Um ótimo ensaio técnico da bateria “Furiosa” do Acadêmicos do Salgueiro, sob o comando dos mestres Guilherme e Gustavo. Um ritmo potente, com a afinação de surdos mais pesada, característica da escola com quadra de ensaios na rua Silva Telles. Outro ponto de imenso destaque da bateria do Salgueiro foi um conjunto de bossas extremamente acima da média. A musicalidade das paradinhas da Academia levantou o público, energizando a passagem da bateria por toda a Avenida.
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Na cabeça da bateria do Salgueiro, uma ala de showcalhos executou um trabalho extremamente diferenciado, parecendo um só tocando por toda a pista. Um naipe de cuícas competente mostrou boa técnica musical, auxiliando na sonoridade das peças leves. Tamborins executaram um desenho rítmico com certa complexidade de modo eficiente e ressonante. O bom entrosamento entre tamborins e chocalhos foi notado, sendo um dos pontos altos da parte da frente do ritmo salgueirense.
Na parte de trás do ritmo da “Furiosa”, uma afinação de surdos bem pesada, plenamente inserida no DNA musical da escola foi percebida. Marcadores de primeira e segunda foram firmes e precisos, tanto ditando o andamento, quanto fazendo bossas com eficiência. Os surdos de terceira simplesmente brilharam, seja fazendo ritmo ou executando com brilhantismo as paradinhas salgueirenses. Um bom naipe de caixas tocou mesclado a uma ala de taróis de virtude musical, preenchendo os médios junto de repiques eficientes. A cozinha da bateria da escola branca e encarnada do morro do Salgueiro ainda contou com atabaques que deram um molho único nas bossas, além de alguns ritmistas do repique, que desfilaram carregando Cowbell, um instrumento semelhante ao agogô, mas com somente uma única campana (boca).
As bossas salgueirenses trouxeram um brilho de valor sonoro incalculável para a bateria “Furiosa”. Todos os arranjos seguem o que solicita o próprio samba da escola. É possível dizer que a influência musical em cada trecho segue linhas distintas, de acordo com o que a obra pede. No trecho “sou herança dos malês” o ritmo consolida um toque que remete ao Norte da África. Enquanto no refrão do meio, sobre a fé no Sertão, existe uma boa mescla entre Baião e Maracatu, num arranjo bem musical que ainda termina com uma frase rítmica atrevida dos tamborins. Já no verso “Salve Seu Zé”, a bateria Furiosa transportou o clima da Avenida direto para um terreiro de macumba, numa bossa de construção musical bem contemporânea, além de refinada. Todas as paradinhas se aproveitaram das nuances da melodia, bem como da pressão sonora envolvendo a afinação privilegiada dos pesados surdos salgueirenses. Destaque para os arranjos envolvendo as terceiras do Salgueiro, sempre dando uma luxuosa contribuição.
Galeria de fotos do ensaio técnico do Salgueiro na Sapucaí para o Carnaval 2025
Uma ótima apresentação da “Furiosa” do Salgueiro, dirigida pelos mestres Guilherme e Gustavo. Bossas profundamente conectadas à letra e a melodia do samba salgueirense foram exibidas, sempre com boa precisão na execução. Um trabalho equilibrado, consistente e bastante potente garantiram um treino impactante da bateria da Academia do Samba.
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