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Estreante, mas destemida: Botafogo Samba Clube faz desfile correto em sua primeira vez na Sapucaí

A Botafogo Samba Clube abriu os desfiles da Série Ouro nesta sexta-feira. Mesmo sendo a primeira a desfilar e estreando na Sapucaí, a escola não entrou tímida na avenida. Com um samba que empolgou o público, uma comissão bem coreografada e didática, a escola fez uma estreia quente e destemida.

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Com o enredo “Uma Gloriosa História em Preto e Branco”, a Botafogo fez sua estreia na Sapucaí contando a história do clube. O enredo é de autoria e desenvolvimento do carnavalesco Alex Souza. A agremiação terminou o seu desfile com 55 minutos.

Comissão de Frente

Intitulada “Botafogo, O Galeão”, o coreógrafo Jardel Lemos trouxe 15 componentes que representou em dois atos a chegada portuguesa nos mares cariocas e os jogadores do Botafogo Futebol e Regatas em glória. A coreografia girou em torno de bailarinos representando navegantes e depois jogadores de futebol, com uma coreografia no chão e sem elemento cenográfico, a comissão fez uso da iluminação cênica, um tecido preso as frisas para simbolizar o mar e bolas de futebol.

Foi uma apresentação didática, que em alguns momentos andou de mãos dadas com o que era cantado no samba enredo. O público vibrou em dois momentos: quando os bailarinos chutavam bolas de futebol para as frisas e quando os componentes que carregavam caravelas nas costas que com led que formavam a palavra “Botafogo” acendiam. Com uma coreografia bem executada e dinâmica, a agremiação fez uma boa abertura.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Diego Moreira e Beatriz Paula defendem o pavilhão da estreante, com a fantasia “Batalha Naval” que faz referências às batalhas navais da época das descobertas, o casal desfilou com um figurino muito azulado que fazia referência ao mar. Apresentando uma coreografia clássica e segura, mesmo com o vento dando trabalho para a porta-bandeira, o casal da Botafogo passou muito bem pelas cabines. A apresentação do pavilhão também representava o amor da escola pelo clube.

Enredo

Sendo a primeira escola de samba oriunda de uma torcida de futebol a desfilar na Marquês de Sapucaí, a Botafogo contou a história do próprio clube conhecido como “Glorioso”, o enredo trouxe desde a origem do nome do clube, a criação do bairro homônimo, os clubes de remo e futebol, seus ídolos, glórias e a torcida, além do desfile, ter sido mais uma comemoração ao vitorioso ano de 2024 do clube.

Dividido por três setores, a narrativa do desfile começou com o setor de abertura “A Origem do Nome”, trazendo a chegada fluvial ao Brasil, as batalhas navais e as águas da enseada de Botafogo. O segundo setor “A Belle Époque Botafoguense” entrou na história do clube, com seus primeiros torcedores, a glória do clube e o futebol. E por fim, o terceiro setor, chamado “Um Só Botafogo”, os signos do clube de futebol, taças, a torcida e o mascote.

Alegorias e Adereços

A Botafogo levou para o desfile três alegorias. As cores predominantes foram o preto e branco, mas o verde e o dourado também estiveram presentes, representando os gramados e as taças, respectivamente. O abre alas “O Pavilhão Mourisco e a Belle Époque Botafoguense” que representava o bairro de Botafogo entre o final do século XIX e princípio do século XX, era todo preto e branco e bem acabado, mas passou com problemas na iluminação na parte da frente.

A segunda alegoria “A Fusão, O Campo e o Escrete” representava a fusão dos clubes de futebol e de regatas do Botafogo, além de homenagear os ídolos do time.

O terceiro carro “Tuas Glórias” além de trazer uma escultura do Manequinho, figura conhecida do clube e da torcida, o carro trouxe as taças do Campeonato Brasileiro e da Libertadores, conquistadas pelo clube no ano passado, além de torcedores ilustres no carro.

Fantasias

Nas fantasias as cores predominantes foram, majoritariamente, preto e branco, e verde e dourado. As fantasias do terceiro setor apresentaram um visual superior em comparação com as dos setores anteriores.

A escola quis pintar a avenida de preto e branco, mas as que se destacaram foram as fantasias de outras cores, como as alas 9 “Hino” e 10 “Lalá, O Rei Das Marchinhas: Carnavalescas E Do Futebol”.

Harmonia

Se a missão era passar como uma escola que merece estar na Sapucaí, a Botafogo conseguiu. A escola cantou muito o samba, os componentes estavam empolgados e isso contaminou o público que também interagiu. O carro de som passou muito bem, dando o suporte para uma boa harmonia da escola. Emerson Dias e seu carro de som abriram bem a sexta-feira de desfiles.

Samba-Enredo

De autoria de Aline Bordalo, Ricardo Goes, Gutemberg Kunta, Julinho Dojuara, Mauricio Almeida, Fernando de Lima, Daniel Bomfim e Serginho Machado, o samba passou na avenida de maneira uniforme e empolgante, o público cantou, assim como os componentes.

O refrão “E bota fogo na avenida, incendeia! / Sangue alvinegro na veia / Sangue alvinegro na veia / Meu sentimento não consigo descrever! /Sou Botafogo até morrer!” levantava a escola e dava mais ânimo para ao canto.

Evolução

A escola passou muito entusiasmada pela avenida, de maneira fluida, organizada e alegre. A sensação era de que a torcida do Botafogo havia acabado de sair do estádio Nilton Santos e veio para a Sapucaí desfilar após uma vitória do clube. Mesmo estreante, eles sabiam o que estavam fazendo e fizeram bem.

Outros Destaques

Além do ótimo desempenho do intérprete Emerson Dias, a sua fantasia foi um caso à parte, vestido de Manequinho, o carro de som tirou as melhores reações do público conforme passava pela Sapucaí.

Outro destaque foi a evolução dos componentes, não é de se duvidar que até torcedores de outros times cantaram o samba e se empolgaram com o desfile.

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