A Cidade do Samba ficou lotada, na noite da última sexta-feira, no primeiro dia de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio Janeiro, que lançaram seus sambas e começaram a celebração do Dia Nacional do Samba, que acontece na segunda-feira. Leia abaixo, a opinião do CARNAVALESCO, sobre cada apresentação.
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UNIDOS DE PADRE MIGUEL: Chegou com o pé na porta. O tripé, poderia ser um carro alegórico em um desfile oficial, com o “Boizão” (símbolo da escola) gigantesco, cheio de efeitos especiais e iluminação. Uma abertura forte com a comissão de frente, comandada pelo coreógrafo Sérgio Lobato, que conseguiu explicar o enredo, dentro de uma coreografia especial para o evento. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Vinícius e Jéssica, mostrou toda categoria na dança. O samba-enredo foi muito bem conduzido pelo intérprete Bruno Ribas e teve o auxílio perfeito da bateria “Guerreiros”, de mestre Dinho. A rainha Dedê Marinho é um espetáculo! Muito samba no pé e DNA da Vintém. Sem dúvida, vai estrear no posto como uma das mais aguardadas de 2025. A turma da Vila Vintém cantou forte na Cidade do Samba. O refrão “terra de macumbeiro” caiu nas graças do povo. Muito querida por todos os sambistas, a UPM teve a melhor comunicação com o público presente. Exibição para encher de orgulho os torcedores da Unidos de Padre Miguel. Não é exagero afirmar que foi a maior abertura da história dos minidesfiles do Grupo Especial. * VEJA AQUI VÍDEOS // CONFIRA FOTOS DA APRESENTAÇÃO
IMPERATRIZ: A atual vice-campeã do Grupo Especial apresentou logo no início a comissão de frente mais impactante da noite. O grupo, comandado pelo coreógrafo Patrick Carvalho, foi vibrante e impecável. Exibição digna de desfile oficial. Contratação certeira. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Phelipe e Rafaela, mais uma vez, passou de forma impecável. Ele, um dos maiores talentos do quesito, e, ela, vive o auge na dança. O samba-enredo de 2025 foi cantado pelos componentes, embora, não na mesma potência dos ensaios de rua. Nada para prepocupação, afinal, a harmonia foi correta. Importante citar que a escola desfilou com o número combinado pela Liesa com todas agremiações, ou seja, não utilizou “nenhuma malandragem” para impulsionar sua apresentação. Infelizmente, a rainha de bateria, Maria Mariá, não conseguiu chegar a tempo e não participou da apresentação. Vale ressaltar o trabalho muito cuidadoso da Imperatriz nos componentes fantasiados, destaque para a ala na cabeça da escola, com uma energia especial. O intérprete Pitty de Menezes e mestre Lolo são pilares de eficiência da escola gresilense. A introdução do samba tem totais condição de, novamente, ser um dos melhores momentos do carnaval. * VEJA AQUI VÍDEOS // CONFIRA FOTOS DA APRESENTAÇÃO
VIRADOURO: A atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro deu aula de apresentação. É para deixar todo mundo embasbacado a forma impecável que a Viradouro passa por todas “avenidas”. Todos os quesitos exibem perfeição absurda. O samba-enredo, como era esperado, impulsionou o trabalho, em uma atuação de gala do intérprete Wander Pires, e, principalmente, da bateria “Furacão Vermelho e Branco”. Mestre Ciça, o popular caveira, se transformou, reduziu o andamento, desde o desfile de 2024, e fez na Cidade do Samba, sem dúvida, uma de suas maiores atuações na história. A rainha Erika Januza é fantástica. Muito participativa, com samba no pé e na ponta da língua. Exemplo para quem um dia quiser ser rainha de bateria. A “cabeça da Viradouro” é de uma pressão gigantesca. A comissão de frente, comandada pelos coreógrafos Rodrigo e Priscilla, é sempre um primor, muito exuberante na técnica do quesito. Não é ousadia afirmar que o “casal segredo”, como são conhecidos, dominam a arte e são os maiores da história. Além deles, a dupla de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, é impecável na dança. Segurança de nota máxima para Vermelho e Branco. Foi uma exibição da escola de Niterói para deixar no ar que é possível brigar e muito pelo bicampeonato consecutivo, que não acontece no Grupo Especial desde 2008. * VEJA AQUI VÍDEOS // CONFIRA FOTOS DA APRESENTAÇÃO
MANGUEIRA: O “Jequitibá do Samba” é “escolona”. Última agremiação do dia, na Cidade do Samba, a Estação Primeira de Mangueira deu um show de harmonia. Parecia que vinha da alma de cada componente. A dupla de cantores, Marquinho Art Samba e Dowglas Diniz, está “voando”. Fundamental dar destaque também para o diretor musical, Vitor Art, que fez o arranjo do samba de 2025 de uma forma que permite, mais uma vez, como foi em 2024, uma execução maravilhosa. Sem dúvida, foi a escola que cantou mais forte. A bateria “Tem que respeitar meu tamborim” vive seu melhor momento. Isso é muita coisa para uma escola de samba quase centenária. Os mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto colocoram o padrão de qualidade rítmica no topo. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, apelidado de “furacão”, firmou a consolidação do trabalho. Dança vibrante, com todas características do quesito, enfim, a dupla é motivo de orgulho para os mangueirenses. Sem nenhuam pirotecnia, a comissão de frente mostrou muita dança. Trabalho de alma. Mérito dos coreógrafos Karina Dias e Lucas Maciel. Impossível não destacar a rainha de bateria, Evelyn Bastos, exemplo de carisma e samba no pé. Foi um encerramento com chave de ouro, digno da escola de samba que tem orgullho de ser favela. * VEJA AQUI VÍDEOS // CONFIRA FOTOS DA APRESENTAÇÃO
Colaboraram na cobertura: Luan Costa, Maria Clara Marcelo, Raphael Lacerda, Matheus Morais e Matheus Vinícius. Fotos de Allan Duffes
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