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Fé é o que move a Morada! Religiosidade da escola foi o principal motivo da escolha do enredo da Mocidade Alegre

Presidente Solange Cruz, enredista Léo Antan e carnavalesco Caio Araújo falam sobre o tema e compactuam da mesma ideia

É verdade que o enredo da Mocidade Alegre repercutiu de forma bastante positiva dentro do carnaval, principalmente, internamente na escola. Desde o anúncio até os dias de hoje, a comunidade vive em êxtase em virtude do anúncio. É um tema de fé que obviamente tende a ir para o lado afro, mas com uma abordagem diferente. Quem nunca andou ou carregou um terço, guia, patuá ou qualquer coisa de proteção… É dessa fé que a Morada do Samba vai desfrutar na avenida em busca do sonhado tricampeonato consecutivo, tendo como objetivo repetir o feito do início da década passada, onde a agremiação foi campeã nos anos de 2012, 2013 e 2014. Desenvolvido pelo carnavalesco Caio Araújo e com o enredista Léo Antan, o enredo da Mocidade Alegre para 2025 é intitulado como: “Quem não pode com mandinga não carrega patuá”.

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Muita fé e projeto avançado

A presidente Solange Cruz está muito feliz e encantada com o tema. A gestora, que completou 20 anos à frente da Morada, exaltou os seus carnavalescos, sua comunidade e quer buscar o tri.

“Na realidade, eles vieram e apresentaram alguns enredos para nós, trouxeram algumas dicas, mas não era tudo aquilo. Aí eu falei: ‘Poxa, mas eu queria uma coisa assim e outra coisa assim’ e eles apareceram com isso. A gente ficou muito contente, o Léo Antan foi muito feliz no desenvolvimento do enredo, juntamente com o Caio, que se debruçaram lá, e uma semana depois eles voltaram. O Caio passou uma semana lá no Rio com o Léo, e nessa volta já veio com essa grande novidade para apresentar para nós. Foi muito bacana, é uma coisa que a escola gosta e é uma coisa que a gente abraça. A fé é uma coisa que mexe comigo, mexe muito com a agremiação, enfim… Agora é fazer o nosso diferencial para buscar o tricampeonato”, declarou.

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Segundo a presidente, o barracão já está em funcionamento. O carnavalesco Caio Araújo iniciou os pilotos. A líder também fala que é uma escola visada e encara isso como algo natural, visto que é bicampeã do carnaval.

“Já estamos trabalhando, o Caio já está no último setor da escola a nível de fantasia, e a gente já iniciou algumas coisas de pilotos, de protótipos, já estamos trabalhando. A gente tem que começar, porque sabemos que somos a escola agora avisada, e é normal, é natural. A gente entende isso, o que a gente almeja é que outras também almejam. Então é natural, é normal que todo mundo queira isso, e é claro que a gente vai trabalhar em busca do tri”, completou.

Estreia com o pé direito

O carnavalesco estreante na escola, o jovem Caio Araújo chega na agremiação após fazer dois carnavais como artista oficial na Mocidade Unida da Mooca. Não conseguiu o acesso junto à agremiação da Zona Leste, mas seu trabalho principalmente na parte plástica se destacou e despertou interesse da Mocidade. Aliás, devido ao fato da reação positiva da comunidade, dá para notar que o profissional estreou com o pé direito. O artista deu sua visão sobre o tema.

“‘Quem não pode com mandinga não carrega patuá’ foi um enredo que nas pesquisas com o Jorge e com o Léo, a gente foi descobrindo aos poucos e acho que ele foi se revelando para gente. Desde o começo das nossas primeiras conversas, era uma vontade muito grande de trazer um enredo que fosse um carinho para a comunidade da Mocidade Alegre. Era muito importante que fosse um enredo com uma identificação imediata, com a identidade da escola, com o poder da comunidade e acho que a gente conseguiu fazer isso. As primeiras respostas estão sendo bem positivas”, explicou.

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Seguindo a linha de pensamento da presidente, a fé é o que move a comunidade. De acordo com Caio, foi feita muita pesquisa para encontrar um denominador comum. “Acho que a gente tinha uma ideia de ligar principalmente a uma religiosidade afro-brasileira e conseguimos realizar tudo aos poucos. A gente não tinha uma ideia fixa do que seria, mas ao longo das pesquisas foram aparecendo. A ideia era justamente quando a gente descobriu que teria que ser um enredo baseado nesse dito popular. Dessa fé que a gente carrega no pescoço, que faz parte do nosso dia a dia, que a gente carrega um patuá na carteira, um crucifixo no pescoço, colocamos a nossa guia… É dessa fé que a gente tem sempre”, concluiu.

Detalhes do enredo

A função de um enredista tem sido cada vez mais contundente dentro de uma escola de samba, sobretudo no momento de definir o enredo. Hoje, uma pesquisa e sinopse bem feita é o fio condutor do desfile. Léo Antan, que ocupa esse cargo na Mocidade Alegre, explicou o enredo na sua ótica e entrou em mais detalhes. Segundo o profissional, o tema passa por toda uma linha histórica até chegar na figura das baianas do carnaval.

“Chegamos aos amuletos, aos objetos de fé e mais do que isso, chegamos a um recorte muito histórico e muito preciso do que é o enredo e de como os objetos de fé são inseridos na cultura brasileira. Para isso, a gente tem esse fio condutor da chamada bolsa de mandinga, que era um objeto usado por escravizados islamizados no Brasil e que se tornou sinônimo de feitiçaria, macumba, magia e foram perseguidos pela inquisição católica. Então a partir desse objeto a gente mostra a resistência do povo preto, a recriação que eles fizeram na diáspora e, a partir disso, falamos dessa forma de acreditar, sincrética, sem preconceito e sem intolerância. Então a partir desse objeto que vai conduzir todo o nosso enredo, saindo desde os escravos islamizados até as baianas do carnaval brasileiro como um todo. A gente vai passar por uma série de outros objetos que falam sobre fé e que estão relacionados também a esse ato de acreditar em algo. Então a bolsa de mandinga, digamos assim, é o nosso fio condutor do nosso enredo. É o ponto de partida e ponto de chegada também. A partir disso o nosso enredo se desdobra em vários objetos, elementos que falam sobre essa proteção, sobre o sincretismo e chegando obviamente até o carnaval, até a figura da baiana do carnaval, que é uma figura síntese da brasilidade e do que a gente pode ser enquanto país”, explicou.

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