A bateria “Swingueira de Noel” da Unidos de Vila Isabel fez um ótimo ensaio técnico, na abertura da terceira semana do grupo especial, sob o comando de mestre Macaco Branco. Um ritmo fluído, bem equalizado e com uma afinação potente de surdos foi apresentado. Bossas profundamente integradas à melodia do samba também deram um brilho a mais, na grande apresentação da bateria da Vila.
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Na cabeça da bateria “Swingueira de Noel”, uma ala de cuícas ressonante exibiu um trabalho sólido, fazendo um feijão com arroz bem temperado, valorizando o ritmo e marcando o samba. Um naipe de chocalhos acima da média se apresentou muito bem tocando interligados com uma ala de tamborins, que executou um desenho rítmico com certa complexidade com notória eficiência. É possível dizer que o belo entrosamento entre chocalhos e tamborins encheu de virtude sonora o trabalho das peças leves da Vila.
A parte de trás do ritmo da bateria da Vila contou com sua afinação peculiar, bem pesada. Impressionante o timbre puxado mais para o grave da marcação de primeira, com uma potência capaz de tremer o chão da Avenida, junto da resposta da segunda mais aguda, permitindo um Groove exemplar. Marcadores de primeira e segunda foram firmes e precisos durante todo o ensaio. Surdos de terceira foram responsáveis pelo balanço, tanto fazendo ritmo, quanto nas participações pra lá de caprichadas nas bossas. Incrível a sintonia e integração musical das terceiras nas paradinhas da escola do Boulevard. Um naipe de repiques coesos e equilibrados auxiliaram no preenchimento dos naipes médios. Que também contou com a tradicional mescla entre caixas retas eficientes tocadas embaixo dando consistência e de taróis com suas rufadas genuínas contribuindo com um volume sonoro de bastante destaque. Uma cozinha da “Swingueira” exibindo um grande trabalho, com o inconfundível ritmo da Vila.
As bossas eram extremamente integradas ao animado samba-enredo da escola do bairro de Noel. Paradinhas contendo pressão sonora envolvendo a afinação dos surdos foram percebidas, além do fato de aproveitar as terceiras para efetuar frases rítmicas pontuais, demonstrando exímio bom gosto musical. Um leque que, mesmo sendo mais enxuto, se mostrou musicalmente atraente e principalmente dançante. São bossas para os componentes dançarem, contagiando o desfilante e impulsionando a evolução durante o percurso da agremiação. A paradinha da cabeça faz o que pede o samba e imita um trem fazendo um barulho de locomotiva, garantindo interação popular com os ritmistas dançando pra lá e pra cá. Para quem não sabe, Locomotiva de Noel era o apelido do ritmo que fazia a bateria da Vila Isabel, na época do grande mestre Ernesto, que merece a menção musical por ter forjado a identidade rítmica herdada por mestre Mug há muito tempo atrás. A retomada da bossa que, seguindo o pedido pela letra vem do “silêncio” (vazio) tem um charme valioso, pois usa exatamente a forma como historicamente a bateria da Vila sobe seu ritmo no esquenta do Setor 1, desde os tempos do saudoso mestre Amadeu Amaral.
![Freddy Ferreira analisa bateria da Vila Isabel no ensaio técnico na Sapucaí 1 bateria vila et0802](https://carnavalesco.com.br/wp-content/uploads/2025/02/bateria_vila_et0802.jpg)
Um grande ensaio técnico da bateria “Swingueira de Noel” da Vila Isabel, dirigida pelo mestre Macaco Branco. Uma bateria da Vila genuinamente vinculada à essência do que há de mais tradicional em seu ritmo, tudo isso aliado a bossas contemporâneas com frases musicais bem conectadas à obra da escola. Um ritmo marcado pela boa fluência entre os mais diversos naipes, que tocaram de forma equilibrada por toda a pista de desfile. Certamente mestre, diretores e ritmistas têm motivos de sobra para voltarem orgulhosos para a quadra de ensaios na 28 de Setembro.