InícioSão PauloFábio Ricardo celebra título do Rosas e se declara para São Paulo:...

Fábio Ricardo celebra título do Rosas e se declara para São Paulo: ‘aqui vivo arte’

Em 2025, o carnavalesco conquistou o primeiro título da carreira na escola; ao falar da cidade, profissional aproveitou para exaltar o metrô paulistano

Há mais de uma década, o nome de um carnavalesco em específico está em evidência nas grandes escolas de samba. Mesmo com desfiles consagrados por público e crítica, entretanto, faltava algo: o título. E, em 2025, Fábio Ricardo declarou o que lhe faltava para garantir um lugar no seleto grupo de campeões do Grupo Especial no eixo Rio-São Paulo. Com o enredo “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”, o profissional chegou à primeira colocação no pelotão de elite da folia paulistana logo na estreia no grupo. E não foi só isso.

* Seja o primeiro a saber as notícias do carnaval! Clique aqui e siga o CARNAVALESCO no WhatsApp

estrelasp25 11

A reportagem do CARNAVALESCO entrevistou Fábio Ricardo na entrega do Estrela do Carnaval, premiação idealizada e organizada pelo portal e realizada no Pratifaria Bar, na avenida Brigadeiro Faria Lima. Além de ser o profissional que concebeu o enredo, ele também venceu a categoria Carnavalesco do Ano. Por fim, o quarto carro do Rosas, “O Mundo na Palma da Mão”, também conquistou os Destaques do Ano (votação popular do Estrela do Carnaval) como melhor alegoria.

Euforia pelo título

Ao ser questionado sobre a sensação de, enfim, ser esportivo, o profissional relembrou amizades cariocas e os primeiros instantes na Roseira. Ele começou a relembrar uma passagem dele próprio em um famoso bairro da Zona Sul carioca: “Posso falar na sinceridade? Parece que minha ficha não caiu ainda. De verdade! É tanta coisa, é sentimento por trás disso tudo que eu levo sempre uma coisa na minha vida, que eu li na casa de uma amiga minha lá na Urca, lá no Rio de Janeiro, amigona de anos, concierge. Tem uma frase na casa dela escrita assim: ‘faça uma pessoa feliz todo dia’. A missão dela é essa, ela me ensinou isso”, lembrou.

Logo depois, veio a lembrança das primeiras sensações durante o carnavalesco da atual campeã do carnaval paulistano: “Quando cheguei na quadra, no dia do campeonato, minha ficha não tinha caída ainda. Eu entrei lá tranquilo, eu estava ali ainda meio extasiado com aquilo tudo e uma pessoa da comunidade chegou perto de mim e Disse se eu estava feliz. Eu falei que a minha meta de conseguir deixar pelo menos uma pessoa feliz todo dia foi cumprida, já que hoje eu deixei mais de três mil pessoas felizes. Eu acho que estou com um pontinho a mais no céu. Ter deixado a escola na posição de campeã, vindo com o histórico de algum tempo lá embaixo, e vendo nos olhos da diretoria e da presidência a vontade de se superar, eu comecei a ver outra coisa: quando eu entrei na escola pela primeira vez, eu chamei o Evandro, diretor de carnaval, e falei sobre a energia do Rosas que a escola quer ganhar eu falei isso, só depende de mim e depende de vocês – e eu vou fazer o exercício pra isso. A gente vai fazer o exercício pra essa escola ganhar A gente precisa dar isso para a escola – e a gente trabalhou o ano todo para isso”, explicou.

Reconhecimento

Depois de falar sobre o título inédito da carreira, Fabinho, como é popularmente conhecido, foi questionado sobre como ele se sentia sendo escolhido pelo colegiado do Estrela do Carnaval como o carnavalesco do ano. E o profissional destacou a importância do reconhecimento – não só a ele, mas também da premiação: “Que bom que é ganhar um Oscar, né? Eu estou ganhando um Oscar. Eu fico feliz e honrado”, orgulho-se.

Logo depois, ele começou a falar da cidade que o acolheu: “É o meu segundo ano em São Paulo – mas, no Grupo Especial, é o primeiro. respeito, com um olhar tão bonito e com um prisma tão diferente para o meu trabalho que eu só tenho como ficar satisfeito com a escola. Conseguir colocar tudo isso para fora e está aí o resultado ainda tem muito mais para colocar, eu sempre estou fazendo muito mais”, disse.

Falando em São Paulo…

Fábio foi uma das primeiras pessoas a chegar ao Pratifaria Bar, mesmo sabendo que a apresentação do Rosas, vencedora do Desfile do Ano da premiação, seria a última. A cada instante era abraçado e conversava com os presentes. Tal fato deixa claro o quanto ele, mais que adaptado, está feliz na Terra da Garoa. Ao falar sobre o quanto gosta da maior cidade da América Latina, o carnavalesco foi enfático: “Essa é a pergunta que mais me fazem. Eu sempre fui apaixonado por São Paulo, quem me conhece realmente sabe desse papo – que eu estaria daqui em algum momento. Eu não viria aqui para passear porque aqui eu cheiro arte, aqui eu respiro arte, aqui eu vivo arte. Para cada esquina que você vira em São Paulo você esbarra com uma arte – e isso sempre me cativou”, explicou.

