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‘Eu sou o orgulho da minha comunidade’, diz mestre Casagrande, da Unidos da Tijuca

Casagrande 2 1
Foto: Carnavalesco

O CARNAVALESCO conversou com o mestre de bateria da Unidos da Tijuca, Casagrande. O bate-papo abordou a trajetória do artista na escola, o samba de 2025 e a sintonia com o carro de som. O resultado, você confere abaixo.

Você começou na Tijuca, foi ritmista por anos, depois assumiu como diretor de bateria e é mestre desde 2008. O que representa a Tijuca na sua vida?

“É como sempre eu digo: a Unidos da Tijuca é minha família. A escola me tirou de muita coisa. Eu sou um cara nascido e criado no morro. E a gente que nasce na favela, em gueto, tem aqueles preconceitos. Os caras da década de 80. Na verdade, eu sou diretor de bateria. Eu não gosto nem de ter esse rótulo de mestre de bateria. Eu sou aquele diretor de bateria ainda raiz. Eu gosto mesmo do ofício que eu faço. A Unidos da Tijuca hoje é minha casa. Eu devo muito à escola o que eu sou hoje dentro do mundo do samba”, disse.

Com tantos anos de bateria, o que falta conquistar ainda?

“Eu já conquistei três títulos pela Tijuca. A bateria é o maior segmento com notas máximas dentro da escola. A gente se orgulha muito disso. Todos os dias quando eu vou dormir, eu tenho a certeza do dever cumprido dentro da Tijuca. O que eu pretendo é sair pela porta da frente e deixar o legado que a gente tem conseguido até agora. Essa é a minha maior preocupação. Ser reconhecido como mestre Casagrande da Unidos da Tijuca, igual o Neguinho é para Beija-Flor e a Surica é para Portela. É isso que eu pretendo. Me aposentar aqui, mas ter as portas abertas para a hora que eu quiser chegar. Respeito. Isso é o mais importante quando você tem sua escola”, revelou Casagrande.

O que você espera da bateria no Carnaval de 2025?

A gente tá com três bossas. Foi um achado muito grande. Eu estava até conversando agora com uma colega de vocês que acompanha bateria, especialista em bateria. Eu falei: ‘Cara, o nosso grande achado esse ano foi a gente fazer os dois toques pro santo, que é o do Ijexá e do Aguerê. E você encontrar nos instrumentos de percussão de bateria mesmo, que é surdo, caixa, repique, tamborim, esse toque igual nós encontramos na batida afro foi algo sensacional. Foram noites e noites de sono para encontrar essa bossa, principalmente do Aguerê, mas valeu a pena. Espero que seja bem entendido pelos julgadores. O mais importante, no entanto, é que a gente faça uma grande manutenção para a escola desfilar. O que a bateria Pura Cadência faz de melhor é a sustentação e andamento do ritmo, de acordo com a galera do carro de som. Isso é o mais importante. Moral da história, tocar para escola desfilar.

E o samba, o que esperar dele em 2025?

Casagrande: Eu sou um cara muito franco, eu não meço as palavras do que falo. Quando você pega um samba que não é muito legal, você tem uma dificuldade, mas o samba desse ano é bom para cacete, métrica mesmo de samba afro. A bateria encaixou. O samba esse ano ajudou a bateria; nos anos anteriores, a gente tinha que ajudar o samba. É diferente. A gente está muito tranquilo.

Como é a sintonia com o carro de som?

“O Ito é maravilhoso, é sensacional, um ser humano incrível. Se preocupa com a gente. Ele chegou no primeiro ano meio tímido, o que é normal para um puxador que vem de outra agremiação. Agora ele encaixou, está certinho, o carro de som está muito afinado. Contrataram agora uma menina que eu não me recordo o nome, uma professora de canto, até para ajustar as questões de afinações, andamento de canto e a gente tá muito esperançoso deles também fazerem uma grande apresentação junto com a gente”.

Quer deixar uma última mensagem para a comunidade?

“Eu que sou orgulho da minha comunidade (a gente tem uma parceria muito grande de anos e anos), eu que sou do Morro do Borel, desejo que eles venham para Sapucaí, venham cantar o samba. Quem vai desfilar, cante o samba, cantem muita com emoção, porque nós vamos pulsar por eles, isso vocês podem esperar da Pura Cadência”, finalizou Casagrande.

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