A Dragões da Real aposta novamente no casal de mestre-sala e porta-bandeira mais experiente do Carnaval de São Paulo. Rubens Cardoso e Janny Moreno vêm se destacando dentro da “Caverna do Dragão” e defenderão o pavilhão da Vila Anastácio pelo quarto ano consecutivo. O mestre-sala já acumula longa trajetória na agremiação e teve diversas parceiras ao longo da carreira. Porém, agora parece ter encontrado a dupla ideal para o quesito. Juntos, já apresentaram performances em enredos como João Pessoa, África e Ciclo da Vida, e agora se preparam para a passarela com um tema indígena – As Guerreiras Icamiabas. O casal concedeu entrevista ao CARNAVALESCO e comentou sobre diferentes assuntos, como o novo trabalho, as lições aprendidas no Carnaval 2025, o apoio da comunidade e a vasta experiência de ambos.
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Um novo projeto
O mestre-sala demonstrou alegria ao falar sobre mais um ano de defesa do pavilhão da Dragões da Real em sua consolidada carreira. “São 18 anos! Vamos levar a bandeira mais uma vez, buscando o título com a minha companheira, tentando a nota máxima e, principalmente, nos divertindo. É o que mais fazemos na escola. Até nas quartas-feiras, quando não há ninguém na quadra, estamos por aqui”, declarou.
A porta-bandeira elogiou a escola e destacou o carinho que recebe da comunidade. “Eu digo que a Dragões da Real é o céu do carnaval. As pessoas são muito humanas, de uma gentileza enorme, e é realmente uma escola de gente feliz”, afirmou.
Análise do último desfile e aprendizados
Janny Moreno celebrou a apresentação no último carnaval, avaliando como marcante e emocionante. “Acho que foi maravilhoso. Cada giro ao som do samba era uma sensação indescritível. Só de falar eu me arrepio! O Rubens e eu temos uma conexão muito especial, de parceria e afeto. Saímos inteiros da avenida e muito satisfeitos”, disse.
Rubens também se mostrou contente com o desempenho, mas destacou que o estilo da parceria é mais “agressivo”, enquanto o samba de 2025 tinha um tom mais emotivo. Para ele, o carnaval de 2026 deve se aproximar do perfil de 2024, quando conquistaram a nota máxima. “Antes de tudo, saímos felizes com o que entregamos. O samba do último ano tinha uma pegada completamente diferente da de 2024. Em vários momentos eu brincava: ‘Rubens, você não é um bruxo, você é um elfo’. Foi algo mais delicado. Em 2025 tivemos a missão de transmitir emoção junto com a escola. Agora, com o tema indígena, voltamos às nossas características principais, que são a garra e a intensidade”, explicou.
Cabeça erguida e apoio da comunidade
No Carnaval 2025, a dupla recebeu duas notas 9,9, o que custou um décimo para a escola. Janny encara a situação com naturalidade. “Nós estamos sujeitos à avaliação. Concordo com o resultado e já viramos a página. Perder dois décimos nos motiva a trabalhar ainda mais para que não aconteça novamente. Não adianta lamentar. Como nosso presidente sempre diz: ‘Temos que estar felizes e focar em um resultado positivo’. É isso que estamos fazendo. Meu maior objetivo é realizar um grande trabalho ao longo do ano”, afirmou.
Rubens, por sua vez, disse ainda procurar entender os motivos da dedução, mas ressaltou a confiança da comunidade. “Quem não está preparado não entra no jogo. Isso vale para todos. Sempre digo aos mais novos: É a comunidade que nos dá a nota máxima. Eles acreditam em nós para defender o quesito, e nosso papel é honrar isso. Foram dois décimos que perdemos, e até hoje não entendi onde. Mas não vou discutir com quem avaliou. O importante é que a Janny e eu somos nota 40, e ninguém tira isso de nós. A diretoria e a comunidade também acreditam nisso”, declarou.
Fim de carreira?
Durante o segundo ensaio técnico da Dragões da Real, Rubens deu uma entrevista ao canal da Liga-SP no YouTube que foi interpretada como uma possível despedida. Ele negou, mas admitiu que a idade chega e uma hora vai encerrar. Vale ressaltar que Rubens é o mestre-sala mais experiente do carnaval paulistano. “Na verdade, eu disse que nosso tempo está chegando. Sou o mais velho do carnaval. Em 2026 estarei com 51 anos na avenida. Precisamos entender que tudo tem seu ciclo. A escola até brincou: ‘Você não vai parar’. Mas interpretaram errado. Apenas disse que meu tempo pode estar próximo. Depois dos 50, tudo muda. Hoje estamos bem de saúde, mas amanhã não sabemos. Não faço planos longos. A Selminha Sorriso tem 53, eu tenho 51, e o mais próximo de mim é o Wagner, dos Gaviões da Fiel, com 45. Precisamos aceitar nossos limites e preparar todos para que não haja surpresa”, explicou.
Janny, também entre as porta-bandeiras mais experientes, afirmou se sentir realizada. “Tenho 47 anos e 28 de carreira. Me sinto muito feliz na pista, e isso é o que realmente importa”, concluiu.









