Após um longo período longe da Marquês de Sapucaí, o Arranco de Engenho de Dentro está de volta ao templo sagrado do carnaval carioca. Com o desafio de fazer um bom desfile e permanecer na Série Ouro, a escola aposta em um jovem carnavalesco, Antônio Gonzaga foi o escolhido para comandar essa missão.

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Foto: Divulgação/Arranco

Conhecido no mundo do samba como compositor do Salgueiro, chegando a algumas finais por lá, Antônio teve passagens de sucesso com criação de identidades visuais para a Cubango e Grande Rio, recentemente colaborou para o vice campeonato e para o primeiro título da escola de Duque de Caxias, sendo assistente direto de criação dos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad.

Antônio conta que o convite do Arranco o pegou de surpresa, mas que de cara aceitou o desafio e está bastante motivado para entregar um trabalho de qualidade para a escola, ele diz também que seguirá como assistente da Grande Rio.

“Tá sendo um processo muito bonito, o convite do Arranco foi um convite que veio muito de surpresa, eu venho de dois carnavais como assistente da Grande Rio, vou continuar também como assistente da Grande Rio, me dedicando muito”, disse Gonzaga.

Em 2023, o Arranco levará para avenida enredo “Zé Espinguela – Chá do meu terreiro”, festejando cinquenta anos de sua fundação, o Arranco, guiado por Zé Espinguela, mostrará o nascimento dos desfiles das escolas de samba. Antônio Gonzaga diz que o enredo foi pensado justamente para a escola e falou da necessidade do carnaval contar histórias como a de Zé Espinguela.

“O enredo do Arranco foi pensando justamente para o Arranco, pesquisei um enredo que contasse um pouco da história da escola, das raízes da escola, e José Espinguela tinha um terreiro onde é localizada a quadra do Arranco, então tem essa sensação de pertencimento muito forte e é um personagem que é desconhecido da maior parte do público, do carnaval inclusive. É muito importante você trazer esses personagens a tona”, pontuou o carnavalesco.

O jovem carnavalesco participou recentemente da roda de conversas promovida pelo Pensamento Social do Samba com outros carnavalescos negros, segundo Gonzaga, participar de encontros como esse fortalece o coletivo e gera mais motivação para que outros artistas possam brilhar também, ele ainda destacou quais são suas maiores referências no mundo do samba.

“Participar dessa mesa, desse evento aqui é muito importante, porque é importante a gente ouvir outras trajetórias que dialogam com a nossa, a gente se fortalece, a gente dá os braços e segue junto, puxando outras pessoas, eu sou um carnavalesco preto estreando no grupo de acesso já de cara no segundo grupo, que eu conseguia fazer um bom trabalho e trazer outras pessoas também. As minhas referências, as minhas referências são Leonardo Bora e Gabriel Haddad, que são os meus carnavalescos que confiam no meu trabalho na Grande Rio. Claro que não posso deixar de falar de Rosa Magalhães, Renato Lages, Fernando Pamplona. Além de André Rodrigues, Guilherme Estevão, João Vitor Araújo, todo mundo que tá aí correndo atrás, fazendo o seu trabalho”, finalizou Antônio.

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