Responsável pelo comando da Viradouro e campeã da Série A, o presidente Marcelinho Calil conversou com a equipe do site CARNAVALESCO na série “Entrevistão”. O papo abordou a volta da escola ao Especial, o retorno de mestre Ciça e o processo de gestão da agremiação de Niterói, que vem cada vez mais fortalecendo sua base para construção sólida nos próximos anos.
Qual o tamanho da responsabilidade na recondução da Viradouro no Grupo Especial?
“A responsabilidade é enorme e vamos descobrindo seu tamanho com o passar do tempo. Assumimos com o objetivo de resgatar a instituição. As pessoas voltarem a frequentar a Viradouro. Feito isso, partimos para a preocupação com a competição em si. Em 2017 fomos segundo lugar e nesse ano veio o título. A Viradouro volta a ter aquela pegada, mas com os pés totalmente no chão. A escola oscilou bastante na última década, mas isso não tira o nosso entusiasmo. Temos uma gestão diferente, moderna e vemos materializada essa mudança no tratamento das pessoas. Vivemos um período de rediscussão no mundo do samba e nesse contexto se propor a fazer esse resgate exige muito empenho. Mas temos como fazer”.
Permanecer é o objetivo principal?
“Não acho uma meta tão ousada permanecer. Não posso entrar para não cair. Desde 2010 também não vimos também uma transformação tão grande em uma escola que vem do Acesso. Se você não se mexer, não buscar profissionais com bagagem, dificilmente você materializa em notas os seus objetivos. Foi isso que fizemos ao trazer Paulo Barros e Ciça. Manter Zé Paulo, Rute e Julinho. O Neoral na comissão. É uma espinha dorsal que dá a medida de nossos objetivos. Somos uma escola de força e chão. Mostramos ao mundo samba essa intenção. A proposta da Viradouro não é só ficar no Especial, com pé no chão sempre. Desejamos ficar entre as seis”.
Por que repatriar o Ciça?
“A vinda do Ciça agrega muito mais que a parte técnica. Eu não fiz uma mera substituição. É um cara com cancha, com representatividade dentro da Viradouro. Demos as condições aos profissionais, respeitamos a comunidade e confiamos naquilo que fazemos”.
O que foi feito em termos de obras na quadra e no barracão?
“Quando chegamos na quadra, por exemplo, a pia não tinha cuba. Fiz um show aqui com o Sorriso Maroto e várias goteiras apareceram. A primeira medida foi um SOS, obras no banheiro, nos camarotes, acessibilidade, pintura. A nível estrutural modernizamos a quadra. O barracão que ocupamos tinha outra funcionalidade. Nesse sentido tivemos de acordar ainda mais cedo, para acelerar o processo. Preenchemos cada requisito do Ministério do Trabalho e deixamos ele apto para darmos início aos trabalhos. Foi bom porque acabamos acelerando o resto. Escola que sobe tem que ralar o triplo”.
Fala-se muito no orçamento da Viradouro para o ano que vem. Quanto custará o desfile?
“Estamos fazendo tudo de forma bastante sadia. Não tenho quantificado quanto vai custar o nosso desfile. Depende muito pois os valores se alteram de acordo com a proximidade do evento. O carnaval vive um momento de incertezas. Tenho um alento aqui que é a prefeitura de Niterói, que ajuda bastante a Viradouro”.