Com diversos componentes da Vila Isabel, no Estúdio Century, na Barra Olímpica, o clima da gravação da faixa oficial do samba-enredo para o Carnaval 2026 foi de muita alegria. Alguns dos envolvidos conversaram com o CARNAVALESCO sobre a participação nesse momento em que o samba foi eternizado. A escola do bairro de Noel levará para a avenida o enredo “Macumbembê Samborembá – Sonhei que um sambista sonhou a África”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora e do enredista Vinícius Natal, em homenagem a Heitor dos Prazeres.
Os ritmistas Thalita Santos e Antônio Antunes, de 39 e 27 anos, respectivamente, são diretores de tamborim da bateria da escola e se disseram muito felizes em participar da gravação comandada por mestre Macaco Branco. Thalita destacou que já chegou preparada para eternizar a faixa, que considera desde já um dos maiores sambas da história da agremiação, ressaltando também o caráter espiritual da obra em sua visão. Já Antônio falou sobre a emoção de gravar mais um ano com a Azul e Branco e lembrou que, desde a época da disputa, já sentia que esse seria o samba ideal para representar a Vila na Sapucaí.
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“É muito incrível, porque é exatamente isso que eu pensei: que nós vamos gravar e eternizar o áudio de um samba que vai entrar para a história dos maiores sambas de todos os tempos. Então, pensamos no arranjo já com a ideia de que é algo que vai ficar. E, acima de tudo, é uma honra para a gente, como sambista, ter a oportunidade de tocar e construir o arranjo de um samba tão lindo. Tem um pouquinho da gente nele. Também lembro de uma entrevista do André falando que parece que o Heitor fez o samba junto, e acho que a gente sente essa energia. Fazer parte disso, depois de tantos momentos que a Vila viveu nos últimos anos, é indescritível. Estamos vivendo um processo, talvez depois do carnaval eu consiga expressar melhor. É algo espiritual, que acalenta o coração, deixa o coração quentinho e dá vontade de cantar, cantar, cantar e cantar até perder a voz”, disse Thalita.
“Meu terceiro ano gravando com a Vila. Acho que a escola estava precisando desse samba para se reerguer, porque a Vila tem muita cultura e tradição negra, e isso precisava voltar a estar presente. Estou muito feliz. Vai vir um desenho cheio de informação, cheio de ritmo africano, e vai ser emocionante desfilar esse samba na avenida em 2026. Esse samba é muito emocionante. Desde o primeiro momento em que ouvi aquele coro na gravação da disputa, senti que era esse o samba que a Vila precisava. Agora é trabalhar o samba e correr para o abraço”, contou Antônio.
Integrante do carro de som da escola e participante mais uma vez do coro da gravação, a cantora Clara Vidal ressaltou o quanto é especial para ela estar junto da agremiação e participar do processo de eternização da faixa. Na visão da jovem de 21 anos, o momento representa mais um passo importante na busca pelo título. A artista destacou que acompanhar o desenvolvimento do samba que a Vila levará para a Sapucaí em 2026 tornou a gravação ainda mais marcante.

“Principalmente para quem cresceu em Vila Isabel e tem a família ali dentro, é grandioso poder estar nesse momento tão esperado, com um samba maravilhoso e um clima perfeito dentro da escola. É uma honra contribuir com a minha música, com o meu violão e com o meu cavaquinho. Participei da gravação da disputa, então conheci esse samba lá atrás, e já víamos o potencial que ele tinha. Quando foi para a quadra, vimos aquele crescimento, tomando proporções gigantes, até chegar ao evento em que a Pedra do Sal inteira cantou. Foi maravilhoso ver essa evolução. Agora, dentro da escola, o samba tem um potencial ainda maior”, declarou Clara.
Kayo Calado, músico integrante do carro de som da Vila e responsável pelo violão, também esteve presente na gravação. Ele declarou estar muito feliz em participar mais uma vez e destacou como o samba da Vila soa para ele como algo acolhedor e familiar.

“Estou muito feliz, principalmente gravando um samba tão lindo. Espero que dessa gravação saia um resultado excelente, porque o pessoal aqui é realmente muito profissional, uma galera muito boa. Temos o Tinga, que hoje, na minha opinião, é uma das grandes vozes do carnaval. Espero que na avenida o resultado seja tão bom quanto está sendo aqui. É um samba que parece um samba de família, um samba que te acolhe, aquele que a gente ouve e não quer parar mais de escutar. É um samba Vila Isabel, samba de bairro, samba nosso, com a cara da nossa Vila, tão acolhedora, que abraça geral”, afirmou Kayo.
Joelma Veiga, de 41 anos, cria da escola e integrante da comissão de harmonia, também participou da gravação e destacou como o samba de 2026 uniu a comunidade. Ela falou sobre a emoção de estar presente nesse processo e o sentimento coletivo que o samba despertou.

“É um momento que eu sempre presenciei, mas que este ano está sendo diferente, porque a galera está abraçando esse samba. Acompanhar o passo a passo, o nascimento e a evolução dele, e agora saber como ele vai para a avenida, é muito importante para mim, principalmente como harmonia. O verso ‘Ora ieiê, mamãe Oxum’ toma meu coração. Estamos vivendo um momento em que todos estão unidos, e acho que estávamos precisando disso. A Vila Isabel precisava de algo que nos unisse de verdade, que unisse todos os segmentos. Está perfeito. Espero que venha o campeonato. Acho que estamos sedentos por isso, há alguns anos esperando esse momento”, concluiu Joelma.








