Bom de bola, bom de samba e…bom de canto. O componente caxiense, mais uma vez, deu o nome e foi o destaque de mais um ensaio de rua da Acadêmicos do Grande Rio, na noite do último domingo, na Avenida Brigadeiro Lima Silva, coração de Duque de Caxias. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel Werneck e Taciana Couto, também abrilhantou a apresentação.
* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp
O treino começou às 21h24 e teve um pouco mais de uma hora de duração. Os componentes percorreram pouco mais de 600 metros. A apresentação também marcou a estreia da comissão de frente da agremiação. No fim da apresentação, o diretor de carnaval, Thiago Monteiro, avaliou a sincronia da escola e a organização como os pontos altos da noite.
“Apesar da comissão de frente ter vindo pela primeira vez, a gente marca o tempo deles toda semana. Sobre o ensaio, estou muito satisfeito e feliz. A cada semana que passa, a nossa comunidade vem amadurecendo mais e entendendo cada vez mais o que é preciso ser feito. No dia do desfile, a Grande Rio sairá do barracão sabendo o que vai fazer na Avenida. Gostei da organização e da maturidade da escola. O que mais gostei foi essa sincronia e organização”, analisou o diretor de carnaval.
Comissão de frente
Sob o comando dos coreógrafos Hélio e Beth Bejani, a comissão de frente da Tricolor Caxiense fez seu primeiro ensaio de rua na temporada. A apresentação contou com 15 bailarinos, entre eles 12 homens e três mulheres. Foi marcada pelo grande entrosamento, além de uma coreografia que a todo momento complementava o samba-enredo. As três bailarinas, inclusive, representavam as três irmãs encantadas Jarina, Herondina e Mariana.
Hélio e Beth destacaram que o ensaio de rua tem um papel fundamental para aprimorar a preparação dos bailarinos, apesar da apresentação não ser a mesma que será levada para o desfile oficial na Marquês de Sapucaí.
“Foi incrível, a comunidade estava cantando absurdamente. Já deu um gás mais do que extra para nós. Apesar de não ser exatamente a coreografia da Avenida – que inclui vários outros elementos – ela prepara o físico. É importantíssimo para que eles tenham esse condicionamento durante o ensaio de rua”, explicou a coreógrafa.
“Esse primeiro impacto é muito bom para ensaiar e para o preparo físico da galera. Até por conta do espaço dos jurados, a gente vai tendo uma ideia de como inserir as outras situações que virão para complementar a comissão”, comentou Hélio.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Reverenciado pelo povo caxiense, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel Werneck e Taciana Couto, deu um show de conexão e sincronismo, além de apresentar um bailado encantador. A coreografia por vezes trazia traços do carimbó, mas sem perder a essência da dança do quesito. Um espetáculo à parte no carnaval caxiense.
Harmonia
O ponto alto da escola desde os primeiros ensaios da temporada. Mais uma vez, a Grande Rio mostrou a força de seu chão e o poder do hino assinado por Mestre Damasceno. No ensaio deste domingo, os componentes conseguiram manter o nível de excelência do canto ao longo das quatro cabines de jurados. A reta final do ensaio é marcada por um trecho mais íngreme da Avenida Brigadeiro Lima e Silva, o que dificulta que o desfilante mantenha o nível do canto. Mesmo assim, a comunidade não deixou de ecoar a plenos pulmões cada verso do samba. Destaque para a ala 14.
Evolução
Um samba-enredo escolhido e abraçado pela comunidade traz efeitos diretos na evolução do desfile, e o carnaval da Grande Rio é uma amostra disso. Livres, leves e soltos, os componentes brincaram Carnaval e aproveitaram os quase 700 metros de pista. Muitas alas portavam adereços de mão, como bambolês e bastões iluminados. A quantidade de alas coreografadas também chamava a atenção, como a ala seis. Entre os destaques do quesito está a ala 23. Nela, os desfilantes trazem a vestimenta e a dança do tradicional carimbó do Pará. Tem tudo para ser uma das alas mais encantadoras do desfile.
Por outro lado, vale se atentar ao distanciamento de um desfilante para o outro em algumas alas. Um pouco antes da segunda cabine de jurados, algumas delas pareciam mais encolhidas, enquanto outras ocupavam um espaço maior.
Samba-enredo
A obra cresce a cada ensaio, seja na quadra ou na rua. A força da comunidade e o entrosamento entre o carro de som e a bateria resultaram em um samba forte e ecoado de forma cada vez mais intensa ao longo dos treinos. Entre os destaques, vale pontuar o pré-refrão “Protege Caxias nas águas de Nazaré/”. O verso marca o início de uma explosão que contagia o chão caxiense, em especial, nas bossas.
Ao fim do ensaio de rua, o intérprete Evandro Malandro fez uma breve avaliação da apresentação. Como sempre, o comandante do carro de som caxiense não poupou elogios para o chão da Grande Rio.
“Pode parecer clichê, mas é ‘chover no molhado’. Cada vez mais, a nossa comunidade vem cantando nos ensaios de rua e quadra. Isso é só uma amostra do quão forte esse samba é. Estou muito feliz com cada apresentação que a gente faz. Este samba é ecoado cada vez mais. O encaixe do carro de som com a bateria também está muito bom”, analisou Evandro Malandro.
Questionado sobre o que esperar do samba no ensaio técnico, Malandro disse torcer e acreditar que ele seja fortemente ecoado por toda a Passarela do Samba.
“O meu desejo é que toda aquela pessoa que mandou energias positivas para a Grande Rio – os simpatizantes de outras escolas – cante. Eu quero muito que esse samba seja ecoado não somente pelo componente da Grande Rio, mas também pela Sapucaí em nosso ensaio técnico. É meu desejo que ele seja ecoado a plenos pulmões na Avenida, nos camarotes e na arquibancada. É muito aguardado, a gente espera que surja esse efeito tão pretendido por nós”, afirmou o intérprete.
Outros destaques
Destaque para a bateria da Grande Rio, que tem tido um papel fundamental em um samba cada vez mais forte e explosivo. Sob o comando do “major” mestre Fafá, os ritmistas testaram mais uma bossa, desta vez na cabeça do samba.