Na abertura do Salão do Turismo, evento que ocorre no Riocentro até o próximo domingo, aconteceu o painel “Carnaval o Ano Inteiro: como a cultura do samba impacta o turismo no Rio de Janeiro”, com a participação de Patrick Corrêa, presidente da Riotur, Gabriel David, presidente da Liesa, e Marcel Balassiano, subsecretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação da prefeitura do Rio de Janeiro. O foco do encontro foi a economia ao redor do carnaval, com foco na vida econômica das escolas de samba.
Patrick Corrêa foi o mediador do painel, que iniciou com as falas de Marcel e Gabriel, onde o subsecretário iniciou ressaltando como o mês de fevereiro é o de maior arrecadação do setor turístico da cidade, e de setores ligados ao turismo por conta do carnaval carioca, movimentando mais de cinco bilhões entre economia formal e informal, tendo sido citado como exemplo o show da cantora Madonna, onde a movimentação do carnaval carioca foi quase vinte vezes maior que o show. Balassiano encerrou sua fala inicial ressaltando que assim como o carnaval é cultura, festa e ancestralidade também é desenvolvimento econômico.
Já Gabriel ressaltou os dados ao redor da venda de ingressos dos desfiles, entre outros dados relacionados ao no último carnaval, onde a Liesa vendeu bilhetes para mais de 159 países em venda direta, e que na visão do presidente da Liga demonstra a importância e a dimensão dos desfiles como um espetáculo genuinamente carioca perante o mundo, e isso fortalece o carnaval, em especial os desfiles das escolas de samba, como um “soft power” não apenas brasileiro, mas carioca.
Patrick perguntou sobre a questão de mais um dia de desfile dentro do calendário da Sapucaí, ressaltando que houve um retorno positivo do setor de turismo da cidade, em vista do aumento de emprego e renda, e como isso começou a ser cogitado dentro da Liesa, tendo que ter a aprovação dos presidentes das escolas por conta da competição. Gabriel respondeu que os fatores considerados para essa decisão foram a alta procura pelos desfiles nos dois últimos carnavais pós-pandemia, onde pela primeira vez desde a reforma de 2012, houve a venda total de ingressos, e que o terceiro dia vem ao encontro de aumentar esse público que deseja ver os desfiles presencialmente e uma busca em não aumentar o valor dos ingressos. Isso também levou a criação do passaporte “Rio Carnaval”, em que, segundo Gabriel David, assegura que o acesso à arquibancada sairá por R$ 150 por dia, menos que o valor mais barato de arquibancada do último carnaval, que saiu a 280.
Marcel também exaltou como mais um dia de desfile deve trazer um impacto econômico de empregos gerados e que giram ao redor da avenida. Em seguida, Patrick questionou sobre o carnaval que movimenta a economia anualmente, conforme o título do painel, onde o subsecretário apontou os eventos que as escolas mantém ao longo do ano, como as feijoadas, shows nas quadras, as disputas de sambas-enredo para o carnaval seguinte, além do próprio trabalho nos barracões, com os profissionais que confeccionam as alegorias e fantasias. Em um cálculo por alto, contando eventos mensais e semanais, Marcel citou mais de 700 eventos de escolas do Especial e da Série Ouro que fazem a economia da cidade circular fora do período de carnaval de fato, com Patrick Corrêa citando também os eventos de escolas da Intendente.
Com o gancho anterior de “soft power”, Balassiano ressaltou como o samba, o carnaval e os desfiles que, junto ao futebol, são as marcas registradas do Brasil no mundo, usando como exemplo a apresentação no encerramento das Olimpíadas de Londres e as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos de 2016. Marcel citou também a transferência dos desfiles das escolas mirins para a sexta anterior ao desfile das campeãs como algo positivo para o uso do sambódromo também.
Patrick pontuou a criação do Museu do Carnaval e a reabertura da Sapucaí para a visita guiada, além dos eventos da Cidade do Samba, como o sorteio da ordem dos desfiles e a festa dos enredos, como outros exemplos de que o carnaval pulsa o ano inteiro na cidade.
Por fim, Patrick Corrêa reforçou a ideia do carnaval de janeiro a janeiro, como fonte econômica do município e para a vida das escolas em si. Gabriel encerrou exaltando a parceria entre a Liesa e a Riotur e que deseja melhorá-la ainda mais, e Marcel lembrou que a construção da Cidade do Samba 2 também é mais um caso que a cidade vive do carnaval em todo o tempo.
Após a apresentação, o presidente da Riotur também comentou com o CARNAVALESCO que em 20 dias sairá o edital do concurso da corte do carnaval carioca para o Carnaval de 2025, já com o calendário e como se dará a competição.