Um desfile excelente da bateria “Swing da Leopoldina” (SL) da Imperatriz Leopoldinense, regida por mestre Lolo. Um ritmo potente, equilibrado e com uma conjugação sonora simplesmente fabulosa entre todos os naipes. Isso tudo ainda contou com uma musicalidade preciosa das bossas, bem inseridas no tema africano da Rainha de Ramos.
Na parte de trás do ritmo leopoldinense, uma afinação sublime de surdos deu um peso impactante aos graves, que foi muito bem aproveitado para realçar os diferentes timbres nos arranjos propostos. Marcadores foram firmes e bastante seguros. Surdos de terceira demonstraram excelência plena, com uma condução musical fascinante, seja em ritmo ou em bossas. Um naipe de repiques técnico tocou de forma coesa junto de uma ala de caixas de guerra com ótima ressonância. Foi possível notar também atabaques, que deram uma contribuição luxuosa em meio ao ritmo, junto de agogôs de duas campanas (bocas) em paradinhas.
Na cabeça da bateria “SL”, um naipe de tamborins impecável executou um desenho rítmico com imensa qualidade. Tudo complementado por uma ala de chocalhos fabulosa, que tocou interligada aos tamborins, dando um acrescento sonoro fabuloso nas peças leves com um carreteiro impactante de ambos os naipes. O preenchimento sonoro da parte da frente do ritmo ainda teve uma ala de cuícas com virtude sonora, com um toque musicalmente poderoso.
Bossas que impressionavam pela musicalidade de alto impacto foram executadas de forma cirúrgica. Uma pressão sonora garantida pela potente afinação de surdos garantiu ovação popular pelos módulos. Os arranjos levavam em conta o belo samba da Imperatriz para consolidar o toque pautado pelas variações melódicas, além de estarem plenamente inseridos no enredo de matriz africana da escola. Ataques atuaram de modo precioso, transformando a Sapucaí num grande terreiro de Candomblé. Destaque para a contagiante bossa do refrão do meio com três gritos seguidos de “Hey!” de todos os ritmistas. A paradinha exibida duas vezes no último módulo fez a plateia delirar, aplaudir e gritar junto.
Um desfile exemplar da bateria “SL” da Imperatriz Leopoldinense, comandada por mestre Lolo. Uma bateria da Imperatriz bem encaixada e musicalmente conectada a obra da agremiação. Destaque para a exímia fluência entre todos os naipes, um leque de bossas potentes, que proporcionaram uma apresentação impactante, capaz de garantir pontuação máxima, quiçá concorrer por eventuais premiações.