A Grande Rio apresentou, na noite da última segunda-feira, em seu barracão a sinopse do enredo “Pororocas Parawaras: As águas dos meus encantos nas contas dos Curimbós”. A tricolor de Caxias proporcionou uma noite mágica, explorando a riqueza das encantarias que unem as princesas turcas ajuremadas com as tradições da Amazônia. De autoria dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, em parceria com a pesquisadora convidada Rafa Bqueer, o enredo para o carnaval de 2025 será uma imersão nas águas amazônicas e uma jornada mística que mistura palácios, pajelanças, incensos, igarapés, encantarias e terreiros de Tambor de Mina.
O presidente da Grande Rio, Milton Perácio, abriu a noite agradecendo a todos pela presença e compartilhando suas expectativas para o Carnaval de 2025: “Quero dizer para vocês que neste momento é o pontapé inicial para o que iremos fazer na avenida. É a fase inicial para o sucesso de uma escola de samba que luta todos os anos pelo título. E não será diferente neste ano, onde nós estamos com um enredo maravilhoso”.
Guiados pela música de Dona Onete, os carnavalescos navegam pelos carimbós para contar o enredo místico. Gabriel Haddad explicou o ponto de partida do enredo e o que a escola quer levar para a avenida.
“O nosso ponto de partida foi a gente olhar para as nossas próprias raízes e a gente olhar para as nossas diversas ancestralidades e essas raízes que estão cravadas na Amazônia Paraense, e aí que a gente vai buscar a nossa inspiração. Levar a bandeira da escola para uma Samauma, que é uma árvore sagrada, foi o nosso primeiro passo e aí a gente começa a destrinchar e pedir licença para que a gente continue navegando por esse enredo. Nós vamos tentar conduzir todos vocês a um universo evocando uma atmosfera poética, um universo mágico que antecipa algumas das coisas que a gente vai mostrar na avenida em março de 2025”.
O carnavalesco Leonardo Bora comentou sobre o desafio de trazer um enredo inédito para o Grupo Especial, contando essa história que é passada de geração em geração num enredo que transmita esse poder do encantamento.
“Realmente é uma colcha de muitos retalhos narrativos. A gente está desenvolvendo um enredo que ainda não foi apresentado no Grupo Especial do Rio de Janeiro. Uma história que é narrada de geração em geração, a partir das narrativas de matriz oral dos povos de terreiro, a partir das narrativas griô. E cada terreiro conta uma variação da história. O nosso desafio é transformar isso num enredo carnavalesco, de beleza, de potência poética, de força. Porque é um enredo que mostra que a coisa mais forte que a gente tem é a alegria, é a festa, é o poder do encantamento”.
Uma novidade para a disputa de samba da Grande Rio em 2025 é que a competição também ocorrerá no Pará. O diretor de carnaval, Thiago Monteiro, explicou como tudo isso vai acontecer.
“A gente não vai só falar do Pará, a gente está vivendo esse Estado, a gente está vivendo essa cultura, nada mais justo do que a gente fazer um grande intercâmbio com o Pará e a Grande Rio. Por isso na disputa de samba, nós termos compositores do Pará se inscrevendo na nossa obra, no mesmo dia de entrega daqui, é o mesmo dia de entrega de lá, nós estamos fazendo uma leitura de sinopse hoje aqui e no sábado que vem haverá um evento semelhante a esse em Belém com os carnavalescos. Para não ficar solto também isso vai ser feito em parceria com a liga das escolas de samba de Belém e aí as escolas de samba associadas no Grupo Especial de Belém, que são nove escolas de samba, cada uma vai indicar um samba para disputar na Grande Rio. No dia 7 de setembro haverá uma final da seletiva paraense em Belém e o corpo de julgador é exclusivamente da Grande Rio, escolheremos dois sambas, esses dois sambas virão para o Rio e esses dois sambas que ganharem o Evandro vai gravar. É igualdade de condições, a gente quer o melhor samba”.