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‘Emoção estar aqui pelo Milton e pela Portela’: Portelenses contam expectativa para desfile oficial

À medida em que os dias se aproximam do desfile oficial, uma enorme expectativa
toma conta do coração portelense. A responsabilidade dupla de ser a última escola
a entrar na Avenida, feito que não ocorre desde 2006, e homenagear Milton
Nascimento, faz com que torcedores e integrantes da comunidade Azul e Branca
vivam uma ansiedade crescente.

Glória Ângela, de 72 anos, conta que a paixão pela Azul e Branca vem de outros
carnavais. Ela desfila desde 1973, mas garante que a emoção deste ano será
diferente, afinal, serão duas paixões num só desfile.

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Glória Ângela, de 72 anos, desfila desde 1973 Foto: Carnavalesco

“Eu adoro o Milton, ele é da minha época. É muito importante falar de Milton
Nascimento, porque ele é um ícone da nossa música popular brasileira e merece
todo o apoio e todas as homenagens, principalmente porque é uma figura ainda viva
na nossa história. É uma responsabilidade enorme tanto para a comunidade da
Portela quanto para a diretoria preparar um carnaval à altura dele e, principalmente,
para encerrar com chave de ouro o Carnaval do Rio de Janeiro”, confiante, disse
Glória.

A paixão pela Majestade do Samba e pelo rei da MPB vem de berço e atravessa
gerações. É o caso do garçom Cristiano Luiz do Nascimento, de 42 anos, que vai
desfilar na agremiação pela segunda vez. O amor pelo Carnaval e por Milton
Nascimento veio da mãe, que não estará presente na Avenida devido a uma cirurgia
no joelho. Para ele, a emoção é ainda maior.

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Cristiano Luiz do Nascimento, de 42 anos, vai
desfilar na agremiação pela segunda vez Foto: Carnavalesco

“A minha família acompanhava ele, e eu aprendi desde cedo a gostar muito. É uma
responsabilidade dupla para nós. Não é só por ele, mas pela Portela. É uma escola
22 vezes campeã, família e que está homenageando um rei da música brasileira. É
uma maravilha. A minha mãe é fã do Milton, portelense e não está aqui por causa
da cirurgia. É uma emoção estar aqui pelo Milton, pela Portela e por ela”, afirmou o
componente.

Para muitos, a homenagem ao artista também será um protesto e uma forma de
reafirmar o protagonismo da música popular brasileira. Isso porque no início do mês,
Milton foi a Los Angeles, nos Estados Unidos, para disputar o Grammy ao lado da
cantora norte-americana Esperanza Spalding, com quem gravou um álbum. Em um
post nas redes sociais, a artista revelou que a produção do evento negou uma
cadeira para que o brasileiro ficasse na área vip da cerimônia.

No Instagram, Esperanza repudiou a ausência do cantor e compartilhou a foto de
um cartaz que fez questão de segurar ao longo da premiação. O protesto foi
replicado pela comissão de frente da Portela durante o ensaio técnico na Marquês
de Sapucaí, no último domingo.

“Então, foi recusado a Milton um lugar nas mesas para a cerimônia deste ano. Isso
não me agradou. Não estou falando de uma vitória no Grammy. Estamos
comemorando a gloriosa vitória de Samara Joy, estou falando de uma cadeira física,
aqui nesta mesa em que estou sentada. Estou brava por essa lenda viva não ter
sido considerada importante o suficiente para sentar entre as pessoas da lista A”,
disse a artista.

Após a recepção, a equipe de Milton decidiu deixar a premiação. O caso
rapidamente viralizou nas redes sociais, e entre a comunidade de Oswaldo Cruz e
Madureira não foi diferente. Para Yuri Segantini, de 32 anos, desfilante pela primeira
vez na Azul e Branca, o sentimento foi de revolta.

“Para a gente, fica uma impressão ruim pelo fato da recepção que ele teve. É bom
para o brasileiro perceber e dar importância ao artista nacional, porque gostam
muito de valorizar artistas de fora do país. É importante valorizar a nossa música
popular brasileira e os artistas da casa, porque, às vezes, lá fora eles não recebem
a devida importância que tanto merecem”, comentou Yuri.

Por outro lado, os portelenses reafirmam o papel do enredo em ressaltar a
importância de Milton Nascimento e a relevância da música popular brasileira, como
comentou o componente Kléber Gonçalves, de 29 anos.

Kleber Goncalves
Kléber Gonçalves

“O desfile da Portela vai fazer jus à importância dele. O portelense sairá em defesa
dele, com certeza. O Milton é um artista que faz muita diferença em nosso país.
Acredito que o que fizeram com ele no Grammy foi uma sacanagem, porque ele é
um grande músico, antigo, e que precisa ser respeitado”, enfatizou.

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