Responsável pela comunicação da Liga-SP, Jairo Rozen, desde 2012, mudou a relação com a imprensa, e, principalmente, com os sambistas. A aprovação é grande e tudo isso passa por um trabalho eficiente. Ele vem coordenando com êxito, instruindo os profissionais e o segmento só tem a crescer e atrair públicos maiores. Em se tratando de carnaval é algo diferente, que virou referência para todos os outros lugares. A forma “descontraída” abordada nas redes sociais e nas lives é um dos aspectos positivos. Hoje, o leitor “conversa” com os canais da Liga, gerando engajamento e acessos. Recentemente, a transmissão do evento de lançamento dos sambas de 2023 com os mini desfiles foi de grande sucesso. Além disso, as artes, capas de CD e o marketing para a venda de ingressos se destacam bastante.
“A Liga tem dado importância para que dentro da pista corra bem e fora dela corra melhor ainda para que a gente tenha um ambiente onde a pessoa que não conhece o carnaval, se apaixone e volte novamente. É o cuidado não só das escolas e da parte burocrática, também com nosso público, as pessoas que vêm assistir carnaval e tem a festa como um entretenimento. Fazer com que o carnaval não seja só um desfile na pista, mas que seja um mega evento que é um dos principais da cidade de São Paulo”, declarou Jairo Rozen.
As lives de transmissão de ensaios técnicos e desfiles de Acessos I e II ‘salvaram’ muita gente que não puderam ou por algum motivo, não conseguiram ir ao Anhembi. Além disso, expandiu o carnaval paulistano para o Brasil todo. O gerente de comunicação falou que pretende melhorar para essa temporada. “A ideia é fazer cada vez mais as nossas transmissões dos nossos canais nas redes sociais serem melhores. A partir do dia 27 de janeiro teremos a transmissão dos ensaios técnicos. Vamos transmitir os desfiles do Acesso 1 e 2. A gente está planejando isso porque ficamos devendo. Foi um carnaval diferente, onde o grupo de Acesso I e II foram antes do Especial e a TV Globo estava montando sua estrutura. Esse ano a ideia é que a gente chegue com uma transmissão melhor que 2020, que foi perto do ideal”, explicou.
Jairo Rozen contou que a principal estratégia para melhorar é cada vez mais trazer o público para perto. “Eu acho que esse trabalho que a gente tem feito dentro do Sambódromo e eventos é de grande importância. Queremos trazer conforto para o público se sentir em casa. A Liga não é esse ‘ser superior’, essa entidade suprema. Pelo contrário, a Liga é a casa dos sambistas. Hoje, a gente tem todas as escolas dentro da Fábrica do Samba e quem quiser conhecer a Liga e quem trabalha nela, pode fazer isso. A conexão vem daí mesmo. Não entender a Liga como se fosse um ‘deus’. A Liga é um facilitador para as escolas, imprensa e para o público. Esse é o nosso trabalho”, disse.
As capas dos CDs do carnaval de São Paulo são muito criativas nos últimos anos. O uso do colorido e a forma que se enaltece a escola campeã do ano anterior agradam os sambistas. Jairo Rozen explicou o processo de criação. “As capas nos últimos anos a gente tem feito internamente. A Dani (Daniella Strachino), que é a nossa designer, tem sido responsável por fazer todo o projeto gráfico. Não só da capa do CD, mas como toda a comunicação visual do carnaval. Ela está responsável por isso desde o carnaval de 2019. Esse é o quarto ano. É algo que a gente construiu. Não ficar dependendo de agências e pessoas externas. Temos aqui pessoas do carnaval que sabem do que os sambistas gostam e querem ver. O que funciona e não funciona. Sobre a capa, eu fico muito feliz porque eu vejo a cada ano muitas pessoas elogiando. É trabalhoso, desde o dia do desfile a gente contrata um fotógrafo específico para tirar a foto do CD. Nós acertamos de novo e o pessoal da Mancha Verde ficou muito feliz. Eu vi um pessoal ano passado dizendo que a Liga não se preocupa com as pessoas, porque nós não colocamos o rosto dos componentes, mas isso é uma tremenda bobagem, porque um carro abre-alas ele é um símbolo de milhares de pessoas. É o orgulho de milhares de pessoas que batalharam para chegar no desfile com aquele carro na avenida e ganhar o carnaval. Dos 34 presidentes, tenho certeza que o sonho deles é ver o abre-alas estampado na capa do CD do carnaval, porque isso quer dizer que você foi campeão do carnaval”, declarou.
As faixas de sambas-enredo das escolas para o próximo carnaval foram disponibilizadas nas plataformas digitais e CD físico. Em 2021 e 2022, a Liga adotou um modelo diferente, no qual cada agremiação gravou o seu samba, passa para a entidade e ela juntou todas as trilhas-sonoras. Anteriormente, estava sendo gravado na Fábrica do Samba. Jairo falou sobre a mudança. “Nos últimos dois carnavais esse foi o modelo encontrado. A gente tem saudade de montar a tenda e fazer as gravações ao vivo. Não desistimos disso. É porque no ano passado tivemos pandemia. Evitamos a aglomeração. Em 2022 o carnaval foi em abril e tudo ficou muito corrido para fazer aquela logística de montar. Agora com o carnaval voltando para fevereiro, vamos dar uma respirada. Em abril nós terminamos o carnaval e em maio já tivemos que pensar em outro. Mas ficou muito legal, as escolas tiveram bastante cuidado com o produto. Mas a gente sabe que tem que voltar a seguir um padrão. Só que vamos focar em fazer o maior carnaval de São Paulo novamente e depois vamos sentar e conversar para ter um álbum ainda melhor para 2024”, comentou.