A bateria “Soberana” da Beija-flor de Nilópolis fez um ensaio técnico muito bom, comandada pelos mestres Rodney e Plínio. Mestre Rodney, inclusive, não conseguiu conter a emoção, no que pode ter sido o último esquenta em ensaio técnico de Neguinho da Beija-flor como intérprete oficial da escola (embora ainda tenha o teste de luz e som). Uma bateria “Soberana” com um equilíbrio acima da média e uma destacada fluidez musical foi notada. Com bossas intimamente ligadas ao samba, suas execuções foram precisas pela pista, garantindo uma boa passagem da bateria da Beija.
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Na cabeça da bateria, uma ala de cuícas sólida se exibiu corretamente, adicionando valor sonoro à parte da frente do ritmo. Um naipe de chocalhos de nítida virtude musical tocou de modo entrelaçado com uma boa ala de tamborins, que se exibiu com eficiência e precisão. O trabalho de ambos juntos mostrou um louvável entrosamento, que encheu de brilho musical as peças leves da Beija-flor.
A parte de trás do ritmo da bateria “Soberana” contou com uma afinação de surdos bastante privilegiada. Impressionante o ressoar agudo vindo do surdo de segunda, assim como o consistente timbre grave da primeira. Os marcadores de primeira e segunda foram seguros e precisos, seja mantendo o andamento ou executando as bossas. Os surdos de terceira foram responsáveis pelo bom balanço do ritmo nilopolitano. Caixas de guerra consistentes ajudaram a preencher os naipes médios, assim como uma ala de repiques de grande destaque auxiliou no ritmo, além das paradinhas. Complementando a musicalidade da cozinha da “Soberana”, uma ala de frigideiras potente e inserida no DNA musical da escola contribuiu com seu peculiar tilintar metálico. Em meio a parte traseira da bateria foi possível perceber atabaques e agogô de duas campanas (bocas), que tinham participação importante na bossa da segunda passada do estribilho.
As bossas da bateria da Beija-Flor eram todas profundamente integradas ao aguerrido samba-enredo da azul e branca de Nilópolis. Todos os arranjos foram conduzidos pelas nuances melódicas da obra da Beija, consolidando através delas seu ritmo. Pode ser dito, inclusive, que se tratam de paradinhas que impulsionam e contagiam o componente pela pista, mostrando uma concepção voltada ao acompanhamento do samba e pensando em quem desfila. Uma criação musical em forma de homenagem que teria sobretudo o aval e a chancela do gênio Laíla.
Uma apresentação muito boa da bateria “Soberana” da Beija-Flor, sob o comando dos mestres Rodney e Plínio. Foi exibido um ritmo fluido e equilibrado, junto de bossas com boa musicalidade, além de plena integração com o samba da azul e branca.