Com um exemplo ainda mais prático, Fabinho destacou que tem uma paixão bastante peculiar na capital paulista: “Eu adoro andar de metrô! O presidente da Vila Maria morria de rir quando eu falei que eu gosto de andar de metrô. Eu falei que, quando eu tiver meu apartamento novo, eu quero botar um quadro na minha sala com o mapa do metrô – sempre atualizando, claro. Isso é uma prova do tanto que eu amo essa cidade”, revelou.

Aqui, vale destacar: antes de participar do desfile de 2025 do Rosas, Fábio esteve, em 2024, na Unidos de Vila Maria – primeira escola paulistana com desfile idealizado por ele. No caso, o enredo “Forjados na Luta, Guiados na Coragem e Sincretizados na Fé: A Vila Canta Ogum!” terminou na quarta colocação do Grupo de Acesso I. O presidente da escola da Zona Norte é Adilson José de Souza.

O profissional também foi questionado sobre as diferenças entre o carnaval carioca e o paulistano – e, novamente, não se omitiu: “Sobre o carnaval de São Paulo e do Rio de Janeiro, há suas diferenças. Mas, uma coisa que eu escutei de um grande diretor de escolas de samba, o Rogério Félix, eu levei como um mantra aqui: pasta debaixo do braço. Como eu sempre digo, eu vim para fazer carnaval de São Paulo, não do Rio de Janeiro. Eu posso ter a minha essência, o meu pitaco, a minha assinatura, mas sempre sabendo o que a escola necessita, qual é o estilo da escola desfilar O resultado está aí”, ejactou-se.

Por fim, o profissional aproveitou para destacar o trabalho realizado pela Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo: “Em momento nenhum eu impus achar que as coisas do Rio de Janeiro iam dar certo aqui. O carnaval de São Paulo está em uma crescente muito grande, está amadurecendo muito. Tenho certeza de que a Liga-SP está começando a olhar com outros olhos a mudança e o crescimento daqui. Eu ganhei um boné que eu uso como uma coroa da Liga-SP, aquilo foi como se fosse uma medalha de honra ao mérito. Eu dou valor às mínimas coisas que me ofereço na vida”, destacou.

Encerramento com chave de ouro

Se o quarto Carro do Rosas também foi premiado, a alegoria fazia parte de um conjunto muito maior e desafiador para o carnavalesco. Nele, estariam representados jogos ligados às gerações mais novas – e o último carro trazia uma série de personagens de videogames, como Pikachu, do universo Pokémon, e Kirby. Fábio não negou as adversidades que teve para preparar tal alegoria: “Como foi o último setor, eu tive uma grande dificuldade de fazer porque não era uma praia que eu bebia. Era muita tecnologia, videogame, essas coisas. Eu sempre fui o garoto de rua, da peteca, do boliche, do jogo de botão, do peão, do pula pirata, da bola, do vôlei… eu era especialista em bola de gude – que, inclusive, até pesquisei e vi que a bola de gude vem do tempo medieval, e aí eu percebi que também tinha que colocar-la”, pontual.

Para vencer essas dificuldades, Fábio fez algo tão simples quanto eficiente: pesquisas com pessoas próximas: “Para beber na fonte dessas tecnologias, eu fui para campo: perguntava para as pessoas qual jogo elas mais jogavam – a não ser o Pac-Man e Street Fighter, que eu conheci e descobri os cenários maravilhosos. Fiz isso com componentes e funcionários da escola, eles me ajudaram no processo desse carro e do que colocar nesse setor. O irmão meu, Roberto Vilaronga, que é bem mais novo do que eu, foi quem fez toda a parte de pesquisa – e me ajudou muito dando ideias do que colocar ali Eu perguntei quem era Zelda, o que era RPG”, revelou, aproveitando para citar outras séries e personagens conhecidos pela geração millennial.

Logo depois, veio a explicação sobre como o projeto da já histórica alegoria foi realizada: “Mesmo com dúvidas, desenhei o carro, comecei a ouvir referências e decidir fazer um grande jogo do Mario, em que ele vai passando por várias fases e personagens até chegar à estrela. Cada pessoa que via o carro desenhado em cima da prancheta reagia exatamente do jeito que eu queria – muitos deles se perguntavam como eu tinha lembrado de alguns personagens e etc. Foi assim com diretores de carnaval, mestre e rainha de bateria… isso me deu a sensação de que eu tinha conseguido”, orgulho-se.

Por fim, Fabinho aproveitou para destacar o quanto o desafio quarto setor do Rosas é uma ótima síntese do trabalho feito por ele: “Gosto de trabalhar com o sentimento das pessoas. Foi um dos últimos carros a ficar pronto e foi o maior sucesso. no futuro, acho que minha ficha vai cair quando eu chegar no bicampeonato”, finalizou.

- ads-

Sob novo comando de mestre Vitinho, bateria ‘Cadência de Niterói’ inicia ensaios nesta quarta

Dando o pontapé inicial nos preparativos para o carnaval de 2026, a bateria "Cadência de Niterói" realizará nesta quarta-feira uma reunião do segmento e...

Sinopse do enredo da União da Ilha para o Carnaval 2026

SINOPSE Gazeta de Notícias – Notícia dos Astros – Missão RIO-HALLEY, 10. Esta sinopse funciona como um diário de bordo astronômico, registrando a passagem do...

Antônio Gonzaga sobre a Grande Rio 2026: ‘Enredo cultural e potente’

Antônio Gonzaga, novo carnavalesco da Grande Rio, conversou com o CARNAVALESCO, na noite do sorteio dos desfiles, sobre o seu retorno à Tricolor de...