardoso e Mário Jorge por me deixarem à vontade em propor as minhas ideias. Me pediram para dizer a eles a minha proposta do que eu pensava para esse samba. São pessoas que dispensam comentários. Antes dessa gravação, fizemos a da escola lá no estúdio do Mário e ele me aconselhou bastante. Para a faixa em si adotamos um andamento confortável com uma convenção na cabeça, onde viramos um quatro por seis e uma virada de dois na caída para a segunda do samba onde fazemos um desenho de caixas, com a marcações seguindo retas e dando sustentação ao andamento”, explicou o mestre.
Responsável pelo microfone principal da Grande Rio, o intérprete Evandro Mallandro mostrou toda sua categoria na gravação.
“O Laíla brincou comigo, mandando eu me preparar para o dia de colocar a voz, que terá um batismo. Estou muito feliz e enraizado, estou morando em Caxias. É claro que bate aquele frio na barriga por ser a Grande Rio, uma grande escola. Mas eu estou muito enturmado com o pessoal, o mestre Fafá é uma pessoa maravilhosa também. Toda a produção do CD me deixou muito à vontade. Sobre essa questão de a escola ser muito comentada por tudo que aconteceu eu vejo como um processo de adaptação ao samba. É uma linha diferente de se fazer samba. Eu gosto desse desafio”.