Um ensaio técnico muito bom da bateria “Cadência de Niterói”, comandada por mestre Demétrius. Um ritmo consistente e com uma equalização de timbres de alto nível se juntou a conjunto de bossas com bastante nordestinidade dando o tom desse grande ensaio da bateria da Niterói.
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Na parte da frente do ritmo, uma ala de cuícas exibiu um trabalho muito bom, com solidez musical e consistência. Um naipe de chocalhos de imensa qualidade técnica veio vestida com roupas juninas, entrando no clima do enredo da escola. Uma ala de tamborins com carreteiro volumoso e uníssono, desfilou com um desenho rítmico de certa complexidade, melhorando sua execução conforme o ensaio passava e os ritmistas talentosos se adequavam à batida. Um trabalho magistral envolvendo as peças leves, mostrando coesão musical e adicionando valor sonoro à cabeça da bateria da Niterói.
A cozinha da bateria da “Cadência de Niterói” apresentou um ritmo consistente, com uma ótima afinação de surdos, além de uma equalização de timbres simplesmente fabulosa. Foi possível ouvir todos os naipes da bateria da Niterói, independentemente do ponto em que se estivesse pela pista. Surdos de primeira e segunda foram precisos e seguros ao longo do cortejo. Já as terceiras exibiram um balanço envolvente tanto fazendo ritmo, quanto na hora das bossas. Uma ala de repiques de boa técnica musical ajudou no preenchimento dos médios, junto de um naipe de caixas de guerra ressonante, que serviu como base musical para as mais diversas peças. Em meio ao ritmo também desfilaram zabumbas e triângulos, tendo papel importante em bossas.
As bossas da Niterói exibiram uma musicalidade bastante atrelada ao enredo da escola, de vertente junina. A mescla por ritmos nordestinos conduziu por completo a construção musical privilegiada, que apresentou inegável bom gosto musical, com direito a zabumbas e triângulos em meio ao ritmo. São paradinhas dançantes, que embalam o componente no desfile, impulsionando a evolução da agremiação. Os dois refrões possuem bossas com essas características, já a paradinha da cabeça do samba é a única sem levada nordestina, se aproveitando da pressão de surdos e do bom molho dos médios (caixas e repiques).