O Teatro Rival Petrobras, na Cinelândia, no Rio de Janeiro, foi palco na última terça-feira de um encontro marcante. O grupo “Os Puxadores”, formado por cinco intérpretes de destaque do carnaval carioca, lotou a casa em um show que misturou sambas-enredo e pagodes, reforçando a união em prol da classe de intérpretes.
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O público que compareceu assistiu a um verdadeiro encontro de gigantes. Bruno Ribas, Marquinho Art Samba, Wantuir, Tinga e Serginho do Porto subiram ao palco para um espetáculo de 2h30, alternando 1h20 de sambas antigos e 1h10 de sambas-enredo de escolas como Estácio de Sá, Imperatriz Leopoldinense, Porto da Pedra, Unidos da Tijuca, Mangueira, Unidos de Padre Miguel, Beija-Flor e Vila Isabel, entre outras. Entre as canções, sucessos como “O Show Tem Que Continuar”, “Um Minuto Sem Você”, “Pede que Eu Dou”, “Não Deixa o Samba Morrer” e “Negra Ângela”, esta última em homenagem a Neguinho da Beija-Flor.

O evento contou ainda com a participação especial do mestre Macaco Branco, da Vila Isabel, que foi homenageado e destacou a importância daquele momento: “Não tenho palavras para descrever este momento tão importante para mim”.

A história do grupo remonta a 1999, quando “Os Puxadores” surgiram e rapidamente se tornaram referência. Porém, a trajetória foi interrompida por muitos anos. Durante a pandemia, em 2020, a amizade e a paixão pelo samba reacenderam o projeto, agora com uma nova formação e objetivos ainda maiores, entre eles, a criação da Associação dos Intérpretes do Carnaval do Rio de Janeiro, que busca oferecer apoio e melhores condições para artistas da área.

Wantuir relembrou como a ideia voltou a ganhar força: “A gente já tinha o grupo há 30 anos, mas na pandemia ficamos meio largados. Resolvemos fazer uma live e, a partir daí, criamos a associação para nos ajudar mutuamente. Graças a Deus, o mundo do samba tem nos recebido maravilhosamente bem e queremos continuar esse trabalho pelo Brasil e pelo mundo”.

Serginho do Porto destacou o retorno aos palcos e a variedade do repertório: “No show, tivemos 1h20 de pagode e 1h10 de sambas-enredo. É muita coisa! Já viajamos para Porto Alegre, Santos, Minas e agora temos apresentações marcadas em Araruama, Campos, Iguaba Grande e até propostas para Portugal e Estados Unidos. Deus sabe o que faz e, 20 anos depois, a coisa começa a acontecer”.

Para Tinga, o mais importante é a amizade que sustenta o projeto: “Estamos celebrando nossa amizade. O resto é com o Papai do Céu. A associação não é só para nós, é para beneficiar intérpretes de todo o Brasil, porque muitos partiram sem qualquer amparo. Queremos mudar essa realidade e dar mais dignidade para todos”.

Bruno Ribas ressaltou o espírito de união: “A palavra que resume tudo é realização. Se estamos unidos, conseguimos vencer qualquer barreira. Muita gente morreu sem direitos, mas hoje estamos lutando para que isso mude. Esse movimento é importante para a nossa classe e para o carnaval”.

Marquinho Art Samba falou sobre a emoção de se apresentar no teatro com o grupo: “Foi a primeira vez tocando no teatro com o grupo e foi uma sensação incrível. A gente veio dos sambas-enredo e está começando a misturar com o pagode. Tudo que cantamos é a nossa verdade, e ver o público aplaudindo isso é gratificante. Esse retorno começou lá na pandemia, nas lives, e hoje o que mais prezamos é a união e a amizade”.

O show no Teatro Rival não foi apenas um espetáculo musical, mas um marco para “Os Puxadores” e para a história recente do samba carioca ma noite que reafirmou o poder da união, da música e da amizade na preservação e no fortalecimento da cultura popular.