A Liga-SP realizou na noite da última segunda-feira, no Itaú Cinemas, a pré-estreia de seu documentário, “Os Bastidores do Carnaval de São Paulo”, com direção de Jairo Roizen e Guma Sena. Foram convidados personalidades de escolas de samba e imprensa especializada do carnaval, que compareceram para prestigiar o filme. O documentário conta tudo o que está por trás do trabalho realizado pela Liga-SP. Foi todo montado pela empresa de áudio e vídeo, Sala 22, captando imagens do Carnaval 2023. Dali foi mostrado os vídeos de infraestrutura, projetos, funcionários, sonorização e entre outras coisas que a entidade faz acontecer para tudo ocorrer corretamente no dia do espetáculo. Além disso, mostraram como são alguns problemas na concentração, a cronometragem e a locução de voz para o Anhembi. O lançamento para o público geral acontece nesta terça, no canal da Liga, no YouTube.
Sidnei Carrioulo, presidente da Liga, dá depoimentos e conta sua história dentro da entidade. Fala sobre as ideias que teve para melhorar algumas questões, principalmente a questão do som do Anhembi, como o ponto cego.
Jairo Roizen, gerente de comunicação da Liga-SP e diretor do longa-metragem, resume tudo o que o documentário irá contar. “A ideia era nós termos um documentário para mostrar algumas situações. Mostraremos muita coisa, mas é muito pouco perto do que acontece no sambódromo. Coisas que as pessoas nem imaginam esse documentário mostrará. Primeiro, vamos mostrar para o nosso público, que já nos conhece, como funciona o som da avenida, o carro de som e o que está envolvido nos bastidores. Mas também queremos levar o documentário para plataformas de streaming para que as pessoas entendam que o carnaval não são apenas cinco dias de folia que tem um monte de gente que se fantasia. O carnaval gera empregos, é tocado por pessoas responsáveis e sérias. Em São Paulo, são 33 grandes empresas, com orçamentos maiores que muitas multinacionais – e todo esse trabalho é gerido com muita seriedade, dedicação e, principalmente, muito amor. É esse sentimento que move as escolas de samba e o carnaval de São Paulo”, explicou.
O presidente da entidade, Sidnei Carrioulo, conversou com o CARNAVALESCO e falou da importância que é ter um material como esse que a Liga-SP proporcionou. “Foi uma coisa legal. Tem várias vertentes e maneiras de ver isso. Uma de esclarecimento, porque as pessoas acham que acontecem em um passe de mágico. É importante ver a geração de emprego… E a outra é a ótica do sambista. Tudo aquilo que antecede o espetáculo que eles assistem na avenida. Esse filme vai esclarecer muitas coisas, dúvidas e acredito muito que as pessoas depois de ver o filme, vão ter uma outra ótica de tudo aquilo que eles veem pronto. A gente fica muito feliz. Esse é o primeiro de muitos que a gente quer fazer. Queremos muito mostrar os bastidores internos das escolas. Desde a escolha dos sambas, ensaios, transporte de alegoria. A gente vai dar continuidade e fazer alguma coisa nesse sentido”, disse.
Direção do documentário
Diretor do projeto, Guma Sena conta sua ótica do filme. “Nesse documentário, estamos mostrando uma parte do carnaval que as pessoas não conhecem, que são os bastidores – justamente o título do documentário. Nele, a gente retrata como é o dia a dia da Liga-SP, como funciona e, em uma narrativa do Jairo, ele fala que as pessoas acham que a Liga-SP é um monstro ou algo intocável – e não é isso. A Liga-SP nada mais é do que a junção de todos os presidentes de todas as escolas de samba. Tudo isso é decidido em comum acordo – e, a partir disso, nasce a instituição. No documentário, retratamos um pouco da Concentração, a correria que é (e as pessoas não tem noção do que é isso), a parte operacional, a logística para montar o Anhembi (já que a empresa entrega a estrutura e quem faz isso é a Liga-SP, e administrar tudo isso durante o carnaval é um trabalho muito grande. É isso que o filme retrata”, declarou.
De acordo com Guma, foi um aprendizado para a vida dele. “O documentário é importante para que as pessoas saibam, principalmente que já consome o carnaval e o samba – e, quem não gosta, também. É importante mostrar a estrutura como um todo. Tive a felicidade de participar de tudo isso, do dia a dia… eu, como sambista, que nasceu no carnaval, também aprendi muita coisa nesse período de gravação. Estamos sempre aprendendo, vendo alguma novidade. É o que o documentário vai retratar. É importante que todos conheçam isso, todos vão ver com um olhar um pouco diferente, além da pista e do espetáculo”, afirmou.
A presidente da Mocidade Alegre, Solange Cruz, esteve presente. No filme, teve momentos emocionantes envolvendo a sua escola, como participação no desfile e o título do Carnaval 2023, e ela se disse emocionada, pois foi pega de surpresa. “Eu achei incrível, até porque tinha coisas que nem eu sabia. Isso é muito legal, as pessoas acham que a gente vive 24 horas por dia dentro da Liga-SP, e não é isso. Vamos para algumas reuniões, apenas. Tem muitas coisas que acontecem nos bastidores do evento e do projeto carnaval que até a gente desconhece. Tinham pessoas na sala falando que nunca viram tal pessoa ou que não sabiam que tal pessoa tinha tal função ou vice-versa. Isso foi muito legal, já que não vivemos esses bastidores diariamente. Quem vive foi quem realmente falou, colocou para fora e mostrou tudo isso. Eu, por exemplo, trouxe duas destaques minhas e elas ficaram impressionadas – e eu também, já que eu também não sabia. Isso foi muito legal, acho que vai ser bacana. Muita coisa que a gente também não sabia, ou até mesmo sabia e não sabia que era tão grandioso. Foi incrível”, comentou.
Solange também exaltou o trabalho do diretor Guma. “O Guma faz um trabalho excelente, não só no documentário como em tudo que ele faz. Isso é muito bacana, porque ele é uma pessoa que não tem mais uma agremiação. Ele faz isso pelo carnaval, em nome do samba, que ele é um defensor. Isso é muito bacana: ver pessoas que trabalham em prol do samba e que não gere desconfiança. Vi o Pimentel falar, o Jairo, a Letícia falou super bem e colocou à frente o que ela representa nessa máquina, essa engrenagem que é o carnaval”, completou.