No último dia 4 de junho, a Estação Primeira de Mangueira escolheu dois novos baluartes. Ney João Oliveira, o Ney Compositor, 82, e Carlinhos Pandeiro de Ouro, 83, agora fazem parte do grupo que ajuda a representar e a preservar a história da escola. Criado em 1996 pelo então presidente Elmo José dos Santos e sua diretoria, atualmente conta com 22 componentes.

baluartes mangueira

“Nasci e me criei no Morro da Mangueira”, lembra Ney Compositor, um dos novos baluartes. “Na segunda batida do surdo, eu já estava na Quadra”, brinca, recordando de alguns dos momentos que fazem parte de sua longa trajetória relacionada à Verde e Rosa. “Me sinto honrado com essa homenagem depois de ter passado por tantas alas da escola”, declara.

Ney Compositor chegou na Mangueira aos dezesseis anos de idade. Lembrado por ser um profundo conhecedor dos sambas de terreiro da agremiação, ingressou na escola aos 16 anos de idade na Ala dos Compositores, no ano de 1958, apadrinhado por Padeirinho. Compôs inúmeros sucessos, especialmente entre os anos 50 e 60, e em 2023 completou 65 anos na Ala dos Compositores. Também fez parte da Ala dos Embaixadores e da Ala dos Nobres, do qual foi fundador.

“São muitos anos viajando todo o mundo divulgando a Mangueira e nossa cultura”, lembra Carlinhos Pandeiro de Ouro. “Por essa razão, tem grande importância o reconhecimento da minha escola”, finaliza.

Carlinhos Pandeiro de Ouro não nasceu na Mangueira. O niteroiense chegou à Escola ja adolescente, quando foi a um ensaio e se apaixonou pela agremiação. Em 1996 venceu o concurso nacional “Pandeiro de Ouro”, disputado entre 500 concorrentes. Nos anos 70, conquistou inúmeros prêmios do Carnaval, entre eles o Estandarte de Ouro.

Viajou por diversos países da Europa, da América Latina e do Oriente fosse tocando ou dando aulas ao redor do mundo, chegando a ser reconhecido e aplaudido por figuras como a Rainha Elizabeth e o então presidente dos Estados Unidos Barack Obama. Viveu na Suécia, no Havaí e em Los Angeles nos EUA.

A primeira formação do grupo de baluartes da Estação Primeira de Mangueira contou com nomes importantíssimos na história da Escola, fazendo parte dele, Jamelão, Carlos Cachaça, Dona Neuma, Dona Zica, Seu Tinguinha, Mocinha, Tia Miúda, Chiquinho Modesto, Seu José Ramos, Seu Tuninho Caolho, Seu Zé Crioulinho, Seu Roberto Paulino, entre outros.

Hoje, além dos dois escolhidos, temos: Elias Riche Filho, Emy França de Oliveira, Maria Helena Abrahão Vieira, Gerson Paulo Sammartino, Nilton de Oliveira, Ermenegilda Dias Moreira (Dona Gilda), Arlete da Silva Fialho (Suluca), Eli Gonçalves da Silva (Dona Chininha), Alvaro Luiz Caetano, Neide dos Santos Claudino, Léa de Araújo (Léia),João José Riche Netto, Jorge Nascimento Lopes (Mangueirinha) José Alves de Oliveira (Seu Nêgo), Ary Jorge da Silva, Márcia da Silva Machado (Guesinha), Maria Helena Alves Coutinho, José Maria Guimarães Monteiro, Aramis Santos e Tânia Índio do Brasil.

A escolha de novos nomes é feita por um conselho composto pelos próprios baluartes, presidentes e ex-presidentes mediante votação de seus membros. Só há substituição em caso de falecimento.