O ano de 2025 promete ser mais um de grandes emoções para a Portela, a maior campeã do carnaval carioca. Nesse ano, a azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira homenageará o cantor e compositor Milton Nascimento com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol”, de autoria dos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga. Gilsinho, intérprete oficial da agremiação, já está com os preparativos a todo vapor para o desfile na Marquês de Sapucaí. Celebrando 18 anos desde sua primeira passagem pela Portela, em 2006, ele reforça o compromisso de levar para a avenida um espetáculo à altura da história da escola. “Ah, mais um ano que a gente vai poder mostrar o nosso trabalho na avenida. Vamos em frente, o carnaval está aí, e na outra semana a gente vai dar um show”, afirma o cantor confiante.
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Conhecido por sua voz potente e carisma, Gilsinho destaca que seu trabalho nos sambas da Portela é de valorização do canto dos componentes. “Eu coloco o samba do jeito que a escola gosta, do jeito que a escola é, e um pouquinho do meu jeito também, para cantar confortavelmente. Os sambas já chegam prontos. A gente muda uma notinha aqui, outra ali, para a comunidade cantar legal. A gente faz o que o samba já é”, explica. Esse trabalho atencioso para o canto é um dos segredos para o sucesso do samba-enredo na comunidade portelense, que cantou forte na pré-temporada.
A rotina de preparação para o carnaval é intensa. Além da Portela, Gilsinho também é intérprete da Tom Maior, em São Paulo. Ele revela que mantém uma disciplina rigorosa no cuidado da voz para dar conta da dupla jornada. “É correria, mas a gente treina. Faço bastante exercícios de respiração, tomo muita água para hidratar e vou mantendo o trabalho”, conta. Na semana que vem, ele estará em São Paulo para um ensaio e, no domingo de carnaval, desfilará pela escola do grupo especial paulista. Em seguida, retorna ao Rio para fechar o carnaval com a Portela o inédito terceiro dia de desfiles, na terça-feira de carnaval. Apesar da agenda cheia, Gilsinho garante que seu coração permanece na Portela. “É até spoiler se eu falar, mas enquanto Deus permitir, a gente vai indo”, brinca, sem revelar muitos detalhes sobre o futuro.
Quando questionado sobre o maior samba da Portela em sua trajetória, Gilsinho não hesita: “É o ‘Contos de Areia’. Foi o samba que marcou muito, porque eu estava junto com meu pai na avenida. Um samba que gosto demais, muito bem feito, e que não deixo de cantar em lugar nenhum. É um samba de história”, relembra o cantor que desde cedo já acompanhava seu pai, Jorge do Violão, baluarte e integrante da velha guarda da Portela. O samba de 1984, que homenageou Paulo da Portela, fundador da agremiação, Natal da Portela, patrono da escola, e Clara Nunes, cantora e apaixonada pela Águia Altaneira, é um marco não só para ele, mas para todos os portelenses.
Sobre a avaliação dos jurados, Gilsinho vê o julgamento como um incentivo. “Acho legal. É mais um estímulo para a gente trabalhar bem. Todo mundo das alas musicais de todas as escolas está trabalhando muito bem, preparado e fazendo o melhor possível. O julgamento é só mais um incentivo para a gente melhorar ainda mais”, reflete.
Gilsinho segue como uma das vozes mais marcantes da escola, levando à avenida não apenas o seu talento, mas também o amor pelo samba e pela tradição portelense. Em 2025, a expectativa é que ele e a azul e branco brilhem mais uma vez, perpetuando o canto de Milton Nascimento e a beleza do céu de Oswaldo Cruz e Madureira.