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Grande Rio faz desfile brilhante, encanta a Sapucaí com visual esplêndido e entra na briga pelo título

Escola de Duque de Caxias apresentou um desfile grandioso, com apuro estético impressionante, reforçando o talento criativo da dupla Gabriel Haddad e Leonardo Bora. Ao fim, saiu ovacionada sob gritos de “é campeã!”.

A Acadêmicos do Grande Rio foi a penúltima escola a pisar na avenida na última noite de desfiles do Grupo Especial. A tricolor de Caxias encantou o público com um conjunto visual deslumbrante, evidenciando o talento da dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora em cada detalhe apresentado. O apuro estético se destacou em todas as alegorias, com uma riqueza de detalhes impressionante. Cada carro possuía uma composição visual tão minuciosa que era impossível desviar o olhar sem perder algum elemento. Além disso, a grandiosidade e a volumetria das alegorias ampliaram o impacto cênico do desfile, tornando-o ainda mais imponente.

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No aspecto musical, a escola também brilhou, com um desempenho excepcional da dupla Evandro Malandro e Mestre Fafá. O desfile da Grande Rio foi sólido, vibrante e visualmente esplêndido, garantindo uma forte comunicação com o público. Os quesitos foram defendidos com maestria, com destaque para o bailado do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel Werneck e Taciana Couto, que mais uma vez brilharam na avenida.

O único senão ficou por conta da evolução, que apresentou momentos de irregularidade ao longo do desfile.

A Grande Rio levou o Pará para a Sapucaí com o enredo “Pororocas Parawaras – As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, encerrando sua apresentação aos 76 minutos e saindo ovacionada pelo público, que entoou gritos de “é campeã!”.

Comissão de Frente

A comissão de frente da Acadêmicos do Grande Rio em 2025 foi coreografada por Hélio Bejani e Beth Bejani. A apresentação, intitulada Quatro Contas, foi inspirada na música de Dona Onete e na tradição do Tambor de Mina, trazendo para a avenida a história das princesas Mariana, Jarina e Herondina.

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A narrativa mostrou as três “Belas Turcas” embarcando em um navio para fugir das guerras santas. No mar, elas enfrentam uma tempestade, mas são guiadas pelo Encantado Tói Averequete, uma entidade ligada às águas, que as conduz ao Mundo do Encante. Assim, as princesas não experimentam a morte, mas se transformam: encontram Jurema e tornam-se caboclas, enquanto os turcos da embarcação se convertem em “mineiros” e entram em um transe espiritual. Essa transição foi representada de forma orgânica, sem grandes truques cenográficos, mas executada com extrema precisão e impacto visual.

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A apresentação contou com um belíssimo tripé, mas, diferentemente da maioria das comissões de frente, o ato principal da narrativa ocorreu no chão, o que trouxe um charme adicional à encenação. A iluminação cênica da Sapucaí foi utilizada para compor a atmosfera do espetáculo, com grande parte da coreografia realizada sob luzes baixas. Embora esse recurso tenha criado um efeito dramático, em alguns momentos comprometeu a visibilidade. O grande ápice ocorreu quando a parte de trás do tripé se virou para o júri, revelando uma mandala que simbolizava os rios e igarapés do Pará, inspirada no desenho presente no piso do Theatro da Paz.

Mestre-sala e Porta-bandeira

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Acadêmicos do Grande Rio, Daniel Werneck e Taciana Couto, representou a força e a magia das águas encantadas com a fantasia As Águas dos Meus Encantos. O figurino, em tons de verde-água, esmeralda, tiffany e turquesa, remetia às profundezas dos rios e mares encantados, com detalhes que imitavam pérolas, conchas e escamas.

* LEIA AQUI: A Nobreza Submersa: A Lenda das Princesas no Abre-Alas da Grande Rio

Inspirados na fluidez das águas, Daniel e Taciana bailaram com leveza, encantando o público com uma apresentação marcada pela elegância e pela sincronia. A dupla incorporou passos de carimbó à coreografia, agregando ainda mais autenticidade à dança. Além do refinamento técnico, demonstraram grande segurança ao longo de toda a avenida, mesmo quando um imprevisto ocorreu.

