Força de matamba! Mangueira mostra chão forte e samba quente em último treino antes do ensaio técnico na Sapucaí

Samba da verde e rosa mostra constante crescimento e impulsiona canto da escola

Em mais um ensaio na Visconde de Niterói, o último antes do ensaio técnico no próximo sábado na Marquês de Sapucaí, a Mangueira deixou ótimas impressões e mostrou que seu samba cresce a cada semana, impulsionado pelo ótimo entrosamento entre os intérpretes Marquinhos Art’Samba e Dowglas Diniz, que estão formando a dupla pelo terceiro ano consecutivo. Principalmente, a segunda parte do samba que é um retrato mais urbano e atual chega com muita facilidade ao componente, potencializando o canto e o funcionamento do samba. A escola apresentou um chão aguerrido e com gogó afiado em praticamente todas as alas, e apesar do samba ter uma maior explosão de canto na segunda passada, toda a obra é entoada com força pelos seus componentes. O casal de mestre-sala e porta-bandeira Matheus Olivério e Cynthia Santos foi outro destaque do ensaio, competentes e carismáticos, receberam muito carinho do público presente.

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A Mangueira se prepara para fechar o domingo de carnaval do Grupo Especial, com o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”, desenvolvido pelo carnavalesco Sidney França, estreante na agremiação.

Comissão de Frente

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Foto: JM Arruda/Divulgação Mangueira

A escola vem apresentando em seus ensaios uma comissão pautada quase que integralmente na dança, sem elementos ou adereços. A coreografia criada por Lucas Maciel e Karina Dias usa elementos de danças de origem africana e tem como momento de maior clímax um dos componentes no meio da roda executando passos de dança de rua, recebendo muitos aplausos do público. Uma coreografia limpa e bem realizada.

Mestre-sala e Porta-bandeira

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Foto: JM Arruda/Divulgação Mangueira

Uma apresentação de extremo vigor, característica marcante de Matheus e Cynthia, acrescentada de emoção e representatividade ao enredo contado. O resultado foi um show assistido por quem estava na Visconde de Niterói. Matheus dançou de forma visceral, com muita expressividade no olhar, e Cynthia com seus giros potentes e ao mesmo tempo com uma pitada de leveza ao seu bailado. No trecho final do refrão principal, “orgulho de ser favela”, a emoção e orgulho de ambos era visível. O público os ovacionou, reação que fez jus ao nível da apresentação realizada.

Samba e Harmonia

Conjunto que funcionou com notória potência durante todo o ensaio. A largada do samba já dá o tom de como ele passa no ensaio, e o rendimento foi mantido até o final da apresentação. Art’Samba e Dowglas mostraram categoria na sustentação do samba e também no casamento entre suas vozes, que funcionam de forma excelente juntas, com o bom apoio dos demais intérpretes do carro de som da escola. A primeira parte do samba é mais poética, a segunda parte tem construção de versos mais diretos utilizando termos atuais como no verso “a moda é ser cria”, sendo que essa parte do samba é que inicia o ápice do rendimento do mesmo no ensaio, chegando nos dois refrãos que pulsam no cantar dos mangueirenses, proporcionando uma excelente harmonia. Raros foram os componentes que deixaram a desejar em relação ao canto. Mangueira incorporou a força de matamba.

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Foto: Luiz Gustavo/CARNAVALESCO

Dowglas Diniz falou ao CARNAVALESCO sobre o desempenho do samba no ensaio e da expectativa para o ensaio técnico no próximo sábado

“O rendimento do samba foi o que você viu hoje, graças a Deus, estamos conseguindo colocar tudo que a gente está trabalhando na prática na rua, a comunidade está cantando o samba com o coração mesmo, porque esse é o samba para todo mangueirense. Então eu espero que sábado seja um dia maravilhoso pra nós, para gente celebrar tudo aquilo que a gente está construindo até o momento. Estou muito feliz com o desempenho do samba, muito feliz com a comunidade, com a nossa forma de trabalhar, eu acredito que tem tudo a dar certo para a Estação Primeira de Mangueira no carnaval 2025”.

Evolução

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Foto: JM Arruda/Divulgação Mangueira

A Mangueira passou quente pela Visconde de Niterói, uma evolução com ritmo forte e alas sem espaçamento. A escola vem bastante coreografada em seu início, o que costuma ser um ponto de atenção, porém a evolução destas alas fluiu muito bem, sem ser uma coreografia engessada ou que desse mais lentidão ao andamento da escola. Do segundo setor em diante as alas vieram mais soltas e desfilaram com muita animação.

Outros Destaques

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Foto: JM Arruda/Divulgação Mangueira

A ala de crianças, com algumas bem novas chamou a atenção pelo canto na ponta da língua e pela alegria dos pequenos. A bateria, de Rodrigo Explosão e Taranta Neto, executou suas bossas durante todo o ensaio para esquentar a escola. Durante uma passada inteira, apenas surdo e tamborim fizeram a sustentação do ritmo, deixando o restante para o canto dos componentes.