A bateria “Maricadência” fez um ótimo ensaio técnico, sob o comando do mestre Paulinho Steves. Um ritmo que se destacou pela profunda integração musical, dando ao samba o que ele pede, tanto em andamento, quanto em paradinhas.
Foi possível perceber uma bateria “Maricadência” bem pesada, com um afinação com boa distinção entre os timbres. O agudo dos surdos de segunda tinha um ressoar que impressionou. Os marcadores de primeira e segunda pulsaram com firmeza. Os surdos de terceira foram responsáveis pelo balanço, que se manteve correto. O complemento dos médios foi consistente e de qualidade. Repiques se mostraram coesos e exibiram boa sonoridade. Assim como as caixas de guerra executaram um trabalho bastante sólido contribuindo com volume.
Na parte da frente do ritmo, uma ala de tamborins se destacou com um desenho rítmico simples, mas pautado pela melodia do samba. Junto dele, quem também brilhou foi um naipe de chocalhos bem integrado, apresentando bom volume e técnica. Uma ala de cuícas correta e um naipe de agogôs eficiente também contribuiu com a musicalidade da cabeça da bateria da Maricá.
Com bossas que se aproveitavam das variações melódicas, quase intuitivas, o impacto sonoro era provocado pela pressão dos surdos. Inclusive, em dois arranjos foi possível notar o balanço criado nas paradinhas pela diferença de timbres entre as afinações de primeira, segunda e terceira. Um trabalho que resultou em uma musicalidade enxuta e uma sonoridade destacada, revelando bom gosto.
O ótimo trabalho da bateria da União de Maricá no seu primeiro ensaio técnico na Sapucaí impressionou o público presente, que caiu dentro do ritmo por onde ele passava, mesmo com uma chuva insistente. Importante ressaltar que nem isso murchou ritmistas ou mesmo fez cair a afinação das marcações, numa noite em que a galera do ritmo e seus diretores se doaram de forma integral para o bom treino da “Maricadência”, de mestre Paulinho Steves.