Ao avançarem para a apresentação na cabine três dos jurados, a parte de trás da fantasia de Taciana se abriu inesperadamente. Rapidamente, a equipe de apoio entrou em ação, resolvendo a situação com eficiência. O público, que acompanhou o momento com apreensão, celebrou aliviado quando tudo foi solucionado sem comprometer o desempenho do casal.

Enredo

O enredo da Acadêmicos do Grande Rio em 2025 foi “Pororocas Parawaras – As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, desenvolvido pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A escola propôs um mergulho em águas encantadas, narrando uma saga que entrelaça a mitologia amazônica e a tradição da Tambor de Mina, religião de matriz afro-indígena presente no Pará e no Maranhão.

A história foi conduzida pela lenda das Princesas Mariana, Herondina e Jarina, conhecidas como “Belas Turcas”, que fugiram das guerras santas na Turquia e encontraram nas águas amazônicas o caminho para o Mundo do Encante. No percurso, passaram por um processo de transformação espiritual, conectando-se com o universo das caboclas e dos encantados.

A narrativa do enredo foi fortemente influenciada pelas músicas de Dona Onete, principalmente a canção “Quatro Contas”, e explorou a fusão entre elementos islâmicos e a cultura amazônica. A estética do desfile misturou a sofisticação dos mosaicos turcos e a arte islâmica com a vibrante identidade visual do Norte do Brasil, trazendo referências a palácios otomanos, ao carimbó e às tradições ribeirinhas. O enredo foi traduzido com clareza nas fantasias e alegorias, sem grandes dificuldades de entendimento do mesmo.

Alegorias e Adereços

A Grande Rio apresentou um conjunto visual impressionante, composto por três tripés e cinco carros alegóricos, alinhados ao enredo. As alegorias refletiram o que há de melhor no trabalho da dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A fusão entre a cultura amazônica, o Tambor de Mina e as influências islâmicas, resultando em um desfile de forte apelo simbólico.

O apuro estético se destacou em todas as alegorias, com um nível de riqueza de detalhes impressionante. Cada carro trazia uma composição visual tão rica que era impossível desviar o olhar sem perder algum elemento. Além disso, a grandiosidade e volumetria das alegorias reforçaram o impacto cênico do desfile, tornando-o ainda mais imponente.

No entanto, um problema pontual comprometeu a execução perfeita do conjunto alegórico. Um dos balões do carro abre-alas, que fazia parte da cenografia, apresentou instabilidade desde o início do desfile. Ele já estava mais baixo do que os demais e, ao se aproximar da cabine três, acabou despencando. Apesar desse contratempo, o impacto visual do desfile da Grande Rio permaneceu marcante, consolidando a força plástica da escola na Avenida.

A escola iniciou sua apresentação com o tripé “A Mesma Lua da Turquia”, representando a conexão entre a cultura islâmica e a tradição amazônica. O elemento cênico trazia uma imponente lua crescente sobre um mar simbólico, remetendo à jornada das Princesas Turcas e seu destino no Mundo do Encante. Logo depois, o abre-alas “Travessia e Realeza Submersa”, dividido em dois chassis, simbolizou o naufrágio das princesas e sua transformação no reino encantado. O carro misturava criaturas marinhas e mosaicos islâmicos, criando um cenário de transição entre dois mundos.

Dando sequência à narrativa, o segundo tripé, “Portais da Encantaria”, marcou a passagem definitiva das princesas para o universo mítico do Tambor de Mina, com referências a ritos e símbolos desse culto afro-indígena. Em seguida, veio o segundo carro, “Quem é de Barro, no Igapó, é Caruana”, que exaltou a cerâmica marajoara e tapajônica, representando a ancestralidade amazônica e a conexão espiritual dos Caruanas com as águas e a natureza.

No meio do desfile, a escola trouxe o terceiro carro, “Tambor de Mina: O Sultanato Caboclo”, uma representação grandiosa do palácio encantado, onde as entidades espirituais transitam entre diferentes culturas, unindo influências africanas, indígenas e islâmicas. Logo depois, o terceiro tripé, “Venham Ver as Três Princesas Baiando no Curimbó”, celebrou a fusão da dança e dos ritos do carimbó com o universo encantado, reforçando o sincretismo presente no enredo.

