A Estação Primeira de Mangueira premiou o quarteto de compositores, Moacyr Luz, Pedro Terra, Bruno Souza e Leandro Almeida, como o campeão da disputa de samba-enredo para o Carnaval de 2022. A Verde e Rosa levará para a Avenida o enredo “Angenor, José e Laurindo”, de autoria do carnavalesco Leandro Vieira. A escola será a segunda a desfilar no domingo de carnaval. * OUÇA AQUI O SAMBA CAMPEÃO
“O motivo de participar, além da Mangueira, foi o enredo que emociona. Referências do samba. Cartola, eu tenho uma paixão enorme. Jamelão, um cantor maravilhoso. Delegado está na história do samba. Tudo isso contagiou para fazer um samba mais emocionado, mais lírico, para mexer com todos os corações. Gosto do samba todo, mas o refrão principal mexe comigo. A gente que é compositor sempre se emociona”, disse o compositor Moacyr Luz ao site CARNAVALESCO.
Emocionado, o intérprete Marquinho Art Samba falou da gravação da final e da volta aos eventos de carnaval após quase dois anos parado.
“A sensação é muito boa de voltar. Após quase dois anos sem poder cantar os sambas da Mangueira. Claro que queria estar na quadra, com o povo, mas brevemente isso será possível. Como sambista é uma coisa nova, sempre no primeiro momento a gente se assusta, mas acho uma ótima iniciativa. Já deveria ter acontecido antes, mas nunca é tarde. Perdemos a energia e o clamor do compositor na quadra, todo mundo nervoso, é diferente, mas é o novo normal. Espero que ano que vem as coisas voltem com o povo na quadra. Acredito e tenho que acreditar que teremos carnaval. Tenho fé em Deus e nos nossos orixás. Muita gente vai saber como nasce um samba campeão”.
Comandante da “Tem que respeitar meu tamborim”, mestre Wesley revelou ao CARNAVALESCO que pretende levar o mesmo número de componentes de 2020 para o desfile do ano que vem.
“Ficamos quase dois anos sem encontrar os ritmistas. Quando nos vimos foi uma emoção muito grande. A disputa foi muito boa. A Mangueira tem um belo enredo e que a gente possa entrar no Carnaval 2022 entrar igual 2019 e ganhar. Ainda vou conversar com a escola sobre o número de ritmistas, mas com o pessoal da bateria e decidimos ir com a mesma quantidade de 2020. O Leandro ainda não passou o que tem na cabeça, mas a gente conversa muito sobre samba e entramos no assunto fantasia”. “Não ter o povo faz muito diferença, porque com mais ritmistas, dentro da quadra, você sente mais o calor humano, inclusive, pensando em bossas e coisas para o carnaval”.
Enredo para o mangueirense se emocionar
Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o presidente Elias Riche falou sobre os preparativos para o desfile de 2022.
“Sempre falei que a hora que fosse definido a Mangueira estaria preparada, como está preparada. Reformamos nossa quadra e estamos no caminho do trabalho no barracão. Acredito que será um carnaval pleno. Foi muito bom para todas escolas essa transmissão da TV Globo das finais. Divulga muito todos os sambas, os desfiles, envolve do Brasil todo, foi uma sacada muito inteligente. Temos um enredo excelente. Você falar dos nossos grandes mestres arrepia o mangueirense. Ele são personalidades do Rio, do Brasil e do mundo”.
Integrante da comissão de carnaval da Mangueira, Moacyr Barreto, explicou como foi o processo de escolha do samba, falou que a Verde e Rosa seguiu todas normas sanitárias e citou a preocupação com o uso de materiais pelas escolas nos desfiles.
“Começamos nosso processo no viradão verde e rosa. Sempre seguimos todos os protocolos de segurança. A Mangueira recebeu 51 sambas concorrentes. Nossas eliminatórias foram no Imperator, em chaves, com os integrantes testados. O povo faz toda diferença. Não é dizer que a torcida ganha, mas faz diferença. A vibração na quadra parece que as paredes cantam junto. Todos escolas sentiram isso. Nossa preocupação é sempre escolher o melhor samba. O que importante é que temos um grande samba que vai contribuir para apresentar nosso enredo. Ele ajuda a contar o enredo e fazer bela apresentação. A cabeça do nosso carnavalesco está a 10 mil volts. Ele é uma máquina. Vai ser um carnaval muito difícil, porque até hoje não temos garantia de material. Está todo mundo se readaptando por tudo o que aconteceu. Essa dificuldade não é só da Mangueira, mas de todo mundo. As escolas passaram 17 meses sem nenhum recurso, mas com certeza o carnaval se reinventa a cada minuto”.
Por Danilo Freitas e Thaíse Lima