A Pérola Negra revelou, na noite do último sábado, seu enredo para o Carnaval 2025. O tema foi lançado durante uma festa julina e, na ocasião, o novo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Kawe Lacorte e Nathalia Bete, também foi apresentado. Depois de algum tempo, a comunidade pôde, enfim, reencontrar-se com o bairro do qual tanto se orgulha: a Vila Madalena. Durante a celebração, o intérprete Lucas Donato cantou os sambas mais famosos da agremiação e, em determinado momento, o carnavalesco André Machado subiu ao palco para apresentar o enredo: “Valei-me, cangaceira arretada. Maria que abala a gira. Valente e bonita, que vence demanda”. A narrativa abordará a história de Maria Bonita e seus feitos até ser cultuada como uma divindade da umbanda. A Pérola Negra é a atual campeã do Grupo de Acesso 2 e escolheu a sexta posição para desfilar no domingo de carnaval, marcando seu retorno ao Acesso 1. O CARNAVALESCO conversou com André Machado, responsável pelo enredo. O artista explicou como a Pérola Negra pretende desenvolver o tema no Anhembi.
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“A gente dividiu esse enredo em três setores: o primeiro vai abordar, de fato, a história de Maria Bonita, de como ela largou a vida que levava e foi para o cangaço. Depois, vamos mostrar sua influência na cultura, na arte e no artesanato nordestino. O encerramento será com um grande panteão da umbanda, destacando a força dessa entidade na cultura nordestina — inclusive porque Maria Bonita é uma mulher valente”, explicou.
André Machado se diz confiante em realizar um grande carnaval, apesar das dificuldades do Grupo de Acesso. O profissional agradeceu à presidente Sheila Monaco por lhe dar liberdade para desenvolver o projeto do Carnaval 2026:
“A gente tem tudo para fazer um grande desfile. É um enredo com o qual estou muito feliz; fazia tempo que eu não criava um tema autoral, e a presidente Sheila me deu carta branca para brincar e desenvolver de uma forma bem alegre. Hoje, o Grupo de Acesso conta com grandes escolas de samba, mas a gente está aqui para lutar de igual para igual e fazer um grande espetáculo, se Deus quiser”, declarou.
O artista revelou que gosta de criar enredos com narrativas nordestinas, pois os leva para um campo pessoal e representam uma forma de homenagear pessoas importantes em sua vida. Ele também afirmou que trabalhar com temas autorais é mais fácil, já que não há interferência externa:
“Apesar de ter pais nordestinos, só fui a Pernambuco uma vez. Desde então, para entender melhor a cultura, sempre me apeguei aos livros e adquiri uma obra chamada Bonita Maria do Capitão. Inclusive, a autora é parente de Maria Bonita. Quando falei do xaxado na Mancha, em 2023, a bisneta da Maria Bonita visitou o barracão e autografou o livro. Esse é o tipo de enredo que sempre gostei de desenvolver. É uma forma de retribuir o carinho da minha mãe, do meu pai e de todas as pessoas do Nordeste que conheço. Trabalhar com um tema autoral é muito mais fácil, porque não há uma terceira pessoa dizendo o que tirar ou limitando a nossa liberdade”, finalizou.