InícioSérie OuroAcadêmicos de NiteróiFreddy Ferreira analisa a bateria da Acadêmicos de Niterói no desfile

Freddy Ferreira analisa a bateria da Acadêmicos de Niterói no desfile

A bateria da Acadêmicos de Niterói fez um um desfile muito bom. Um ritmo marcado pela concepção musical pautada pela simplicidade. Soluções rítmicas funcionais contribuíram com a fluência plena entre os naipes.

A cozinha da bateria apresentou um ritmo de extrema qualidade. Com uma afinação de surdos privilegiada, além de marcadores precisos e firmes. Caixas de guerra ressonantes deram valor sonoro a “Cadência de Niterói”. Repiques talentosos contribuíram no preenchimento da sonoridade de maneira eficaz. Os surdos de terceira deram inegável balanço ao ritmo.

A cabeça da bateria exibiu naipes de qualidade técnica simplesmente irretocável. Começando por três filas de cuícas, que eram ouvidas em qualquer parte do ritmo. Uma ala de chocalhos de inegável virtude musical se exibiu com firmeza e precisão. Um naipe de tamborins absurdamente talentoso efetuou uma batida simples, pontuando a melodia do samba-enredo da caçula do grupo com invariável qualidade técnica.

A bateria de mestre Demétrius virava em cada passada do samba sem convenção no refrão principal, garantindo versatilidade ao ritmo. Vale ressaltar que após esse movimento, tamborins faziam uma subida muito bem pontuada, que ajudava a dar pressão junto às marcações que executavam a virada. Mesmo sendo simples, tal movimento ocorria num lugar incomum do refrão principal, já que acontecia após o primeiro verso “É Niterói”, retomando o ritmo e a plena fluência entre os naipes no segundo verso “A pedra fundamental”. Um detalhe musical de um trabalho com bom gosto e esmero, fundamentado em soluções simplistas.

A paradinha da cabeça do samba é iniciada com tapas em conjunto que se aproveitaram da síncope do samba, contando ainda com tamborins que participaram com destaque junto às caixas de guerra e surdos, além dos repiques solistas que exibiram não só técnica, como classe. Foi a construção musical mais elaborada, apresentando certo grau de dificuldade.

Uma bossa no final da segunda do samba valorizou a obra com um arranjo musical simples, mas absolutamente funcional. Repiques consolidam chamadas para toques rítmicos em conjunto, com destaque para as terceiras finalizando a convenção com pressão junto às caixas de guerra volumosas e bem integradas. Uma musicalidade eficaz, permitida por uma concepção baseada em simplicidade.

Um “apagão” provocou certa interação popular, fechando a bateria no final da segunda do samba. Ritmistas balançaram os braços para um lado e para o outro, antes da retomada ser efetuada com uma virada.

As apresentações nos três módulos de jurados transcorreram perfeitamente, sem qualquer problema a ser evidenciado da pista de desfile. Uma estreia da bateria da Acadêmicos de Niterói para recordar, onde foi apresentada uma conjunção sonora de respeito, com uma integração musical notável entre os mais diversos naipes. Mestre Demétrius tem motivos de sobra para ficar feliz com a atuação dos ritmistas da “Cadência de Niterói”, no que foi seu primeiro carnaval sem os saudosos irmãos Billucka em sua diretoria de bateria. Henricão e Claudinho Cardoso se orgulharam em outro plano, de um desfile que apresentou virtude sonora com soluções musicais descomplicadas.

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