Por Matheus Morais e Rhyan de Meira
A emoção tomou conta de diversos profissionais da Imperatriz Leopoldinense, na última sexta-feira, no velório da carnavalesca Rosa Magalhães. A artista foi campeã cinco vezes na escola de Ramos. Ao site CARNAVALESCO, Leandro Vieira não economizou elogios ao trabalho da artista.
“A Rosa para todo mundo da minha geração é o gabarito da profissão que a gente exerce. A gente se despede do corpo, mas a obra é imortal. Ela vive e vai viver em cada artista que faz carnaval. É a régua com a medida do que é ser carnavalesco bom. Foram 50 anos de trabalhos ligados ao carnaval. O que me marca muito foram os desfiles que ela fez na Imperatriz Leopoldinense. Fez carnavais que são referência do que é fazer carnaval. Falar da capacidade artística é chover no molhado, mas ela deixa o documento do que é contar histórias no carnaval e da brasilidade. Você entende como é que se deve contar histórias, como o carnaval pode ser veículo de popularização de temas que são densos e títulos como acadêmicos e que contam contorno carnavalescos e todo mundo entende”, citou Leandro.
A porta-bandeira, Rafaela Theodoro, contou a relação que teve com Rosa Magalhães na Imperatriz Leopoldinense. “Ela era referência para todos. Ela foi uma das grandes pioneiras, uma carnavalesca mulher. Lutou tanto e isso para mulher sambista é muito importante ter ela como referência. Vai fazer muita falta. Ninguém estava preparado para que isso acontecesse, do nada, dói muito. Tive a experiência de trabalhar com ela. Entrei na Imperatriz muito jovem e era um sonho ter uma fantasia idealizada por ela, com todo capricho e jeito único da Rosa. Pude viver isso e ter os ensinamentos dela”.
O intérprete Pitty de Menezes afirmou que todo o mundo do carnaval agradece ao trabalho e dedicação de Rosa Magalhães. O cantor falou dos campeonatos conquistados na escola. “É um momento muito triste para todos nós que somos sambistas. A gente sabe a importância gigantesca da Rosa para Imperatriz e o carnaval. Ela ganhou muitos campeonatos pela Imperatriz. O céu está em festa recebendo a Rosa. Vamos continuar perpetuando o legado dela com todos enredos históricos. A Rosa deu a cara para Imperatriz. Todo ano que a gente passa na Avenida sempre tem um pouquinho da Rosa e isso vai se perpetuar por muitos e muitos anos”, disse o cantor.
André Bonatte e Pedro Leite, da direção de carnaval da Imperatriz, exaltaram o legado de Rosa Magalhães para escola e sua qualidade profissional.
“A história da Imperatriz com a Rosa é muito próxima e viva. É indiscutível a importância dela para o carnaval. Participou da revolução salgueirense, deu título para o Império Serrano e foi na Imperatriz que teve a maturidade artística. A Imperatriz tem cara de Rosa e a Rosa tem cara de Imperatriz. A maneira de se vestir e se comportar do gresilense é muito Rosa Magalhães. Perdi uma amiga, tínhamos papos de horas, mas ela não vai, o corpo pode partir, mas o legado continua. Rosa é eterna”, afirmou Bonatte.
“A Rosa é uma mistura de antropofagia com exemplo de profissionalismo e dedicação. Ela fazia questão de realizar o que era complexo e não desistir pela dificuldade. Deu cara para Imperatriz que a gente tem vontade de ser sempre, vitoria, luxuosa, importância, assertiva e brasileira. É um exemplo para todos os sambistas e para sempre”, completou Pedro Leite.