Ao Águia de Ouro promoveu, na noite da última quinta-feira, em sua quadra, um evento fechado para apresentar o novo comandante da “Batucada da Pompeia”. Rodrigo Moleza, que estava há 13 anos na Unidos de Vila Maria, foi contemplado como novo mestre de bateria oficial da escola. Na ocasião, o profissional esteve presente e discursou junto com seus diretores, dizendo que irá se empenhar para encontrar o melhor para a orquestra da Zona Oeste. Vale destacar que Moleza é cria do Águia de Ouro, tendo dado seus primeiros passos como ritmista na Pompeia ainda jovem, sob o comando de Juca. Ele conversou com o CARNAVALESCO e comentou sobre sua nova casa, a gratidão às pessoas do processo e como o trabalho será desenvolvido.
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‘Voltas que o mundo dá’

Moleza não escondeu a emoção ao falar da volta às suas raízes. Agora, o profissional que foi da bateria mirim e ritmista do Águia de Ouro rodou por diversas agremiações e retorna como mestre. Rodrigo espera realizar um trabalho de muita qualidade para buscar o segundo título.
“É até difícil de explicar, mas são as voltas que o mundo dá. Essas rodas gigantes que tanto se fala nos livros, que antigamente eram de autoajuda e hoje são de coach. São essas idas e vindas do universo. Eu saí daqui uma criança, há exatos 25 anos, e retorno como diretor de bateria, com a nomenclatura de mestre de bateria. É uma responsabilidade muito grande você lembrar dessas coisas. Eu tive a oportunidade de ter participado de uma bateria mirim e de me tornar diretor no meu percurso. Agora, fui convidado para fazer mais um grande trabalho de qualidade que alguém espera que eu realize. Vamos lutar como nunca para trazer essa segunda estrela para o nosso peito”, declarou.
Responsabilidade de herdar a braçadeira de mestre Juca
Cria de mestre Juca, Moleza falou sobre a responsabilidade de substituir o músico que esteve no comando da “Batucada da Pompeia” por mais de 30 anos.
“É muita responsabilidade. O Juca foi o meu primeiro mestre. Eu pedi licença e liguei para ele quando recebi o convite. É uma pessoa a quem devo muita coisa no carnaval. Se não fosse a oportunidade que ele me deu, talvez eu nem estivesse aqui conversando com você. O legado dele aqui é eterno, e acredito que ele vá ficar feliz, já que a escola optou por fazer essa troca por uma pessoa que aprendeu muito com ele”, disse.
Mesclando o seu ritmo com o DNA do Águia de Ouro
Por falar em um trabalho de 30 anos do antigo mestre, Rodrigo contou que a proposta de ritmo para o Águia de Ouro é mesclar suas ideias com o que já existe impregnado dentro da escola. Ou seja, uma bateria remodelada para a parte musical da Pompeia.
“A gente chega com uma proposta musical muito bem estudada e elaborada, porém com o DNA e a energia de uma coisa que já existe. Misturam-se as ideias e as iniciais que você quer colocar com o que já existe, e aí vira uma terceira coisa. Eu imagino hoje a ‘Batucada da Pompeia’ da seguinte forma: ela não vai ser igual a nenhum trabalho em que o Moleza encabeçou e também não vai ser igual à batida do Juca. A ideia é ser uma mescla”.
Mais de uma década: gratidão à Unidos de Vila Maria
Foram 13 anos de Vila Maria. A comunidade da Zona Norte tem um carinho imenso pelo profissional, e é recíproco. Moleza diz que levará várias lições, principalmente o olhar ao próximo.
“É uma vida. É um legado que a gente deixou. Um carinho enorme por tudo e por todos. A gente traz a experiência e a paixão por uma comunidade. O aprendizado de não olhar só para a gente, mas sim para as pessoas, para o social, para o ser humano e valorizar a sua comunidade. Aqui no Águia também tem isso, mas ficou muito latente comigo. A gente cuida do nosso povo, do entorno e de quem quiser chegar também”, finalizou.
Contratação de qualidade
O presidente Sidnei Carrioulo explicou, em três fatores, a contratação do mestre, principalmente exaltando a qualidade do profissional.
“Primeiro, que ele é cria do Águia de Ouro. É menino daqui, a gente pegou na mão, essa é a verdade. Os primeiros passos dele foram aqui, e isso, para nós, tem uma importância. Segundo, é pela competência dele. É uma pessoa muito competente e sabe o que faz. E o terceiro, é que ele ainda tem amigos aqui. O Moleza está em todas as condições de agregar. Por isso, é uma boa escolha”, comentou.
Gratidão ao Juca, mas mudanças necessárias
Sidnei é grato ao mestre Juca, mas revelou que pensava em uma alteração na bateria há alguns anos. Além disso, mudanças dentro dos segmentos estão se fazendo necessárias, segundo o gestor do Águia de Ouro.
“Tem que agradecer a ele por todos esses anos de dedicação. Era uma coisa que já vinha de anos e estava meio torta. Acho que chegou a hora, porque, às vezes, uma decisão dessas você precisa ter coragem para tomar. Eu sei que muita gente gosta dele, mas estou disposto a assumir todas as responsabilidades, como sempre fiz. Acho que a vida segue, a escola precisa de uma chacoalhada mesmo, algumas mudanças, e essa é a filosofia”, concluiu.