A Unidos da Tijuca começou seu concurso de samba-enredo para o Carnaval de 2022, na noite de quinta-feira, recebendo apenas os compositores e um pedaço pequeno dos segmentos tijucanos. O site CARNAVALESCO ouviu componentes e eles demonstraram uma enorme alegria de voltarem após tanto tempo de afastamento pela pandemia da Covid-19.
Cristiano Amorim, coordenador da ala de passistas da Unidos da Tijuca, expressou o sentimento de retorno para a quadra e ao samba. “É uma emoção tremenda. Sensação de voltar para casa. Sabe quando viajar e passa tanto tempo fora, a casa é o santuário. O momento que você se sente bem. A Unidos da Tijuca é minha segunda casa. Voltar traz todo o sentimento de amor e amizade. Estou feliz com a retomada, mesmo com todas normas sanitárias, que são fundamentais. É muito bom rever amigos. O Carnaval de 2022 será o carnaval dos carnavais. Vivemos um período de muita angústia e perdas e os desfiles do ano que vão vão ser inesquecíveis”, disse.
Para a baiana, Liza, de 69 anos, que desfila há dez anos na ala da Unidos da Tijuca, a volta é muito emocionante. “Fiquei em depressão. Estive aqui na feijoada e hoje vim do trabalho só para ver minha Tijuca. Muito emocionada. Se Deus quiser vai ter carnaval em 2022. Senhor do Bonfim vai nos ajudar. Tenho três amores na vida: a Tijuca, meu filho e meu Vasco da Gama”.
Thais Rodrigues, de 33 anos, ritmista da Pura Cadência, comentou também a volta ao samba. “Está sendo um misto de emoções. Não estamos totalmente livres dessa doença, mas chegar aqui e ver todo mundo, mas ver que também faltam algumas pessoas da escola que faleceram, é um misto de sentimento. Até me emocionei quando a bateria começou a tocar. É indescritível. Tenho esperança que vamos ter carnaval em 2022. Existe a dúvida, mas a esperança tem que prevalecer”.
Componente da harmonia tijuca, Léo Assis, está há dez anos, e citou como enfrentou o momento turbulento da pandemia e a sensação de voltar. “Vocês não sabem o que prazer que é estar de volta. Rever os amigos, saber que estamos vivos, muitos se foram, doeu muito. O prazer de reencontrar várias pessoas vivas é gratificante. Não tenho dúvida que vai ter carnaval em 2022. A gente precisa que tenha. O povo precisa. Será um marco de retomarmos uma certa normalidade, porque não será normal, com tanta gente que perdemos”.