O desfile se encaminhou para o fim com o quarto carro, “Aparelhagem Astral”, que destacou a relação entre espiritualidade e musicalidade paraense, trazendo elementos das festas ribeirinhas, aparelhagens e a energia dos batuques do Tambor de Mina. Para fechar a apresentação, a escola trouxe o quinto e último carro, “Noite de Festa: A Felicidade Está Me Esperando, A Felicidade Mandou Me Buscar”, exaltando os grandes festejos populares do Pará e a devoção às águas sagradas, encerrando o desfile em clima de celebração.

Com esse conjunto alegórico, a Grande Rio construiu um desfile visualmente rico, marcado por forte identidade cultural.

Fantasias

O conjunto de fantasias da Grande Rio esteve à altura do que se viu nas alegorias, refletindo o apuro estético característico da dupla de carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A identidade visual dos artistas foi evidente, mantendo sua assinatura sem cair na repetição, trazendo novidades dentro de suas características marcantes.

As cores foram muito bem aplicadas ao longo do desfile. O início, dominado por diferentes tons de azul, chamou atenção e criou um efeito visual impactante. Conforme os setores avançavam, a escola se transformava em um espetáculo vibrante e multicolorido, reforçando a presença dos elementos do Pará e da estética amazônica.

O único ponto negativo foi o peso de algumas fantasias, que comprometeu o desempenho de alguns componentes. Vários desfilantes precisaram ser carregados por paramédicos, evidenciando o desgaste causado pelo figurino. Um caso mais crítico ocorreu na ala 7, “Aguaguaras”, onde um componente passou mal em frente à cabine três e teve sua fantasia arrastada.

Apesar dessas dificuldades, o conjunto visual foi belíssimo, com destaque para as alas iniciais e para as baianas, que brilharam com a fantasia “Joias d’Água”, um verdadeiro espetáculo de riqueza e acabamento.

Harmonia

O desempenho musical da Grande Rio é destaque ano após ano, a sintonia entre mestre Fafá e o intérprete Evandro segue evoluindo. A dupla executou com maestria o elogiado samba da escola, a bateria destacou pela cadência precisa e pelo equilíbrio entre os instrumentos, também foram inseridos tambores de Mina, curimbós e maracas para valorizar ainda mais o trabalho dos ritmistas, foi um show. O canto da comunidade foi uniforme, apesar de não ser explosivo, os componentes cantaram de forma exemplar, isso ficou evidente durante uma falha do som da avenida em que o canto foi perceptível.

Samba-Enredo

O samba, composto por Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes, foi apontado no pré-carnaval como um dos grandes destaques da safra. Na Avenida, a obra confirmou seu valor, mostrando-se envolvente e musicalmente exemplar. A combinação de uma letra forte com uma melodia cativante garantiu um belo desempenho, impulsionando o canto da comunidade de Caxias, que se manteve firme e uniforme ao longo de todo o desfile.

Sem dúvida, o verso que antecede o refrão principal e o próprio refrão foram os momentos de maior destaque, conquistando o público e ajudando a sustentar a força do desfile.

Evolução

A evolução da Grande Rio teve alguns contratempos ao longo do desfile. Nenhum deles foi grave, mas comprometeram a plena fluidez da apresentação. Os principais problemas ocorreram durante as apresentações da bateria nas cabines de julgamento.

Na primeira cabine, o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira e um grupo cênico avançaram antes do tempo, enquanto os ritmistas demoraram um pouco para acompanhar. O desencontro foi breve, mas perceptível. Já na segunda cabine, o erro ficou mais evidente, pois o espaçamento entre a bateria e os demais segmentos foi maior, comprometendo momentaneamente a harmonia do desfile.

Nas demais cabines, não houve registros de problemas similares. No entanto, ao longo da apresentação, a escola alternou momentos de fluidez com outros mais travados, o que impediu um deslocamento completamente uniforme. Por outro lado, um ponto positivo foi a organização dos componentes dentro das alas, garantindo um visual coeso e bem distribuído na Avenida.

Outros Destaques

Um dos momentos mais marcantes do desfile foi a passagem de Paolla Oliveira à frente da bateria Invocada. Em sua última apresentação como rainha, a atriz desfilou com emoção visível e foi ovacionada pela Sapucaí inteira, reforçando a forte conexão que construiu com a escola e o público ao longo dos anos.

Além disso, a Grande Rio manteve sua tradicional aposta em um time estrelado de musas, trazendo para a avenida diversas personalidades famosas que abrilhantaram ainda mais o desfile.

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