
A Mocidade Independente realizou no último domingo sua segunda eliminatória de sambas-enredo. Ao todo, doze sambas concorrentes se apresentaram na quadra da escola, na Vila Vintém. O samba eliminado foi o de Zulu e parceria. Onze composições seguem na disputa (OUÇA AQUI OS CLASSIFICADOS), cuja próxima eliminatória será no domingo, dia 17. Abaixo, veja a análise do CARNAVALESCO.
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Parceria de Paulinho Mocidade: Primeiro samba a se apresentar a obra foi comandada por Paulinho Mocidade e Sandra Sá, dois dos compositores da parceria, que também conta com Lico Monteiro, Gabriel Teixeira, Gabriel Simões, Rodrigo Feiju, Tamyres Ayres, Christiane e Trivella, auxiliados por Rafael Tinguinha, cantor da Barroca Zona Sul, e Dowglas Diniz, intérprete da Mangueira. O samba passou com força durante toda a sua apresentação, tendo como ponto alto o seu refrão principal, cujos versos “eu não sou puta nem sou freira, santa profana, a padroeira, desculpe o auê, ardente é o querer, agora só falta você” foram bem cantados na quadra, inclusive, por membros da bateria. A disputa já começou em bom nível.
Parceria de Jaci Campo Grande: O samba de Jaci Campo Grande, Paulo Ferraz, Dr. Marcelo, Alex Cruz, Elian Dias, Marcinha Mocidade, Lúcio Flávio, Paulo Bachini, Aurélio Brito e Lê da Vila foi defendido por Vitor Cunha, intérprete do Império Serrano. A composição, de linha melódica bastante interessante, sobretudo na primeira passada, teve um bom desempenho, como no trecho “Rosa choque provocante, bruxa da erva tenaz; é ovelha negra, o melindre de mil generais.” A obra foi recebida de forma tímida pelos presentes.
Parceria de Rafael Drumond: Apresentação comandada por Milena Wainer, intérprete integrante do carro de som da Mocidade. Obra de Rafael Drumond, Gilberto Paizão, Gil Paiva, Giovane Paiva, Vinícius Ramaldes, Pinóquio do Cavaco, Roberto Sade, Emerson Zona Sul, Luiz Antônio Santista e Thainá do Tan Tan. O refrão principal “desculpe o auê, desculpe o auê, agora só falta você” obteve ótimo rendimento e foi bem recebido na quadra. O restante do samba passou com rendimento satisfatório.
Parceria de Beto Corrêa: Com Pitty de Menezes no microfone principal, a obra se mostrou firme, animada e com dois refrões fortes, sobretudo, o irreverente refrão central que levantou a obra, de versos como “A família tradicional, papai enrustido, o filho oprimido, mamãe de avental; das ovelhas negras, luxúria sem pudor, que nunca conserva-dor.” Uma bela apresentação da parceria de Beto Corrêa, Samir Trindade, Rodrigo Medeiros, Cristiano Plácido, Guto Listo, Gilberto Monteiro, Wilson Paulino, Giacomo Peter Corrêa e Márcia Carvalho.
Parceria de Paulo Cesar Feital: Samba defendido por Tinga, com auxílio de Roni Caetano, Igor Pitta e Millena Wainer. Com passagens poéticas e referências mais líricas à homenageada, a obra de Paulo Cesar Feital, Dudu Nobre, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson do Rozário, Júlio Alves, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casa Nossa, Anderson Lemos e Léo Peres passou muito bem e teve boa adesão do público. A composição se mostra inspirada em versos como “Oh santa feiticeira dos altares, no ilê de Elza Soares que brilhou Elis Regina, ilumine essas filhas de Padre Miguel”.
Parceria de Zélia Duncan: Defendido por Arlindinho e Charles Silva, a obra de Zélia Duncan, Frejat, Arlindinho Cruz, Zé Paulo Sierra, André, Prof. Renato Cunha, Rafael Falanga, Diego Estrela e Igor Leal teve um crescimento na sua segunda parte, com boa variação melódica e letra mais envolvente, como no trecho “vem cá, meu bem, que a gênia venenosa da Vila Vintém, tem cheiro de coisa maluca que lança perfume no ar”, e alavancou o desempenho da apresentação, superior à primeira parte.
Parceria de Jefinho Rodrigues: O samba comandado por Wander Pires teve uma grande apresentação, quente durante todo o tempo, e foi a obra com maior recepção da quadra. O ponto alto da obra de Jefinho Rodrigues, Diego Nicolau, Xande de Pilares, Marquinho Índio, Richard Valença, Orlando Ambrósio, Renan Diniz, Lauro Silva, Cleiton Roberto e Cabeça do Ajax foi o refrão central, envolvente e bem construído, com os versos “sou independente, fácil de amar, livre de qualquer censura, vem, baila comigo, só de te olhar, posso imaginar loucuras”. O refrão principal passou com muita energia.
Parceria de Franco Cava: Leozinho Nunes puxou o samba de Franco Cava, André Baiacu, J. Giovani, Gulle, Almir, Flavinho Avellar, Renato Duarte e Fabinho com correção, porém a obra teve um desempenho mediano, sem apresentar a mesma consistência de outras composições da noite. O refrão principal segurou com maior força, com versos como “lança, lança perfume no Carnaval! Independente tem corpo caliente, o importante é gozar no final.” O compositor Franco Cava performou no palco vestido de Miss Brasil, com peruca vermelha, uma alusão à Rita Lee.
Parceria de Santana: O samba de Santana, Paulo Senna Poeta, Valdeci Moreno, Carlos Augusto, Gustavinho Souza, Edvaldo Lucas e Everaldo Silva foi comandado por Serginho do Porto, intérprete da Estácio de Sá, e sua construção melódica funcionou bem, com alguns versos em tom menor. O trecho “Rompi as barreiras do velho discurso, dei vida à mulher como centro do mundo, o canto que ecoa é o mesmo a ditar o delírio que vai te levar” é bem construído e prepara bem para o refrão central. Uma apresentação linear e consistente.
Parceria de Rogerinho: Com sua habitual categoria, Pixulé conduziu o samba de Rogerinho, Nito de Souza, Duda Coelho, Itamar Trindade, Marcinho.com, Junior Diniz, Anderson Migão, Gordo de Muriqui, João Vitor e Gabriel, ao lado de Thiago Brito. O trecho final “Vai buscar os anéis de Saturno, vivendo o presente, pintando o futuro, erva venenosa, manifesto de poder, agora só falta você” prepara com força para o refrão principal, que sustenta bem a obra. O samba teve um desempenho forte e foi bem recebido.
Parceria de Jurandir: Gustavo Pipico, filho do intérprete Emerson Dias, defendeu o samba da parceria de Jurandir, Jorge Carvalho, Dunga, Jorge Alves, Raimundo, Tim Maia Daflon, Althair, Bitão, Léo Lopes e Jorginho Mocidade. A obra não teve uma grande sustentação e passou sem força na quadra. Em relação à letra, o refrão principal “Santa Rita de Sampa, senhora da liberdade, estrela nossa profana, entidade bendita pra eternidade, no altar da Mocidade” se destaca.