Um ótimo ensaio da bateria “Guerreiros” da Unidos de Padre Miguel, comandada por mestre Dinho. Um ritmo equilibrado e fluído, graças ao andamento confortável e uma diferenciada afinação de surdos.
A cozinha da bateria da UPM contou com uma afinação privilegiada de surdos, além de marcadores de primeira e segunda bastante precisos durante o ensaio. Os surdos de terceira deram um balanço envolvente à parte de trás do ritmo. Repiques coesos e integrados preencheram a sonoridade dos médios, junto de caixas de guerra profundamente ressonantes. Na bateria “Guerreiros” ainda tinham ritmistas tocando frigideiras, que contribuíram com a musicalidade da parte traseira do ritmo.
Na parte da frente da bateria, um naipe de tamborins de altíssimo nível técnico executou um desenho rítmico pautado pela belo samba-enredo da Unidos. Tocando de forma interligada aos tamborins, uma ala de chocalhos extremamente acima da média mostrou valor sonoro. Complementando as peças leves, cuícas seguras se exibiram acompanhados de uma ala de agogôs funcional. O trabalho musical da cabeça da bateria esteve a altura do belo desempenho da parte traseira do ritmo da bateria “Guerreiros”.
Bossas profundamente ligadas as variações melódicas da obra da UPM mostraram um casamento musical simplesmente fabuloso. O caminho conceitual foi dar ao samba do Boi Vermelho exatamente o que pede a canção, fazendo com que a fluência dos arranjos fosse praticamente intuitiva. Ao invés da complexidade, a escolha foi extrair o máximo possível da sonoridade com escolhas simples, mas que se mostraram muito funcionais. Paradinhas que acrescentaram nordestinidade atrelaram culturalmente o enredo sobre Padre Ciço à sonoridade da Unidos.
Um ensaio técnico que mostrou uma bateria da UPM dirigida por mestre Dinho praticamente pronta para o desfile oficial. Um treino que garantiu uma execução de bossas com bastante segurança dos ritmistas, que nitidamente bem ensaiados, garantiram um toque privilegiado em paradinhas por toda a pista.