A bateria “Guerreiros” da Unidos de Padre Miguel fez um ensaio técnico muito bom, comandada pelo já experiente mestre Dinho. É possível dizer, inclusive, que o mestre demonstrou a todo tempo ter a bateria na mão, tamanha era o entrosamento rítmico entre os naipes e as escolhas certeiras de bossas. Uma apresentação que uniu ritmo de qualidade, pressão explosiva de surdos e bossas com boa musicalidade.

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Na cabeça da bateria da UPM, cuícas corretas se uniram a um toque eficiente do naipe de agogôs. Uma ala de chocalhos de nítida virtude musical foi notada, com toque que por vezes era executado entrelaçado com o igualmente talentoso naipe de tamborins. O desenho rítmico dos tamborins junto da convenção dos chocalhos deram um brilho musical bastante valioso à bateria “Guerreiros” de mestre Dinho.

Na parte de trás do ritmo, surdos potentes e bem afinados, com intuito de dar pressão ao ritmo foram percebidos. Um trabalho preciso e eficiente dos ritmistas de primeira e segunda, tanto na execução de bossas, como na manutenção do andamento. Surdos de terceira abrilhantaram a cozinha da bateria “Guerreiros”, com um toque envolvente, que deu balanço ao ritmo e em paradinhas.

Caixas de guerra com um trabalho sólido deram base musical para sustentar com eficácia o ritmo, isso junto de repiques que tocaram de forma coesa e uníssona. O molho dado pelos naipes médios foi um recheio musical precioso de uma bateria que, graças a pressão de surdos, teve uma passagem explosiva.

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Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação Rio Carnaval

Atabaques auxiliaram nas bossas, assim como um único agogô de uma campana (boca), ainda na parte traseira da bateria do Boi Vermelho da Vila Vintém.

Um leque de bossas dinâmico foi apresentado, demonstrando a versatilidade rítmica da bateria da Unidos de Padre Miguel. Paradinhas baseadas na pressão de surdos mostraram relativo impacto, assim como uma nuance rítmica na hora de cair para a segunda do samba se mostrou envolvente, além de bastante funcional.

A bossa do “Toca o Adarrum”, mesmo simples, é uma criação musical muito bem fundamentada, com atabaques utilizando baquetas, fato que remete ao uso do aguidavi sagrado, atrelando religiosamente o enredo à musicalidade do ritmo da UPM.

Uma passagem segura, equilibrada e muito boa da bateria “Guerreiros” da Unidos de Padre Miguel, sob a regência de mestre Dinho.

Um ritmo com balanço irrepreensível, bossas potentes e peças leves diferenciadas, que certamente deixou empolgada e esperançosa toda comunidade da Vila Vintém.