O Sereno de Campo Grande retornou à Sapucaí depois de dez anos, e voltou em busca de permanecer na Série Ouro, defendendo o enredo “4 de dezembro” em homenagem a Santa Bárbara e Oyá. A escola de Campo Grande veio com toda a força cantando os festejos deste dia.
E os componentes se animaram com a possibilidade de ver a Coruja de volta à Passarela do Samba, de onde esperam que ela não saia nunca mais, como alguns que conversaram com o CARNAVALESCO na concentração.
Flávia Ennis, de cinquenta e um anos, já desfila no Sereno há algum tempo, e ficou emocionada com o retorno da escola à Sapucaí: “Eu me emociono toda vez que eu entro na avenida com Sereno, porque eu acho que é uma escola muito batalhadora, uma escola que merece estar aqui, ter subido, não deveria ter descido, infelizmente, desceu, mas hoje, com certeza, ela não vai descer de jeito nenhum, e se Deus quiser, nós ainda vamos estar no grupo especial”. Flávia acredita também que na Sapucaí a escola consegue desfilar melhor, e que a emoção também é maior: “Não é que não tenha emoção lá na Intendente, mas aqui eu acho que realmente o povo ajuda, o samba, tudo, então tudo fica melhor”.
Adriana Sardinha, cinquenta e um anos, vem na mesma ala de Flávia, “A Senhora dos eguns”, e ficou muito feliz de ver a escola estar de volta: “Essa volta representa tudo, porque eu faço parte da trajetória do Sereno, desfilei na Sapucaí, há anos atrás, na bateria, desfilei na Intendente, a escola foi caindo, mas com toda a garra foi vencendo, e hoje estamos aqui, com toda certeza para ganhar, e até chegar no Grupo Especial”. O desfile também marcou o retorno dela aos desfiles, o que também teve uma emoção especial para a componente, que ainda falou sobre o sentimento de ter estado fora da Sapucaí por tanto tempo: “Era muito triste estar fora da Sapucaí, porque o nosso bairro, campo grande, um dos maiores bairros da américa latina, e a sereno vem representando esse bairro com toda essa grandeza, essa luz, e ela ficou muito triste dela ter sido rebaixada, passado por toda essa luta, mas hoje a gente tá aqui pra vencer”.
Geise Calixto de cinquenta e seis anos descreve que esse momento é o resultado de muitos anos de busca e trabalho da comunidade: “É uma emoção única, porque depois de muitos anos de luta, de batalha, de dedicação, ele volta hoje na Série Ouro e isso está sendo uma explosão de alegria e de expectativa para todos nós”. E para ela, que vem na ala “Caruru”, a comida ofertada para Santa Bárbara em 4 de dezembro, esse é um momento de muitas sensações e desejos para a escola:”É um misto de sentimento, principalmente de realização, mas a gente sempre em busca mesmo do Grupo Especial, mas já estamos a um passo e acreditamos que vamos chegar lá”. Ela chegou a desfilar pela escola na Intendente, porém, após algum tempo afastada, retornou neste ano, e resumiu tudo que sente em uma palavra: “Realização. Porque é uma luta para a gente chegar aqui, então quando a gente chega a gente sente realizado”.
“A escola está aguardando há muito tempo, desde 2013, e acho que agora, com a intercessão de Santa Bárbara, a gente vai chegar firme lá. A comunidade está cantando bem o samba, está dominando e vai com tudo”, contou André Luiz Soares, de quarenta e quatro anos, que está estreando na escola, na ala “Banho de folhas e água de cheiro”, e se sente muito honrado e feliz em ver a escola representar Campo Grande como um todo. “Estou muito animado que eu moro em Campo Grande, sou morador de Campo Grande e buscava uma escola, uma representatividade de escola. Então, eu acho de suma importância estar, é o bairro mais populoso da América Latina, então tem que ter uma escola aqui na Sapucaí, é muito importante”, encerrou ele.