Evelyn Bastos é exemplo de sambista que vive e exalta o dia a dia do Morro da Mangueira. A rainha de bateria da Verde e Rosa conversou com a coluna “Espaço do Sambista”, nesta sexta-feira, no jornal MEIA HORA. Veja abaixo o bate-papo na íntegra.
– O que significa vir da comunidade no carnaval?
Evelyn: “Vejo a necessidade das pessoas darem oportunidades. Foi isso que fizeram comigo na Mangueira. Olhar o início de crianças e adolescentes e colocar nelas a confiança. A palavra oportunidade é forte e necessária para as pessoas que moram em favela”.
– Quais os valores que você acha fundamentais passar para crianças e jovens de comunidade?
Evelyn: “O nosso povo é tão menosprezado pelo sistema e precisamos criar a autoconfiança nas crianças e jovens. Se conseguir isso já me sinto muito satisfeita e com o dever cumprido. Valorizar quem somos é a parte que mais tem fundamento para mim. Não perder a raiz”.
– Por que o sambista ainda sofre ataques de alguns setores da sociedade?
Evelyn: “Não é fácil derrubar o portão do preconceito e do racismo. Isso é fruto da estrutura de preconceito racial e social. O samba ultrapassou tudo isso. Fazemos a festa da nossa maneira, descendo as favelas e periferias para fazer o encontro mais popular do mundo”.
– O que a escola de samba te ensinou?
Evelyn: “Tudo que fiz até agora, realizando todos meus sonhos de menina, aprendi dentro de quadra de escola de samba. Quando me dei conta por gente já tinha carnaval na minha vida. Vi o quanto o coletivo faz diferença. Tive a oportunidade e privilégio da convivência com outras pessoas que dão valor a cada passo que dei dentro da Mangueira”.